Capítulo QuatroUm ano se passou desde o dia que Kate assinou aquele contrato, um ano de paz fragilizada, mas que, ainda assim, foi o suficiente para reconstruir Eutanásia. No entanto, a promessa de paz que Oregon fizera ainda pairava no ar, incerta e instável. Hoje, a primeira reunião entre os reinos estava prestes a acontecer. Líderes de todos os reinos - e, é claro, Oregon - estariam presentes. Para mim, seria o momento de ver se a paz realmente poderia ser mantida e, talvez, o momento de encarar o que restou da minha vida sem ela. Sem Kate.A ansiedade me consumia, embora eu tentasse manter uma postura firme. Era o meu primeiro grande encontro com outros líderes, todos reunidos para discutir o futuro de Eutanásia e dos reinos vizinhos. Mas, entre os mais de vinte reis e rainhas presentes, havia um nome que me queimava na mente. Oregon. O homem que, por tanto tempo, havia trazido destruição. Agora, parecia que ele desejava algo mais: uma aliança. Uma reunião de líderes que, de algu

Capítulo SeisA reunião havia sido longa e tensa, mas no fim, conseguimos chegar a um consenso. O silêncio que se seguiu quando os líderes começaram a deixar o salão era quase ensurdecedor. Cada um de nós carregava o peso de nossas próprias nações, de nossas responsabilidades, e agora, também da promessa de um futuro mais estável.— Está decidido, então, — anunciei, olhando para os presentes. — A partir de agora, nos reuniremos uma vez por mês para manter a comunicação aberta entre nossos reinos e garantir que a paz continue.Oregon permaneceu em silêncio, seu olhar frio e distante, mas não contestou a decisão. Talvez soubesse que qualquer oposição seria inútil, ou talvez tivesse seus próprios planos. De qualquer forma, eu precisava me manter vigilante.Odila me lançou um olhar de aprovação antes de se retirar ao lado de seu pai, enquanto Nani permaneceu ao meu lado, como sempre.— Isso foi um avanço, — ela comentou. — Ainda que tênue, a paz foi estabelecida.Assenti, mas um peso em m

Capítulo OitoOs dias se arrastavam lentamente, e a presença de Lady Seraphine no castelo tornava-se cada vez mais irritante. Ela estava ali a mando de Lord Byron, claramente com a intenção de se aproximar de mim, mas eu não tinha interesse algum.No início, tentei ser educado. Afinal, não podia simplesmente ignorar uma convidada, ainda mais filha de um dos líderes do conselho. Mas sua insistência em forçar conversas, aparecer em todos os lugares onde eu estava e agir como se já fosse minha rainha começou a me desgastar.— Majestade, pensei que poderíamos caminhar pelos jardins esta tarde. Dizem que a brisa é refrescante — ela sugeriu com um sorriso ensaiado.Olhei para ela com expressão neutra.— Não tenho tempo para passeios, Lady Seraphine. Meu reino exige minha atenção.Ela riu baixinho, ignorando minha resposta.— Mas é justamente por isso que precisa relaxar um pouco. Um rei estressado não governa bem.Respirei fundo, segurando a irritação.— Agradeço sua preocupação, mas sei mu

Capítulo DezNo silêncio da noite, eu caminhava pelos corredores do castelo quando, ao passar por uma das varandas, ouvi vozes abafadas. O tom conspiratório despertou minha curiosidade, e me aproximei sem ser notado.— Você tem certeza de que isso vai funcionar? — a voz de Lady Seraphine soava hesitante, mas também cheia de expectativa.— Claro que vai — respondeu Lord Byron, com a frieza de alguém acostumado a manipular situações. — Vou convidá-lo para beber esta noite e garantir que ele beba o suficiente. O resto ficará por conta da substância que colocaremos na taça.Meu sangue ferveu.— E depois? — Seraphine quis saber.— Ele estará inconsciente. Você entrará nos aposentos dele, e, pela manhã, quando todos souberem que você passou a noite com o rei, não haverá outra escolha senão o casamento.Senti meu maxilar travar. Então era isso? Um plano sujo para me forçar a casar? Eu já estava farto dessa insistência.Não esperei mais. Me afastei dali, controlando a raiva, e segui direto pa

Parte.08: Oregon sucumbiráCapítulo UmTrês anos. Esse foi o tempo que durou a falsa trégua de Oregon. Durante todo esse período, fui forçada a permanecer longe de Atlas, do meu verdadeiro amor... do meu amor impossível.Ele tentou de todas as formas manipular os eutanasienses para forçar Atlas a se casar com outra mulher. Mas, mesmo diante de toda a pressão, ele permaneceu firme. Isso só fez meu coração doer ainda mais. Como eu queria que tudo fosse uma mentira... Que eu não fosse sua tia.- Você está pensando em como tudo poderia ter sido diferente, não é? - A voz de Odette me despertou de meus pensamentos. Ela me observava com um olhar perspicaz. - Você tem o poder que Oregon deseja... Você e Oregon não são irmãos de sangue, apenas cresceram sob o mesmo destino. Mas você, Katleia, é a verdadeira herdeira do submundo.A encarei com frieza.- E por que eu acreditaria em você?Odette suspirou, parecendo hesitar antes de continuar.- Porque estou cansada dessa vida miserável à sombra d