Anthony Narrando O silêncio naquela sala pesava mais do que qualquer palavra. Meu pai estava encostado na lareira apagada, com os braços cruzados, a expressão dura. Minha mãe andava de um lado pro outro, inquieta, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Karen estava sentada no sofá, de cabeça baixa, mexendo nas próprias mãos como se aquilo fosse impedir o mundo de desabar. E, ali no canto, como uma sombra carregada de dor e sabedoria, a velha Antonela observava tudo com aquele olhar que parece enxergar além do óbvio.E eu… eu só conseguia respirar fundo pra não sair quebrando tudo.— Nada ainda? — pergunto, com a voz mais baixa do que eu pretendia. Meus olhos estavam fixos no celular, como se de repente uma mensagem da Ana fosse aparecer. Um “tô bem, amor”, um áudio qualquer. Mas o vazio gritava mais que qualquer notificação.— A polícia tá em cima, os investigadores tão cruzando imagens de câmeras da cidade — respondeu meu pai, seco. — Mas quem fez isso não foi amador. Sumiram com e
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