Evan Narrando Durante o café da manhã, tentei manter o clima leve. Conversei bastante com o Sr. Ferraz, meu sogro, mas, é claro, evitei qualquer menção à tal da Savana. A dona Sophie estava ali do lado, animada, rindo das histórias, visivelmente emocionada com a volta da filha ao ambiente da empresa depois de tudo que aconteceu. Não era hora nem lugar pra puxar um assunto pesado.O salão estava cheio de sorrisos, o cheirinho de café ainda no ar, e por um momento até eu esqueci dos problemas. A Flora, como sempre, soube conduzir tudo com classe. Quando ela se despediu com aquele beijo carinhoso e avisou que tinha reunião, senti vontade de puxá-la e ir junto. Mas me contive. Tinha outra missão a cumprir agora.Dona Sophie subiu com a Luna, acompanhando ela até a nova sala. Os convidados e funcionários que estavam ao redor foram se dispersando aos poucos. Foi então que enxerguei minha brecha.— Sr. Ferraz, posso falar com o senhor um instante? É um assunto urgente. Precisamos de um luga

Luna Narrando Confesso que quando o meu pai me contou sobre essa maluca que me atropelou, dizendo que ela acabou de sair da cadeia e já tá querendo destruir a nossa família, eu travei. Um arrepio subiu pela minha espinha, minha mão suou e meu coração disparou. Fiquei com um pouco de medo, sim. Quem não ficaria? Mas ao contrário de mim, a Flora é destemida, já falou na hora que a gente vai caçar essa mulher. — Vamos fazer com essa Savana o que ela fez a Penélope. Mada-la para o inferno — ela disse com aquela pose de quem nunca tem medo de nada.A Flora tem esse jeito corajoso, impulsivo, até inconsequente às vezes, mas é o jeito dela. E quer saber? Me enche de coragem também. É impossível não se contaminar com a energia dela. Claro que eu não vou sair caçando ninguém por aí, né? Mas ver o potencial da minha irmã e a postura firme do meu pai diante da situação me deu uma tranquilidade que eu nem esperava sentir. Eles estão prontos pra guerra. E eu? Eu sigo firme, mas no meu jeito, com

Evan Narrando Depois que ela disse sim, eu senti como se o mundo tivesse parado por uns segundos. A Flora pulou no meu pescoço daquele jeitinho impulsivo dela, rindo e chorando ao mesmo tempo, e eu só sabia sorrir. Ela é fogo puro, tempestade e calmaria ao mesmo tempo. Meu peito explodindo de emoção e desejo.A gente se beijou ali, na sala, no meio das velas e da comida já esquecida na mesa. Um beijo profundo, cheio de língua, mordida, urgência. Mãos indo pra todo canto, como se a gente quisesse se fundir ali mesmo.— Eu te quero, como nunca quis ninguém — falei com a voz rouca, colado na boca dela.— Então prova — ela sussurrou, me provocando com aquele olhar safado que me deixa maluco.Não deu nem tempo de pensar. Peguei ela no colo como se não pesasse nada e levei direto pro quarto. O vestido curto subiu nas coxas dela, e ela entrelaçou as pernas na minha cintura. O corpo dela já colado no meu, quente, pulsando. Abri a porta do quarto com o pé e joguei ela na cama com cuidado, mas

Luna Narrando A empresa tá em alerta vermelho. Literalmente. A tensão no ar é quase palpável, e todo mundo anda pisando em ovos. A Flora tá num clima de guerra, determinada, afiada, e sem paciência pra absolutamente nada que não seja destruir o Nicolai Lodouvico. Desde que ele apareceu com aquela proposta ridícula pra cima dos nossos investidores, ela virou uma máquina de estratégia e ação. Não dorme direito, não come direito, mas continua linda, no salto, e com aquele olhar de quem vai colocar o mundo abaixo se for preciso.Hoje de manhã, eu tava focada no meu projeto. Eu e minha irmã a gente trabalha em andares diferentes, mas é engraçado como nossas rotinas se entrelaçam mesmo assim. Desde cedo, eu tava com a cabeça no terraço que tô projetando pra fachada principal Flora pediu prioridade nesse projeto. Um projeto ousado, sofisticado, e com todos os holofotes virados pra cima, literalmente.O terraço vai ser o ponto alto, de um prédio comercial de alto padrão que vai virar refer

Evan Narrando — Esse aqui é o protetor de Savana, Alexandre Mello. advogado. Empresário, influente, movimenta muito dinheiro por fora — disse o detetive, apontando pro homem na imagem.Minha respiração travou. Me inclinei na cadeira, peguei a foto com a mão. Reconheci aquele rosto na hora. Era ele. Vi esse desgraçado meses atrás, numa foto com a Flora, ainda quando a gente tava começando a se conhecer. É primo do Marcos. Na época, achei que fosse namorado dela.— Pera aí, esse cara — falei, sentindo o sangue esquentar. — Eu já vi ele com a Flora. Ele é primo do Marcos. Alexandre.O Ethan se inclinou, puxou a foto da minha mão com força. Olhou bem de perto.— Filho da püta — ele murmurou, entre os dentes. — Sabia que tinha alguém por trás disso, alguém com acesso, com grana. Mas não imaginei que fosse alguém tão próximo assim. Eu ainda tava digerindo tudo que tinha ouvido e visto quando o detetive puxou outra pasta, mais fina, do mesmo jeito. Abriu, colocou sobre a mesa e começou a