Ouvir o podcast Alice no país dos prazeres era algo que já fazia parte da minha rotina. Sempre havia um episódio em que eu tinha a impressão de que Alice Telles falava sobre mim, mesmo não citando meu nome. Mas fazia um tempo que ela oficialmente tinha “largado do meu pé”, embora ainda haviam piadinhas sobre as minhas cuecas furadas a cada lugar que eu ia.- O nosso episódio de hoje é sobre “A frase mais sem noção que você já ouviu na cama”. E já temos ouvintes participando.- Amo o poder que você tem de fazer as pessoas participarem, Alice! – A tal sexóloga que sabia menos de sexo do que a host do podcast parecia ser paga somente para elogiá-la.- Não é o meu poder, Valesca. Na verdade, aqui é um espaço onde as mulheres podem falar o que desejam de forma anônima, sem serem julgadas

E óbvio que aquilo me deixou bem confuso. Quem recusaria aparecer no programa do Rousseau e além de tudo ser paga para aquilo? Ela poderia ficar ainda mais famosa do que já era.O estúdio do programa do Rousseau era um turbilhão de luzes quentes, plateia animada e aquele cheiro misto de café forte e spray de cabelo. As câmeras giravam como abutres, prontas para capturar cada reação, cada microexpressão. Era a segunda vez que eu pisava ali, mas a sensação era diferente... menos novato assustado, mais famoso que sabe que está sendo observado.Me ajustei no sofá de couro branco, aquele mesmo que já tinha engolido tantas celebridades despreparadas, e senti o suor frio escorrer pelas costas. O ar-condicionado não dava conta do calor das lâmpadas, ou talvez fosse a adrenalina. Na primeira vez, eu era só o modelo gostoso da Versace, que tinha um pedido d

- Como assim, Aydan?- Chega, Tayla! Você precisa seguir em frente.- Eu estou seguindo!- Não, não está. Enquanto estiver perdendo o seu tempo tentando prejudicá-lo, feri-lo ou seja lá qual for a porra que faça para incomodá-lo, não está seguindo em frente.- Ele merece tudo que estou fazendo! E ainda nem aconteceu nada de ruim, se você analisar bem.- Você não sabe! Não vive a vida dele, não sabe mais nada sobre ele!- Se tivesse acontecido algo ruim com ele, Nona teria me contado.- Você não pediu a Nona que não falasse sobre ele? Eu mesmo ouvi. E Nona respeitou. Caralho, não é justo! Deixe-o seguir a vida, assim como você fez.- Ele está seguindo, Aydan! Será que não percebe?- Ele sabe que você é a Alice Telles.- Não, ele n&atil

Enquanto o médico tentava olhar a boca de Lewis, que gritava se recusando a abri-la, temendo ter que fazer pontos, eu fazia a parte de mãe corajosa, tentando convencê-lo de que tudo ia ficar bem, sendo que estava mais nervosa que ele.Depois de muita conversa, finalmente meu filho abriu a boca e o doutor constatou que o dente tinha batido no lábio inferior, na parte interna, cortando e fazendo o sangue jorrar, onde segundo ele era uma região bastante irrigada e normal de acontecer. O corte não era fundo o bastante para precisar suturar. Mas ele receitou um analgésico, seria administrado ali mesmo, na enfermaria da pediatria.Enquanto eu saía do consultório para me dirigir à enfermaria pediátrica, passei pela recepção para avisar Aydan que tudo estava sob controle. E o encontrei falando com um rapaz. Minha primeira reação foi ficar com ciúme. Analisei o desconh