Klaus O ronronar suave da viatura era um contraponto à tempestade que se agitava dentro de Klaus. Alyssa estava quieta em seus braços, o corpo tenso, a respiração superficial. Ele sentia o peso de seu corpo, a fragilidade contida em sua postura, e um aperto doloroso no peito o invadiu. A proximidade física era um cruel lembrete de tudo o que estava prestes a ser revelado sobre Phil. O hotel se aproximava, um monstro imponente no fatídico dia, representando o confronto iminente com Heitor. A cada metro percorrido, a angústia se intensificava, apertando-o como uma mordaça.Se pudesse escolher, o último lugar seria estar na presença de Heitor. Queria desesperadamente fugir, afastar-se daquela ameaça, perder-se em um abraço apaixonado com Alyssa, afogando-se em beijos e carícias que pudessem silenciar a tormenta em seu interior. Mas a pendência com Heitor pairava sobre sua cabeça, uma realidade inadiável. Soltou o ar pelo nariz, tentando minimizar a ansiedade. A lembrança das tenta

KlausHeitor parecia mais frágil do que sua voz imponente sugeria, porém seu rosto, apesar da palidez, emanava uma serenidade quase angelical. "O que mais Heitor Petrakis tinha a lhe dizer?" Uniu as sobrancelhas, incrédulo. Em cumplicidade, trocou um olhar com Alyssa e em silêncio cúmplice resolveram se sentar assim como todos os presentes fizeram, sentados em poltronas de couro claro dispostas em semicírculo em frente à cama. Heitor apoiou-se em uma das mãos na cama king-size, para buscar uma posição mais confortável, então pôs os pés para fora da cama e afastou os lençóis. — Cuidado, Heitor, você ainda não está totalmente recuperado. — Kátia o alertou, cheia de preocupação.— Calma, querida, sou osso duro de roer. Estou me sentindo melhor. A fala despojada de Heitor o surpreendeu mais uma vez, e atento, fitou-o fixamente. A surpresa inicial ainda se refletia em seu rosto, mas aos poucos dava lugar a uma mistura de espanto e comoção. — Bem, família, há muitos anos atrá

— Até que enfim, vocês voltaram! — Hilda abriu um sorriso largo, seus olhos brilhando de alívio. Era nítido o relaxamento que percorreu sua face, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Ela gesticulou com as mãos, convidando-os a se aproximarem. — E à propósito, Alyssa, tá aqui o seu celular, o Frank veio deixar! — Que gentil! — Alyssa pegou o celular, um sorriso agradecido nos lábios. — Ele já foi... Quero agradecer... — Sim, ele e Lorena levarão turistas para conhecer as ilhas, e aproveitei para negociar com ele... — Hilda explicou, um brilho estratégico em seus olhos, abaixando o tom de voz. — Negociar? Como assim? — Klaus arqueou uma sobrancelha, intrigado, a curiosidade evidente em sua expressão. — Vai já saber... — Hilda deu uma piscadela divertida, seus lábios curvando-se num sorriso misterioso. Depois, seu semblante mudou, tornando-se mais sério. — Mas e então? Alguma notícia sobre...? — Ela fez uma pausa, a pergunta pairando no ar, carregada de expectat

EleniEleni fixou-se em Klaus, uma pontada de apreensão a percorrendo. O jantar havia sido uma sucessão de surpresas, enquanto Klaus e Alyssa detalhavam os eventos dos últimos três dias. A vida dos dois havia se transformado em uma montanha-russa vertiginosa: a premiação no festival, o sequestro de Alyssa, a morte de Phil... Impressionante. O que mais poderia acontecer?— Espero que não seja uma notícia desagradável porque minha adrenalina está a mil de tanta novidade que vocês me trouxeram. — falou exibindo um sorriso contido, mas que no fundo revelava preocupação e observando que os dois tinham terminado a refeição, completou: — Vamos voltar para a sala de estar. Que tal?Klaus e Alyssa concordaram e enquanto se levantavam, o filho a tranquilizou, notando sua tensão. — Tudo bem, mãe. Não precisa ficar aflita, você vai gostar. Eleni suspirou aliviada. Caminharam para a sala de estar, Eleni tentando se manter calma, afinal, Klaus assegurara que não era nada de mais. Assim que se

AlyssaPara os três dias em Creta, ela e Klaus fizeram um roteiro, cuidadosamente planejado e começaram sua jornada em Heraklion, explorando as ruínas do grandioso Palácio de Knossos numa área de vinte mil metros quadrados. Lembrava-se da primeira vez em que foi ali numa excursão escolar durante a adolescência. Na época, ficara encantada com as pinturas nas paredes que mostravam o luxo de uma grande civilização, além das competições atléticas, comuns na Grécia antiga. Agora, sentia a mesma emoção mesclada à nostalgia e beleza ao percorrer as ruínas.Klaus vinha ao seu lado e empolgado comentava sobre a parte que mais gostava. Naquele palácio, vivera o Minotauro, criatura com corpo humano, cabeça e rabo de touro, aprisionado num labirinto, construído durante o reinado do rei de Minos. — Também amo essas história. E depois o Minotauro foi derrotado pelo Hércules. Muito bom! — Ela suspirou, emocionada. — É incrível, não é Klaus? Sinto orgulho de nossa história, tão rica em tradiç