“A mentira precisa apenas de um palco. A verdade, de tempo.” — Autor Desconhecido🎵 Trilha Sonora Sugerida: “Alagados” — Paralamas do SucessoA porta pesada da mansão Bellucci se fechou atrás de Victoria com um estrondo abafado.O som ecoou em seus ossos, mais forte do que qualquer palavra dita naquela sala.A noite estava fria, mas não era o vento que a fazia tremer.Era a humilhação.A imagem de Enzo com aquele sorriso frio gravou-se em sua mente como uma lâmina.O carro que a aguardava no portão partiu sem demora.Enquanto a cidade passava borrada pela janela, ela mantinha o queixo erguido, como se ainda houvesse uma plateia para assistir à sua queda.Por dentro, no entanto, o orgulho ferido latejava. A cada lembrança do envelope sobre a mesa, das fotos espalhadas diante de todos, uma onda de ódio subia-lhe à garganta.Não havia volta para a mansão. Não por enquanto.Mas ela ainda tinha um trunfo: um apartamento de cobertura, comprado anos antes com dinheiro que nunca passou pelos

"É preciso coragem para entregar o coração outra vez, sabendo que ele já foi partido." — Clarice Lispector🎵 Trilha sonora sugeridaNacional: “Velha Infância” Tribalistas — CazuzaInternacional: “Fix You” — ColdplayEnzo observava Dayse da sala com um olhar fixo, embora tentasse disfarçar. Não eram os risos dos filhos que o distraíam, mas os silêncios dela, tão densos que pareciam preencher o espaço entre eles.Seus olhos não conseguiam se desviar. Ele percebia como ela se sentia à deriva naquele ambiente.Desde aquela noite fatídica, Dayse havia se transformado em um quebra-cabeças que o consumia.O golpe inesperado dela, o silêncio cortante e a ausência absoluta de qualquer gesto de reconciliação — tudo isso o deixava à deriva.Ele oscilava entre o orgulho ferido, que o impedia de dar o primeiro passo, e uma tristeza profunda, quase sufocante, que ele não conseguia nomear.Mas o que verdadeiramente o perturbava não era o gesto de agressão em si. Era aquilo que flagrava nos olhos de

“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” — Cecília Meireles🎵 Trilha Sonora Sugerida: “Novo Tempo” ‒ Ivan Lins “Gente” ‒ Maria Bethânia“Oceano” ‒ DjavanO fórum parecia mais frio naquele dia. As paredes, antes neutras, tornaram-se pesadas, como se guardassem segredos e julgassem em silêncio cada passo dado naquele corredor estreito. O ar tinha um gosto metálico de tensão.Dayse chegou cedo, acompanhada de Enzo e Theo. O silêncio entre eles era respeitoso, mas carregava a densidade de corações que batiam em uníssono, prontos para atravessar um destino decisivo. Theo segurava a mão de Dayse, e a cada aperto dos dedos era como se dissesse: não me soltem agora.Na sala ao lado, Noah, Dante e Gael esperavam, assistidos por uma funcionária. Haviam sido orientados a permanecer quietos, mas a tensão e a curiosidade tornavam impossível ficar parados por muito tempo.E, como sempre, a curiosidade venceu a disciplina.

"Não é a mentira que mata a verdade, mas o silêncio dos que a conhecem." — Mikhail BulgákovVictoria perdeu a guarda de Theo, mas ainda tinha uma arma letal nas mãos: o processo por maus-tratos físicos e psicológicos contra a família Bellucci. Desta vez, ela lutaria com sangue nos olhos.Dayse Lancaster não deixaria Victoria vencer.Não depois de ver o medo quieto no olhar de Theo quando o vídeo da "madrasta injustiçada" tomou as telas. Não depois de Gael arriscar a própria tranquilidade para arrancar uma confissão que ninguém acreditaria ouvir. Não depois de Dante e Noah passarem noites peneirando comentários de ódio para proteger o irmão.Aquilo não era apenas sobre Enzo. Era sobre os filhos. E se Victoria vencesse, toda a família Bellucci ruiria como um vitral estilhaçado. No centro desse vitral estava Theo.***A manhã começou com um ritual de guerra: café forte, prazos na lousa de vidro, arquivos abertos em três telas. Dayse vestiu o blazer claro de sempre — sua armadura — e dese

“Dar um nome é dar destino.” — Guimarães Rosa🎵 Trilha Sonora Sugerida: “Aquarela” (Toquinho)A mansão nunca tinha parecido tão vibrante — cheia de vida!Pelos corredores, os ecos de vozes, risadas e passos apressados criavam uma música animada no ar.A notícia da chegada das trigêmeas se espalhou como um raio de luz brilhante, e todos — do mais velho ao mais novo — se sentiram parte de uma nova fase, como se estivesse renascendo algo dentro deles.Dayse, ainda tomada pelas emoções, desenhava lentamente no quadro da sala de estar três pequenos corações, alinhados como se fossem sementes prontas para brotar.Enzo observava tudo em silêncio, um sorriso suave brincando nos lábios.— Já está pensando na linha de sucessão? — ele perguntou de brincadeira, com um tom descontraído. Ela deu uma risadinha.— Ah, estou mais preocupada pensando em como vamos manter a sanidade nos próximos anos.De repente, os meninos entraram na sala com toda a energia, interrompendo a conversa de jeito contagia