Caio e Sophia se entreolharam, alarmados, quando a voz de Benjamim ecoou do outro lado da porta.— Sophia, você está acordada? — chamou ele, batendo novamente.Caio ficou rígido, frustrado. Era a segunda vez que Benjamim interrompia um momento íntimo entre eles. Tentando se levantar rápido da cama, ele tropeçou e caiu no chão com um baque, fazendo um barulho que ecoou no quarto. Sophia, com o coração acelerado, vestiu a blusa do pijama às pressas e fez sinal para que Caio se escondesse atrás da porta.Ela abriu a porta apenas o suficiente para conversar, bloqueando a entrada de Benjamim.— Já estava indo dormir. O que foi? — perguntou, tentando soar casual, mas com um toque de impaciência.Benjamim franziu a testa, desconfiado.— Que barulho foi esse que ouvi?— Estava fazendo exercícios — respondeu Sophia, sem hesitar, embora seu tom fosse um pouco forçado. — Mas o que você quer mesmo?Benjamim cruzou os braços, o olhar sério.— Sabe se aconteceu alguma coisa no passeio de vocês hoje

Em outro canto da cidade, Marcos sentou-se na beira da cama, no apartamento que mantinha para seus encontros. Ele evitava hotéis, sentia-se exposto neles. Vestiu a boxer e se levantou, lançando um olhar para a mulher nua que dormia em sua cama.Dirigiu-se à janela do quarto, precisava fumar. Não era um fumante habitual, mas recorria ao cigarro em momentos de nervosismo e frustração, exatamente como se sentia naquele momento.Marcos olhou novamente para a mulher deitada. Ela era bonita e sensual, como a maioria das mulheres com quem se envolvia, mas ele não entendia o que tinha acontecido naquela noite. Ele não conseguiu se concentrar, e sua performance ficou aquém do que costumava oferecer.Ele tentava compreender o que o incomodava. Durante o sexo com aquela mulher, percebeu que sua mente vagava para o sorriso debochado de Alice e para o momento em que ela caiu sobre ele. Desviou o olhar da garota na cama e fixou-o numa pequena caixa de madeira sobre a cômoda. Lembrou-se da mão de Al

A pior parte era que Marcos não sabia por que aquilo o incomodava tanto, já que ele mesmo tinha dito que não aconteceria nada entre eles. Ela parecia séria enquanto ouvia as explicações de Caio, mesmo chupando um pirulito, como era de costume.Depois de tudo explicado, os dois conferiram as armas e todo o equipamento necessário para a missão. Ela se comportava de forma bastante profissional, aparentando estar focada no que fazia. Também checaram as motos que utilizariam, e os carros de apoio já estavam prontos — agora era apenas questão de aguardar o horário para pegar a estrada.Todos voltaram para a casa de Benjamim, inclusive Alice, pois almoçariam lá antes de seguir viagem para fora da cidade. Ao chegarem, a primeira coisa que Benjamim fez foi procurar Megan. Ele a encontrou nos jardins dos fundos, distraída e pensativa, mexendo em algumas folhagens.Megan não conseguia acalmar seus pensamentos e paranoias, e não percebeu que alguém se aproximava. Ela não sabia que Benjamim já tin

Marcos sentia alívio e irritação ao mesmo tempo. Alice colocou a vida em risco de forma imprudente, e, embora não quisesse admitir — nem precisava dizer em voz alta —, ele se preocupou com ela. Aproximou-se dela, levantou a viseira do capacete e falou pelo dispositivo de comunicação.— Qual é o seu problema? O que tem nessa sua cabeça? — perguntou, o medo de que ela se machucasse ou morresse ainda pulsando em seu peito.— Viva a vida, gatinho, viva a vida — respondeu Alice, com um tom provocador.— Exatamente, é para viver a vida, não para se matar, sua idiota — retrucou Marcos, visivelmente irritado com ela.A ordem era clara: o caminhão não podia tombar nem ser danificado naquela operação. Qualquer erro atrasaria a transferência da mercadoria, atraindo atenção indesejada, já que os carros de apoio vinham logo atrás, limpando a bagunça.Alice apenas sorriu para ele, indiferente à bronca. A segunda fase de seu plano de conquista estava funcionando. Ela acelerou a moto novamente, posic

Benjamim entrou no restaurante acompanhado por Caio, enquanto Megan permanecia no carro, consumida pela angústia. Ela não sabia o que acabaria vendo ali, mas manteve-se firme, decidida a ficar.Cerca de meia hora depois, os viu saindo do restaurante. Caio saiu primeiro, seguido por Benjamim e, por fim, Harper. Megan sentiu um frio na barriga e um nó na garganta ao ver aquela mulher ao lado do seu namorado. O pior foi observar Benjamim ajudando Harper a entrar no carro, onde ela se sentou no banco traseiro, ao lado dele, enquanto Caio ocupou o assento da frente, ao lado do motorista.Megan sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas as conteve, recusando-se a deixá-las escorrer. Ver aquela cena doía profundamente, mas ela estava determinada a ir até o fim. Queria saber para onde Benjamim levaria aquela mulher. Com o coração apertado, voltou a seguir o carro que se afastava do restaurante.Enquanto acompanhava o veículo, uma enxurrada de pensamentos inundava sua mente. Por que estava p