"Cassius" Não tive mais resposta, embora insistisse na comunicação mental.Pelo visto, estava pior do que o esperado.Dei meia volta, lutando com meus sentimentos ambíguos, sem acreditar naquilo. Ao mesmo tempo, algo me sacudiu diante do que ela fez. Cumpriu a promessa de acabar com a gente, se ousássemos nos aproximar dali. E eu teria que ir lá.Atravessei corredores, não em direção aos meus aposentos no alto da torre, mas em direção ao subsolo.Desci para os cômodos particulares do meu pai, pois ele gostava de se isolar quando necessário. Fui direto até seu escritório, onde mandou anexar também uma biblioteca particular. Bati na porta pesada e a empurrei. Ele ergueu a cabeça, sentado em uma cadeira de veludo, folheando um livro antigo com capa de couro. Era escrito por vampiro, na nossa l&ia

"Ravenna" Estava confuso, enfraquecido, mas a galinha o acordou. Pelo menos por minutos. Disse que sangue de animais não faziam muito bem a um puro, mas podia ajudar em caso de emergência. Era melhor do que nada.Novamente insisti nos questionamentos. Ainda lembrava de como me fitou com olhos nublados, dizendo baixo:— Não sei nada disso.— Mas quem é Kalygor? Algum chefe do seu pai, de todos os vampiros? Por que veio aqui me atacar?Estava intrigada, insistindo para ver se caía em contradição ou explicava melhor. Mas o vampiro divagava:— Eles precisam me respeitar. Eu sou... tão importante... como o Cassius. Ele veio me buscar?— Não.— Ele vem. Preciso falar onde estou...— Caliban, escute...— Meu irmão sempre faz o certo... segue as tradições. T&a

"Cassius"Quando chegamos ao palácio, Caliban reclamou de fome, dor e exaustão, querendo correr para os servos e se alimentar até ficar saciado de vez. Mas não deixei, e o arrastei até o escritório do nosso pai enquanto choramingava e reclamava.Antares o olhou com algo parecido com nojo, o que, na hora, fez meu irmão se calar e baixar a cabeça.Não se parecia em nada com um vampiro da nossa estirpe, acostumado desde cedo a demonstrar controle e altivez, a se portar como esperavam dele.Suas roupas fediam a sangue de animal e ao dele mesmo, seco, misturado a um suor forte que só tínhamos em caso de dor ou mordida de lobo. O casaco estava em farrapos, sem mangas, peças sujas de lama e esterco de vaca. Cabelos emaranhados, pele acinzentada e com olheiras.Elegante em roupas escuras, os cabelos grisalhos bem assentados, meu pai deu alguns passos em nossa direção, desviando o olhar de Caliban para mim. Quando o encarou de novo, a dureza era maior, como na sua voz:— Uma das piores vergonh

"Ravenna" — E como é entre vampiro e lobo? Podem reproduzir?— Sim, mas não temos detalhes. Por isso, gostaria de estudá-los.Aquilo martelou na minha cabeça. Cassius muito forte nos meus pensamentos, a proposta deles de tentar uma nova espécie mais poderosa. Deviam ter certeza de que daria certo. Ele já teria se relacionado com lobas?E como era com a noiva vampira?Fiquei irritada com minha obsessão. Mesmo quando o assunto mudou e minha irmã anunciou que meu cabelo estava pronto e lindo, trazendo um espelho, apenas assenti, distraída. Pouco liguei para o couro cabeludo dolorido ou para eles correndo para a cozinha como esfomeados quando Nerin veio anunciar o jantar.Foi barulhento como sempre, minha mãe e meu pai vindo nos fazer companhia, Nerin contando as artes da bebê Nivian, filha de Lonut e Lana, irmãz