Capítulo SeteA Ilha Encantada surgiu diante de nós como um refúgio familiar, mas agora carregava um peso diferente. Não éramos mais apenas guerreiros em treinamento — éramos líderes de uma aliança que poderia decidir o destino de Eutanásia.Assim que pousamos, fomos recebidos por Nani. Sua expressão, normalmente séria e observadora, suavizou-se ao nos ver. Mas bastou um olhar atento para que ela percebesse que algo estava diferente.— O que houve? — perguntou, cruzando os braços e estreitando os olhos para mim e Kate.Eu já sabia que ela desconfiaria de algo. Nani sempre foi observadora demais para seu próprio bem. Antes que Kate pudesse responder e mudar de assunto, aproveitei a oportunidade para provocar.— Nada, cunhada. Só estamos exaustos da viagem. — Sorri, esperando pela reação dela.Kate me lançou um olhar mortal, mas já era tarde. Nani ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços.— Cunhada? Desde quando?— Desde que decidi que sua irmã será minha rainha quando essa guerra acab

Capítulo NoveA noite estava silenciosa, a brisa fresca balançava as árvores ao redor enquanto eu caminhava sozinho, tentando clarear meus pensamentos. O peso da premonição ainda estava sobre mim, e, por mais que Kate tivesse me tranquilizado, a incerteza continuava me assombrando.Foi quando ouvi passos leves atrás de mim. Não precisei me virar para saber quem era.— Você sempre faz isso, não é? — falei, ainda olhando para o céu.Nani sorriu, parando ao meu lado. Ela segurava uma pequena faca, girando-a nos dedos com habilidade.— Cortar o seu cabelo? Claro. Alguém precisa manter essa bagunça em ordem — respondeu casualmente, mas eu sabia que essa era só uma desculpa.Ela queria conversar. E, para ser sincero, eu também precisava disso.Sentei-me em uma pedra próxima, deixando que ela começasse seu ritual de sempre, deslizando a lâmina com precisão enquanto os fios caiam suavemente. O silêncio entre nós era confortável, mas eu sabia que ela esperava que eu falasse.Suspirei.— Eu e K

Parte.06: A história de Katleia Yona-Chan Capítulo UmDepois daquela memória estranha com Atlas, sobre as mentiras de Oregon, fiquei ainda mais nervosa e pensativa. Por que eu sempre tinha pesadelos, visões e sentia essa presença maldita dentro da minha mente? E, acima de tudo… como eu sabia que aquilo era uma mentira?Essas perguntas martelavam minha cabeça sem descanso. Eu precisava entender. Precisava saber de onde vinham essas lembranças que pareciam ser minhas, mas ao mesmo tempo, não eram.Respirei fundo e tomei minha decisão. Se havia alguém que poderia me ajudar a desvendar esse mistério, essa pessoa era Nani. Ela me conhecia desde que cheguei aqui. Talvez houvesse algo sobre meu passado que nunca me contaram. Algo que, de alguma forma, estava emergindo agora.Não perdi tempo. Caminhei determinada até a cabana onde Nani costumava ficar. A lua iluminava a ilha encantada, projetando sombras pelo caminho, mas minha mente estava focada demais para prestar atenção na paisagem.Ao

Capítulo TrêsO vento cortante soprava sobre as ruínas de Eutanásia enquanto eu caminhava em direção ao desconhecido. Meu coração batia forte, mas minha mente estava firme. Não havia volta.Meus aliados lutavam contra as sombras e criaturas demoníacas que Oregon havia enviado, mas eu sabia que ele não estava longe. Eu sentia sua presença… Ele estava esperando por mim.Então, o chão tremeu. Uma energia densa e sufocante tomou conta do ar, e uma fenda escura se abriu bem diante de mim.De dentro dela, emergiu Oregon. Seus olhos rubros brilhavam como brasas, um sorriso cruel se formava em seus lábios.— Finalmente, minha querida irmã — ele disse, sua voz ecoando como um trovão.Eu cerrei os punhos, mantendo-me firme.— Eu vim negociar, Oregon.Ele ergueu uma sobrancelha, intrigado.— Negociar? Você não tem nada que me interesse.— Tenho, sim — retruquei, olhando diretamente em seus olhos. — Eu me entrego a você… em troca da vida de todos os outros.Oregon soltou uma gargalhada estrondosa

Parte.07: Recontruindo o Reino de EutanásiaCapítulo UmKate e Oregon desapareceram como sombras em uma tempestade, levando consigo não apenas suas presenças físicas, mas também toda a paz que eu acreditava ainda existir. Quando a poeira finalmente baixou, a visão que restou era ao mesmo tempo devastadora e estranhamente silenciosa. Os capachos de Oregon, aqueles que ele treinara para obedecer cegamente, também haviam partido, deixando atrás de si apenas ruínas, feridos e um silêncio pesado que sufocava. Havia muitos feridos, mas, surpreendentemente, todos estavam vivos. Em meio ao caos, era uma pequena bênção, quase cruel em sua simplicidade. Conseguimos uma trégua, uma pausa momentânea, mas eu sabia que aquilo não era um fim. A guerra ainda não tinha acabado. Era apenas uma falsa calmaria, um intervalo antes do próximo ataque, quando a fúria de Oregon cairia sobre nós com ainda mais força.E, como se o destino quisesse me punir pessoalmente, perdi Kate. A única mulher que eu jamais