AlyssaEla voltou ao lugar com a água para ela e Klaus. Olhou ao seu redor. Nem sinal dele. Respirou fundo e pegou uma das garrafinhas e tomou o líquido com vontade. O suor, o ar pesado da festa ainda impregnado em seus pulmões, a música alta, a multidão vibrante nos stands, tudo a circundava no festival, mas onde ele estava? Uma pontada de decepção a atingiu. Pensamentos suspeitos passaram a ressurgir. De imediato, ela tratou de expulsá-los. Confiar e ter fé eram elementos importantes naquele instante em que retomaram o relacionamento. Se ele não a amasse, não se esforçaria como fez e ainda com a ajuda da suposta rival. Simples assim.Cometer os mesmos equívocos era dar mão à falta de perdão e o desamor. Nas recordações do passado, reconhecia a sua parcela de erro. Foi insegura demais e não leu nas entrelinhas o que importava para os dois. Arrependia-se de ter se deixado levar pelas falsas verdades. Exemplo disso foi o dia em que viu o vídeo de Klaus e Hilda juntos. Pensando bem,

( Presente)KlausO bip insistente da caixa postal ecoava, cada toque um martelo golpeando seu já frágil otimismo. Alyssa. Novamente, o silêncio do outro lado da linha. A cada tentativa frustrada, a esperança minguava, substituída por um medo que lhe gelava o sangue. O suor grudava na pele. O coração mais acelerado que o normal. Não queria ser pessimista, mas era angustiante não ter conseguido falar com Alyssa. Passeou os olhos pela sala, onde ficavam as imagens de câmeras de segurança do evento. As telas ao redor, sob vários ângulos, registravam a alegria do festival Sabor Mediterrâneo e nada sobre Alyssa.Fez uma nova tentativa. Mais uma ligação perdida. Mais um silêncio opressor. Hilda o observava, o semblante fechado. Conhecia bem aquele olhar de pânico nos olhos de Klaus. O aperto no maxilar denunciava a tormenta interna do amigo. A preocupação transparecia em cada gesto contido. — Alyssa não atende, droga! — A voz de Klaus era rouca, carregada de desespero.Hilda te

(Presente)AlyssaTudo foi muito rápido. Phil conduziu Alyssa a uma pequena lancha, com o objetivo de levá-la para longe de Santorini. Com as mãos atadas para trás, ela estava encolhida sobre um estofado na parte interna da embarcação. Phil sentou-se de frente para ela, um sorriso sarcástico nos lábios. — Agora sim teremos o nosso final feliz, até que a morte nos separe… — disse ele, a voz carregada de ironia. — Escuto a marcha nupcial e você entra deslumbrante, toda de branco, enquanto eu a espero no altar, sem nenhum miserável para roubar nossa felicidade. A faca na mão de Phil, a raiva em seu semblante e as palavras cruéis a deixavam petrificada. O coração martelava no peito, a impotência a sufocando. Em sua mente, uma única súplica: que Klaus estivesse à sua procura. — Phil, por favor… — Você não devia ter voltado para ele, Alyssa! — a voz era baixa, rouca, uma fúria contida que a deixava ainda mais aterrorizada. A faca se movia levemente, mas suficiente para lhe enviar um ar

Após a informação de que Phil estava seguindo de lancha em direção a uma ilha deserta próxima de Fira, sem perda de tempo, o grupo formado por Klaus, Heitor e Damon seguiram até o porto. O ar estava carregado de uma tensão palpável no cais com a polícia na área. Cada um a seu modo, demonstrava a angústia da situação. Heitor e Damon, colados aos seus celulares, atualizavam informações aos familiares, rostos tensos, enquanto Klaus, com os punhos cerrados, lutava contra a fúria que o consumia. A presença policial era marcante, mas as ordens eram claras: aguardar o resgate de Alyssa. Klaus, porém, não conseguia esperar. Com a determinação estampada no rosto, ele reconheceu o comandante da operação, um amigo de longa data. — César, preciso ir com vocês, — disse Klaus, sua voz baixa, carregada de firmeza. — Não posso esperar. Alyssa está em perigo e como posso suportar a ideia de que ela está com aquele desgraçado? O comandante, um homem corpulento de olhar astuto, hesitou. — Klau

Mais calma, após o interrogatório da polícia, Alyssa estava pronta para conversar com o pai. Ela e Klaus saíram da delegacia. A intenção era pegar uma carona com um dos policiais até o hotel. Enquanto seguiam para o estacionamento, Klaus comentava pasmo com tudo o que ouvira sobre as ações e as falas de vingança de Phil sobre cada estratégia para separá-los.Os vídeos, fotos e mensagens não foram resultados do suposto detetive de Heitor, como todo tempo ele suspeitou, e sim, fruto das artimanhas de Phil. — Meu Deus, Alyssa, quanto tempo perdemos por causa desse maldito. Espero que seu pai mude de opinião após tudo o que aconteceu. Inacreditável!— Sim, não há mais como negar que tudo foi arquitetado por Phil. Todos fomos vítimas, inclusive meu pai. Espero que ele tenha bom-senso e reconheça isso. — Seu pai é tão orgulhoso! Sei não, mas vamos ver como ele vai reagir.Então os dois entraram na viatura e foram levados ao hotel.Acomodados no banco passageiro, Alyssa novamente escorr