Caroline HartEu sentia o peso nos meus ombros antes mesmo de ouvir o rugido. As folhas da floresta estavam caindo lentamente ao nosso redor, mas dentro de mim, a tensão era palpável. Algo estava errado. Era o cheiro dos lobos, o cheiro de Elora. A batalha estava prestes a começar.Os lobos de outro território estavam ao nosso redor, e eu podia sentir, mais do que ouvir, a ameaça crescente. Eles estavam sendo manipulados, provavelmente pela própria bruxa, que faria de tudo para ser imortal.Fomos cercados por quatro lobos negros, que nos olhavam como se fossemos presas fáceis.“Damon, fique para trás.” Eu disse, já avançando na direção dos lobos.Ele me olhou, seus olhos ainda turvos pela fraqueza, mas havia uma determinação que me assustava. “Eu não posso ficar para trás, Hart. Eu sou o Alfa aqui.”“Você não está em condições de lutar agora.” Eu me forcei a manter a voz calma. Eu sabia que ele queria estar à frente, mas não seria justo com ele. Eu não permitiria que ele se arriscasse

Damon ThornEu nunca achei que o amor fosse necessário.Não após Liana destruir tudo que eu achava ser amor.Até que aquela humana cheia de problemas e esquentada apareceu na minha casa com mala e cuia.Hart mudou tudo o que eu pensava. E eu não queria perdê-la jamais.Abri o armário para pegar uma roupa, e dei de cara com um prêmio guardado embaixo das suas roupas, como uma lembrança de tempos antigos que ela preferiria evitar.Prêmio Michelin.Eu não sabia muito bem o que isso significava no mundo da cozinha, mas parecia ser algo grande. Algo que ela mereceu.Eu me encostei na parede, olhando aquele troféu. Hart havia conquistado aquilo sozinha, com as próprias mãos, e estava me dizendo o tempo todo que não era mais a mesma pessoa. Eu podia ver que ainda havia muita coisa em seu coração, algo que ela escondia. Algo que ela temia mostrar. Mas para mim, ela era tudo. Cada pedaço dela, mesmo que fosse fragmentado, era minha.Ela e meu herdeiro se tornaram minha razão de existir, mas ma

Damon ThornO gosto de sangue ainda estava na minha boca.Me movi rápido demais para que ele reagisse. O lobo errante tentou me atacar por trás, mas eu já estava cansado de caçadas previsíveis.Ele rosnou, avançando com garras sujas e dentes expostos. Estava faminto, desesperado, mas não era só isso ele tinha marca de submissão. Alguém o mandou. E eu já sabia quem.Não importava o quanto ele se escondesse atrás de telefonemas e ameaças. Agora ele estava testando os limites. Me provocando.Agora que ele sabia do meu segredo, iria se meter no meu meio.Erro grave.Desviei do ataque, enrosquei o braço no pescoço do lobo e quebrei sua espinha com um estalo seco. Ele caiu no chão ainda se debatendo.Me agachei, encarei seus olhos arregalados. Ele não era tão velho. Nem tão forte. Um peão descartável."Manda lembranças pro seu mestre", murmurei antes de enfiar a mão no peito dele e arrancar o coração ainda quente.Me levantei devagar, o sangue escorrendo até meu cotovelo. Respirei fundo. Aq

Caroline Hart A vida é mesmo irônica.Suas voltas, seus jogos. Suas promessas quebradas disfarçadas de destino.Quando eu tinha quinze anos, costumava sonhar com o dia em que conheceria meu pai. Me perguntava se ele se pareceria comigo. Se gostaríamos das mesmas coisas. Se ele sorriria ao provar meu arroz com ervas o primeiro prato que aprendi a fazer sozinha.Se ele me amaria.Por que ele me abandonou?Eram tantos “porquês” idealizados por uma adolescente carente de respostas.Na adolescência, o mundo parece cheio de portas abertas. Acreditamos em recomeços, acreditamos que tudo vai fazer sentido algum dia. Tudo é intenso demais. Dói demais. Sonha-se alto demais.Mas agora, tendo conhecido quem ele realmente é… entendo.Eu nunca mereci um pai como Richard Lancaster.E talvez..., talvez Deus e minha mãe tenham me poupado da pior condenação: crescer ao lado de um homem manipulador, egoísta, narcisista. Alguém que destrói tudo o que toca.Hoje, olhando para o meu filho, consigo entend

Damon ThornOlhei fixamente para a lista de documentos sobre a mesa.Contratos da construtora, relatórios da fundação de apoio da matilha, solicitações do conselho… Ser Alfa não era apenas carregar poder. Era carregar tudo — até os pesos invisíveis."Te devo respeito, meu Alfa," a voz de Victor quebrou o silêncio, "mas pelo amor de Deus, esse charuto está impregnando o escritório.""Você sabe que quando fico nervoso, eu fumo.""Sei disso." Ele suspirou. "A alcateia fez algumas reclamações. Disseram que precisam de mantimentos, reforço na segurança e mais supervisão. Estamos nos ausentando demais dos negócios.""Meu pai criou essa construtora para manter o equilíbrio entre os humanos e os nossos. Os tributos mantêm nossa matilha viva." Apertei a ponte do nariz. "Por que estão reclamando agora?""Porque andamos ausentes ultimamente, senhor.""Tem uma bruxa vadia ameaçando a segurança do meu herdeiro." Trinquei o maxilar. "Você gostaria de lidar com isso e assinar contratos ao mesmo temp