Todos os capítulos do Aquela que o Don não pôde deixar partir : Capítulo 41 - Capítulo 45
45 chapters
Mauro
Capítulo 41 Ezequiel Costa Júnior Ela não me respondeu. Senti uma impotência absurda. Acariciei seus cabelos com delicadeza, puxando uma mecha para trás da orelha, tentando mostrar com cada gesto que ela estava segura aqui comigo. — Isso que falou, não é verdade... — comecei, escolhendo bem as palavras — Isso é coisa que colocaram na sua cabeça. Você não é suja, nem errada. Não sei o que fizeram ou o que disseram, mas não está suja e eu não vou te machucar. Eu prometo. Ela desviou o olhar, mas segurei o rosto dela com as duas mãos, forçando suavemente para que me encarasse. — Você é uma mulher, bonequinha — continuei, a voz firme, mas cheia de ternura. — Linda, jovem. Merece sentir prazer. Merece muito mais do que isso. Merece ser amada, cuidada...Acariciei sua bochecha com o dorso dos dedos. Ela fechou os olhos um segundo, como se absorvesse minhas palavras. — Merece um homem que trate você como mulher de verdade. Que cuide de você... que te proteja. — dei um s
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Outra casa
Capítulo 42 Mariana Bazzi Acordei com a voz da doutora Samira me chamando, o tom apavorado. Pisquei devagar, tentando entender onde estava, quando ela se aproximou da cama num impulso, segurando meus ombros com carinho, mas com os olhos marejados de preocupação. — Mariana, você tá bem? Ele te machucou? — a voz dela saiu abafada, com o coração na boca. Respirei fundo. Me sentei devagar, puxando o lençol até os ombros. Abaixei os olhos, sentindo o peso da vergonha e da confusão. Mesmo assim, falei: — Doutora... eu estou bem. — Mas está no quarto dele. Ele te obrigou? — Não, eu fiz um combinado com ele, e... deixei o Ezequiel me tocar. Ela arregalou os olhos. Sentou-se na beirada da cama, tentando controlar a expressão, mas não escondeu o susto. — Como assim? Ele... ele não te forçou? Balancei a cabeça. — Não. Na verdade, eu... eu fiquei excitada ao vê-lo no banho, depois dormindo ao meu lado. Foi estranho. Senti medo..., mas também desejo. Eu mesma comecei
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Presa
Capítulo 43 Ezequiel Costa Júnior O carro parou em frente a uma casa que minha memória se recusava a reconhecer. Era grande, bem cuidada, cercada por árvores que abafavam os sons da rua. Mauro saiu do lado do passageiro, apontando com um leve gesto de cabeça. — É aqui. Desci devagar, os olhos varrendo cada detalhe, mas nada ali me era familiar. A porta da frente abriu antes que eu batesse, revelando uma mulher de cabelos presos num coque simples, com um sorriso sereno. — Don Ezequiel. Seja bem-vindo. Aquilo me pegou de surpresa. Uma prisioneira feliz? Ou uma atriz muito bem treinada? — Onde está a Sara? — perguntei direto. — Foi cuidar de um assunto seu — ela respondeu com calma. — Umas moças que o senhor pediu pra manter sob custódia. Logo ela volta. Me perguntei porque pedi isso a ela? E que tipo de relacionamento temos? Porque a última coisa que me lembro é de quando esteve na minha cama. Entrei, relutante. O interior da casa era limpo, organizado, como um
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Quem fez isso?
Capítulo 44 Ezequiel Costa Júnior Caminhei até o portão com passos firmes, ainda com o sangue pulsando do confronto interno que vinha travando. Um dos seguranças manteve a arma próxima ao corpo, atento ao homem parado do lado de fora. Assim que me viu, o sujeito ajeitou o paletó surrado e se aproximou com respeito, mas sem medo nos olhos. — Estou procurando o agente do Don Ezequiel. — A voz dele era rouca, como quem fumava desde o berço. Fiquei em silêncio por um momento. A cabeça deu um estalo estranho. — Eu sou o Don Ezequiel — respondi, estreitando os olhos. O homem me olhou com estranheza, como quem escutava uma piada fora de hora. Ia abrir a boca de novo, mas uma sombra se projetou ao meu lado. O Consigliere. — Perdoe nosso amigo aqui — disse ele, colocando uma mão paternal no meu ombro, como se isso fosse normal. — Ele sofreu um pequeno acidente. A cabeça ainda está… confusa. Mas já está quase tudo sob controle. No que posso ajudar? O homem pareceu hesitar
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Já te vi antes
Capítulo 45 Ezequiel Costa Júnior Entrei no quarto com Mariana nos braços. Ela era leve demais, frágil demais. Como se o mundo tivesse esmagado cada pedaço dela e agora me restasse tentar juntá-los um a um. Fechei a porta atrás de mim com um estalo e caminhei até a cama. Deitei-a com cuidado sobre os lençóis e me ajoelhei ao lado. Ela tremia. Não me olhava. Só se encolhia, como se tudo ao redor fosse ameaça. — Mariana... — minha voz saiu baixa, quase implorando. — O que aconteceu com você? Nada. Nem um som. — Quem fez isso? Foi alguém daqui? Ela apenas se encolheu mais. O silêncio dela me feria de um jeito que eu não conseguia explicar. O sangue já fervia dentro de mim, mas lutei contra o impulso de levantar e sair quebrando tudo. Eu precisava entender. Precisava ter certeza. — Eu... — engoli seco. — Eu te fiz alguma coisa? Ela balançou a cabeça, negando. Um alívio estranho atravessou meu peito. Não era culpa minha. Não diretamente. Mas ainda assim, eu me sen
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