Antonieta saiu pela lateral da casa, para não ser vista pelo casal Spinelli, que conversavam no terraço da frente. Ela pegou a lancha e partiu. Silla foi mesmo para o seu apartamento, abriu as janelas e respirou o ar que vinha lá de fora. Chegou a provar a sensação de liberdade, de ter seu próprio Lar. Não fosse uma ligação pelo celular, estaria tentada a ficar uns dias naquele lugar. — Aconteceu alguma coisa, dona Caterina?— ela falou surpresa e curiosa. — Antonietta está indo atrás de você. Ela saiu sem que eu tenha visto, mas Giglio ficou sabendo pelos seguranças, assim que chegou e me avisou. Prepare o seu show. Lembre-se que o seu casamento está em jogo! Silla respirou fundo. Por um momento, esqueceu desse acordo. Pensava seriamente em ficar um pouco por ali, desfrutar da paz que podia sentir sem a pressão de Caterina. Antonieta chegou bufando. Passou facilmente pela portaria, pois já era conhecida. Tocou a campainha e a Silla demorou muito par

— O quê…— minha voz sumiu. Silla parecia não perceber que eu não estava bem, e se sentia à vontade para falar do assunto que me machucava. — Eu não imaginava que ele ainda viria! Foi uma surpresa boa, saber que ele se preocupou comigo. O sorriso irônico, ou doentio, me paralisava. Comecei a acreditar que a Silla não estava bem. Pensei que pudesse se tratar de carência. Ela e Antonieta foram muito amigas no passado, ainda eram, na verdade. Antonieta tinha uma dívida com ela, por ter sido acolhida num momento de fragilidade. Para Silla, recomeçar sozinha agora, devia estar sendo bem difícil. — Você não pensa em se casar, ter filhos? — eu fui sutil, no auge da minha insegurança. — Claro!— Ela foi espontânea. Ficamos nos olhando. Eu surpresa, boquiaberta, e ela sorrindo misteriosa. — O quê? Você não acredita? — Eu… acho que sim. Um clima estranho, me deu até um arrepio! Tentei levantar da pedra, senti uma tontur

— A Gina te falou isso?— Giglio estava surpreso. Antonieta se balançou desconfiada. — Você não respeita a sua namorada não, seu velho safado? Giglio puxou a cintura de Antonieta e a beijou. Ela correspondeu prontamente. Depois do beijo, foram parar dentro do quarto dele, na cama mais especificamente. — Eu devo ter falado o seu nome dormindo — Giglio disse ofegante, por cima de Antonieta. — Mas ela é sua namorada, isso não está certo!— Antonietta tentou empurrá-lo, mas ele sabia que ela queria ficar ali com ele. — Para que fugir? Se veio até aqui é porque está querendo isso tanto quanto eu! Antonieta ainda o empurrou novamente. Dessa vez com um pouquinho mais de força, e conseguiu se afastar um pouco. — Eu tenho namorado, você sabe! Não se faça de bobo!– ela disse se recompondo. Quando ela fez menção de sair da cama, Giglio a surpreendeu. — Parece que ele esqueceu desse detalhe. Ou será que foi você?— Ele insinuou malicioso. An

Ele subiu os degraus devagar, vendo que a moça se colocou na sua frente. Ela estendeu uma mão e ele a beijou, num gesto cavalheiro. Ele nunca se comportou assim, nem comigo, nem com Cath. — Diogo Valente, ao seu dispor! Naquele momento, ele ficou aliviado por ter perdido um tempo a mais, escolhendo o terno que vestiria para se apresentar ao chefe. — Meu nome é Emma! O sotaque dela logo o atraiu. — É um belo nome, senhorita. Caterina se aborreceu, com a cena à sua frente. — Deixe o rapaz trabalhar, Emma. Meu filho o espera. A moça sorriu maliciosa e deu passagem para Diogo. — Com licença!— ele ficou um tanto atrapalhado, ao se dar conta de que estava diante dos velhos Spinelli. Emma se curvou para acompanhar o rapaz com os olhos, até vê-lo virar, enquanto batia na porta do patrão, sem tirar os olhos dela. Caterina ficou fora de si ao perceber o flerte entre Diogo e Emma. — Emma! Você viajou horas para impedir que o

Matteo nem sequer desconfiava do que se tratava. Talvez por minha mãe estar lá, ele pensasse que nada me abalaria. — Podemos conversar no escritório— ele sugeriu calmamente. Minha mãe se colocou atrás de nós, o que deixou Matteo intrigado. — Aconteceu alguma coisa?— Ele perguntou olhando para trás. — Minha mãe gostaria de participar da nossa conversa— expliquei. Então ele abriu a porta e nos deu passagem. Entramos, e nos sentamos em poltronas, na frente da mesa. Matteo ficou parado, encostado à porta já fechada, por algum tempo. Ele nos observava, tentando entender o que estava acontecendo. — Podem falar!— A voz dele era grave, seca. Eu sabia que era bem à cara dele intimidar o oponente, quando se sentia pressionado. — Por favor, Matteo, sente-se!— falei, suspirando nervosa. Ele avançou em passos largos, até se acomodar na sua cadeira giratória. O semblante dele estava fechado, ele sentia que iríamos desagradá-lo. — Seja