...Ethan...O céu já estava pintado de tons rosados quando saímos do hospital.O sábado que começou com promessas doces, se transformou num redemoinho de emoção, tensão e, por fim, numa espécie de paz inesperada. Meu pai estava estável. Camila seguia ao meu lado. E, por mais paradoxal que fosse, eu sentia que estava exatamente onde deveria estar.— Te deixo em casa? — perguntei, enquanto dirigíamos.Ela hesitou por um segundo, depois respondeu:— Só se você subir comigo.Sorri.— Com prazer....Camila...O cheiro do hospital ainda estava preso ao fundo da minha garganta. Aquele aroma ácido, asséptico, que me lembrava dor, silêncio e vigilância. Eu não conseguia tirar da cabeça o olhar do pai de Ethan. Mesmo debilitado, cercado por tubos e máquinas, ele parecia me enxergar por dentro. Como se soubesse exatamente quem eu era e o que sentia pelo filho dele.E aquilo me deixou desconcertada.No carro, de volta ao meu apartamento, eu fiquei em silêncio, olhando a cidade correr pela janela.
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