P.D.V de KaylaA praça cerimonial era imensa, esculpida em pedra antiga e circundada por árvores que pareciam ter presenciado os primórdios do mundo. O céu estava limpo, e a Lua de Sangue se erguia lentamente, tingindo o espaço com um brilho escarlate místico. O ar vibrava com expectativa. Toda a estrutura do salão a céu aberto parecia pulsar com a presença espiritual de nossos ancestrais.Richard Prescott, o Alfa da nossa matilha, subiu os degraus do altar central. A luz da lua realçava os traços fortes de seu rosto e a autoridade em seu porte. Quando ele ergueu os braços, o silêncio caiu como uma manta sobre todos.— Irmãos e irmãs! — a voz de Richard ecoou com clareza e poder. — Esta é a Noite da Lua de Sangue. Uma noite rara, sagrada. Um marco no ciclo da Criação e da Ruptura.Ele girou sobre os calcanhares, olhando para cada um dos representantes das demais matilhas. Um por um, eles avançaram, com vestes cerimoniais e o peso dos seus legados nos olhos. Representantes de cada mati

P.D.V de James Morrison Jamais imaginei que meu passado pudesse me atrapalhar tanto. Conheço muitos parceiros de vínculo que simplesmente ignoram a história um do outro — e funcionam bem assim.Meus experimentos são impecáveis... ou quase. Quando Kayla finalmente despertar seu Dom, e Kaiden receber sua marca, poderei extrair e replicar os poderes deles. A linhagem sanguínea será preservada. Vou criar pequenos clones — muitos deles. Um exército inteiro de lobos humanoides.Há anos atrás criei o primeiro ser "perfeito". Infelizmente quando ele foi crescendo foi apresentando problemas, mas não quero me desfazer dele ainda. Como ele não desenvolveu capacidade intelectual posso experimentar nele. É uma cobaia. Apenas um espécime experimental.Ouço o som de passos, pelo cheiro do perfume e de sua excitação sei quem é. Minha bela Stella. Vai estar em breve grávida de um filho meu, mas esse vai ser perfeito, tenho certeza. Os primeiros infelizmente foram falhas, mas em breve...— O que houve

P.D.V de Kaiden Acordei com a cabeça pesada e um gosto metálico na boca. A floresta ao redor escura e silenciosa, mas ao fundo os tambores e cânticos ainda ecoavam. Ao meu lado, Kayla — parece estar em choque, absorvendo ou analisando algo.Eu me levantei. Meus olhos doíam. Mas assim que se ajustou a encarei. Fragmentos de memórias vieram e lembrei da dor em meu coração e o frio cortando minha alma. Eu precisava saber, eu quero saber, então perguntei.— Kayla... — não consegui firmar a voz, o nó em minha garganta apertava — vo... você o ama? Sente algo por ele? Você parecia o conhecer. E...Antes que eu terminasse a pergunta e as conjecturas que eu já tinha tomado como certas, ela me cortou sem dar espaço para dúvidas ou medos infundados. Mas nem em mil anos o que ela me contou seria o que eu teria imaginado.— Sim, eu o conheço. Um lixo disfarçado de homem. No colégio interno que estudei, ele era professor em biologia e doutor, ele se aproximava das vulneráveis, virgens, meninas jo

P.D.V de KaylaKaiden ficou em silêncio por alguns segundos, como se o peso do que sentia finalmente o alcançasse. Seus olhos encontraram os meus, hesitantes, e por um instante, pude ver a dor que ele tentava esconder.Ele se aproximou devagar, e sua voz saiu baixa, contida.— Kayla... — disse meu nome com uma ternura que me desmontou por dentro. — Eu sei que você ficou magoada. Sei que talvez tenha se sentido traída, ou como se não fosse importante… mesmo que isso nunca tenha tido a ver com você.Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso, buscando as palavras certas.— Quando estive com a Stella, eu ainda não te conhecia. Não fazia ideia de quem você era, do que você significaria pra mim. Mas, mesmo assim, eu deveria ter sido mais cuidadoso. Ter percebido antes que aquilo não era real, que eu estava me iludindo.Então ele se ajoelhou diante de mim, a cabeça baixa, como se estivesse se rendendo por completo.— Me perdoa, Kayla. Não por algo que fiz diretamente contra você, mas por ter d

P.D.V de Stella Sullivan — Íris, esse é o Dr. James Morrison. James, essa é Íris — os apresentei como havíamos combinado, naquele fim de tarde que já flertava com a noite, logo após o dia da lua de sangue.Notei de imediato os olhares insistentes que James lançava para Íris. Claro, ela era deslumbrante. Pele morena reluzente, olhos castanhos profundos, cabelos longos com mechas douradas naturais — um charme quase selvagem. O corpo, exageradamente voluptuoso, com curvas de tirar o fôlego. Não era o meu tipo, mas claramente se encaixava no padrão que muitos veneravam. No entanto, eu sabia algo importante: ela já tinha passado dos 27, e James nunca foi de se interessar por mulheres mais velhas.Ele gosta mesmo é de presas fáceis, como a Jéssica — uma jovem ômega de apenas 17 anos, recém-desperta. Sei que ele já a teve. Agora, ela vive aqui, na casa dele, se fazendo de útil no laboratório: limpa, cozinha e ainda é usada por ele, como se fosse um objeto, usável e descartável. Uma idiota c