Naquele momento, na estrada que cercava o condomínio.O homem permanecia dentro do carro, observando de tempos em tempos os seguranças que passavam com uniformes impecáveis, cada um empunhando cassetetes elétricos.E não eram guardas comuns. Todos eram altos, fortes, lembrando mais seguranças particulares do que simples vigilantes.Ele, claro, já imaginava o motivo: a pessoa-alvo tinha um grande apoio por trás. Além disso, os seguranças haviam sido trocados de repente naquela manhã.A mão que agarrava o volante se fechava com força crescente. A missão se tornava cada vez mais difícil. O esquema de proteção parecia perfeito, sem brechas, e ele simplesmente não encontrava maneira de agir.Agora entendia por que o contratante de Vinícius tinha pago tanto dinheiro para eliminar apenas uma pessoa, porque, de fato, não era nada fácil.Já não podia sequer estacionar diante do portão do condomínio para vigiar. Permanecer parado por muito tempo levantaria suspeitas.Não havia outra saída: preci

De um lado, os homens discutiam negócios com entusiasmo; do outro, as mulheres trocavam conversas leves e divertidas. Mas, afastada do burburinho, na mesa mais ao canto, estava Letícia.Ela bebia pequenos goles de champanhe, entediada, já pensando em ir embora.Que pretendente encontraria ali? Todos os jovens da noite já tinham sido sugados pela órbita de Vitória, girando em torno dela como mariposas em volta da chama.Olhou discretamente para o irmão, que ainda estava imerso em diálogos importantes. Suspirou. Não restava outra opção a não ser esperar mais um pouco. Planejava apenas se despedir e sair antes da hora.Ali estava, sozinha, isolada no canto.Do outro lado, Vitória recebia uma taça oferecida por uma das jovens que tentava agradá-la. No mesmo instante, com o canto dos olhos, avistou Letícia.Vendo-a sozinha, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. Uma ideia tomou forma em sua mente.Se fosse diretamente humilhá-la, o impacto seria maior, sem dúvida. Mas, com Renato prese

Com a ajuda dele, Letícia chegou até a sala de descanso nos bastidores. Entrou para trocar de roupa, enquanto Renato mandava alguém buscar remédios.Quando saiu, não esperava encontrar o homem ainda ali, segurando um spray e uma faixa de gaze nas mãos.É claro que não imaginava que uma figura como Renato fosse se dar ao trabalho de cuidar pessoalmente do seu ferimento. Por isso, estendeu a mão para pegar os itens.— Obrigada. — Disse.Renato lhe passou os objetos e perguntou:— Precisa que eu peça alguém para levá-la ao hospital?Letícia balançou a cabeça.— Não é nada sério. Descansando um pouco já melhora.Ele assentiu. Prestes a se retirar, Letícia olhou para a sua silhueta e, de repente, deixou escapar:— Ei…O som saiu, mas ela parou logo em seguida, sentindo-se um pouco sem jeito. Antes, falaria assim sem pensar. Mas agora, depois de ter recebido ajuda, soava indelicado.Quando Renato virou-se de volta, ela corrigiu:— Sr. Renato.Ele a encarou em silêncio.— O senhor me ajudou p

Ao ouvir aquele nome, principalmente as palavras “Sr. Renato”, o rosto de Carolina mudou bruscamente. Lembrou-se de que, de fato, o próprio Renato havia intervindo a favor de Letícia mais cedo.— Você tem o direito de ficar em silêncio. — Disse a secretária com um sorriso frio. — Mas saiba que o peso da família da Srta. Letícia não é algo contra o qual a sua poderia resistir.Ela fez uma breve pausa e continuou, com uma calma gelada:— Além disso, o Sr. Renato mantém uma relação muito próxima com a família Martins. Portanto, nem seria necessário que eles se movessem. Eu mesma cuidaria do problema por ela.As palavras caíram como uma sentença. O rosto de Carolina empalideceu por completo.Então era isso… A secretária de Renato tinha vindo em nome dele, para defender Letícia.Mas… Não era Vitória quem vivia dizendo que o irmão não suportava Letícia? Que jamais permitiria que ela tivesse espaço algum na família Cardoso?— Vai continuar calada? — A voz da secretária soou cortante, quase le

Do lado de fora do salão.Eduardo saiu e ligou para a irmã. Assim que ela atendeu, foi logo perguntando sobre o ferimento.Na casa de Beatriz, Letícia ficou surpresa ao ouvir a preocupação do irmão.— Eu ainda nem tinha te contado, mano… Como é que você soube? — Logo lhe ocorreu a única explicação possível. — Foi o Renato quem te falou?— Sim. — Respondeu Eduardo.Letícia disse que o tornozelo estava bem, já tinha ido ao hospital e não passava de uma torção simples, nada de grave com ossos ou ligamentos.Eduardo só então respirou aliviado. Se fosse fratura, não deixaria passar apenas com um pedido de desculpas.Ele contou a ela o que Renato lhe dissera.Assim que ouviu, Letícia explodiu:— Eu sabia! Como é que aquelas malucas apareceriam do nada pra me atacar? Só podia ser armação da Vitória!Do sofá, Beatriz virou-se imediatamente, atenta à revelação.Enquanto isso, Letícia seguia falando ao telefone com o irmão. Eduardo contou que já havia exigido desculpas e compensação.— Só descul