Cap. 91Maya do outro lado, ela também estava sem reação, os lábios entreabertos em um suspiro inaudível, os olhos arregalados de surpresa e, talvez, de um pavor silencioso.O sorriso que adornava seu rosto segundos antes desapareceu, substituído por uma máscara de incredulidade.Naquele vasto salão, a música e os murmúrios se tornaram um eco distante. Maya, paralisada pela visão de Samuel Kan, sentia o coração acelerado. Ele estava ali, ainda mais arrebatador do que em suas memórias, e a incredulidade tomou conta dela. Seus lábios entreabertos em um suspiro inaudível, os olhos arregalados, talvez de um pavor silencioso. Era como se estivessem sozinhos, presos na tensão de um reencontro que Kan nem esperava acontecer.Reunindo a coragem que lhe restava, Maya deu o primeiro passo em direção a ele ao perceber que ele estava travado no mesmo lugar. Caminhou com uma falsa casualidade, um sorriso ensaiado brincando em seus lábios.Ao se aproximar, no entanto, a máscara de serenidade esvaiu

Cap. 93Ela sentiu o ombro formigar, uma sensação que se espalhava rapidamente, ao mesmo tempo em que seu corpo respondia ao toque dele com uma intensidade avassaladora.Sem pensar, a mão de Maya foi ao topo da cabeça de Kan, os dedos se enroscando em seus cabelos com uma força instintiva. Aquilo o fez apertá-la ainda mais contra si, os lábios ainda em seu pescoço, sugando o ferimento.Maya gemeu o nome dele, um som que mesclava dor e um prazer inusitado.— Docinho... pare! — ela pediu, a voz quase inaudível.Mas ele não parou. Pelo contrário, apertou-a com mais força, um grunhido gutural escapando de sua garganta, como se tivesse provado algo delicioso, ela gemeu mais alto pressionando o quadril contra o dele, sentindo seu corpo rígido.Quando tudo terminou Ele finalmente afastou o rosto do pescoço dela, e Maya, com o rosto vermelho e a respiração irregular, olhou para o ombro. Onde antes havia um ferimento, agora existia apenas uma marca vermelha e pálida.— Você me curou? — ela perg

Cap. 95— Não farei nada que você não queira, Maya. Pode dizer a qualquer momento. — Kan sussurrou, sua voz grave e cheia de uma sinceridade inesperada. — Já fiz coisas das quais me arrependo, com frieza, e não quero que se sinta assim.Maya o encarou, os olhos marejados por uma emoção complexa.— Eu... eu confesso que só fiz isso uma vez, e foi a pior experiência da minha vida. Tenho um pouco de medo. Mas, diferente daquela vez, eu quero me entregar nos seus braços.Um sorriso terno, quase reverente, surgiu nos lábios de Kan. Ele a beijou novamente, um beijo suave e reconfortante, que falava de promessa e desejo contido. Enquanto seus lábios se moviam nos dela, Maya sentiu as mãos de Kan deslizarem, afastando sua peça íntima com uma lentidão torturante.Um arrepio percorreu seu corpo quando o dedo dele pressionou, encontrando o ponto certo. Um gemido convulsionou em sua garganta, e ela se arqueou na cama no mesmo instante em que ele abocanhou seus seios novamente, mordiscando e sugan

Cap. 97A manhã avançava lentamente quando Soraya chegou ao restaurante reservado, onde Kan aguardava com um copo de café intocado à sua frente.Ele estava inquieto, os dedos tamborilando sobre a mesa de madeira escura, os pensamentos consumindo cada centímetro de sua paciência.Assim que Soraya entrou, com seu andar elegante e olhar afiado — sabendo exatamente o que ele queria — Kan se levantou, puxando a cadeira para ela, não por gentileza, mas por urgência.— Soraya, aposto que já sabe sobre o que eu quero falar, certo? — perguntou, a voz baixa, quase áspera.— Por que não é direto ao assunto? Não precisamos de formalidades. — Ela disse, mantendo o sorriso de canto.— Mayara… além de minha companheira, ela é a mãe das crianças. Dos meninos que eu estava procurando.Soraya arqueou uma sobrancelha com um leve sorriso — o tipo de sorriso que irritava Kan por parecer que ela sempre sabia mais do que ele.— E você precisou de quanto tempo pra perceber isso? — provocou, sentando-se com n

Cap. 99Ponto de vista de Maya.Ao entrar na minha sala, fechei a porta com um estalo suave, abafado mas, para mim, soou como um trovão dentro do silêncio.O ar parecia está me sufocando saturado do perfume que ainda carregava dele como se tivesse grudado em minhas narinas.Caminhei até a mesa, depositei os papéis com uma delicadeza absurda, como se cada folha fosse capaz de denunciar o caos que latejava dentro de mim.— O que há de errado comigo agora? — murmurei ofegante.Levei uma das mãos ao peito, sentindo o coração bater tão rápido que era quase doloroso. A outra mão apoiei na beirada da mesa, firme, tentando me recompor sentido como se todo meu corpo estivesse queimando.— O que estou fazendo? — murmurei para o vazio. meus pensamentos estavam me levando a memorias que eu tentei a semana inteira não reviver, mas lá estavam elas, me atormentando enquanto eu tentava apenas ignorar, Eu sabia o quanto era errado desejar alguém que não era só meu, mas meu corpo não quer saber disso.