Clarice estava absorta em seus pensamentos quando ouviu a voz de Jaqueline do lado de fora da porta: — Clarinha, você já acordou? — Acabei de acordar, e você já chegou! Entra logo. — Clarice respondeu enquanto abria as cortinas. Assim que ela terminou, Jaqueline empurrou a porta e entrou no quarto. Ao ver Clarice sentada na cama, Jaqueline correu até ela e se jogou em seus braços. — Clarinha, ontem à noite eu estava bêbada! Não machuquei sua barriga, né? — Jaqueline disse, aflita. Clarice a abraçou e respondeu com um sorriso: — Eu até te perguntei se queria tomar banho, mas você insistiu em ir para o quarto de hóspedes porque disse que tinha medo de me machucar se dormisse comigo. Parece que, mesmo bêbada, você ainda estava bem consciente! Na noite anterior, Jaqueline realmente não causou nenhum problema. Apesar de ter bebido, foi incrivelmente cuidadosa, preocupada com os bebês de Clarice. Mas Clarice sabia que, se fosse Simão a estar ao lado de Jaqueline, as coisas teri

A pergunta foi feita, e do outro lado da linha, a mulher permaneceu em silêncio por um momento antes de responder com uma voz baixa, mas carregada de uma firmeza inegável: — Sabe quem são essas pessoas? O mordomo balançou a cabeça, com as sobrancelhas franzidas e um olhar de arrependimento passando rapidamente por seus olhos. — Por enquanto, ainda não sabemos quem são, mas vi que há muitas pessoas. Estou preocupado com a segurança de todos aqui... — Ele começou a falar, mas, de repente, pareceu perceber algo. Sua expressão ficou ainda mais constrangida, e a voz abaixou. — Me desculpe, Sra. Clarice, eu... Eu esqueci que a senhora e o Sr. Sterling já... O silêncio tomou conta da ligação, e o mordomo pensou por um momento que Clarice havia desligado o telefone. Mas, antes que pudesse confirmar, ouviu a voz dela novamente, firme e decidida: — Ative imediatamente o plano de emergência e garanta a segurança de todos na casa. Descubra quem são essas pessoas e por que estão aqui. E l

— Chefa, a pessoa que veio te procurar está na sala de reuniões. — Karina informou, apontando discretamente na direção da sala. Jaqueline apertou os lábios antes de responder: — Certo. Pode voltar ao trabalho. — Ah, antes que eu esqueça, tenho uma fofoca. — Karina se inclinou levemente para sussurrar. — Fiquei sabendo que o Grupo Davis acabou de concluir um novo empreendimento. Eles vão abrir licitação para o projeto de paisagismo do jardim. Que tal tentarmos? — As exigências do Grupo Davis são altíssimas. Um estúdio pequeno como o nosso não teria chance. Deixa isso para lá. Vai, volta para o trabalho! — Jaqueline respondeu com um sorriso tranquilo, sem levar a sugestão a sério. Mesmo que conseguissem fazer um bom projeto, o pequeno porte do estúdio não atenderia aos critérios necessários. — É uma pena! — Karina suspirou baixinho, lamentando a oportunidade que poderia colocar o estúdio em destaque no mercado. Jaqueline apenas sorriu e seguiu para a sala de reuniões. O i

— O que foi? — Clarice perguntou, enquanto massageava levemente o pescoço dolorido. — Sterling está providenciando os documentos para mandar Teresa para o exterior. Parece que ela vai viajar em breve. — A voz do outro lado da linha diminuiu, como se temesse que Clarice ficasse abalada com a notícia. — Entendi. — Um sorriso irônico apareceu no rosto impecável de Clarice, enquanto ela falava calmamente. — Continue acompanhando essa situação para mim. Qualquer novidade, me avise imediatamente. — Você... Está bem? — O homem perguntou, com cuidado evidente. Clarice sorriu, sua voz soou tranquila: — Estou bem, pode ficar tranquilo. Ela sabia que seus sentimentos por Sterling já haviam ficado no passado. Agora, ouvir qualquer coisa sobre ele não causava mais nenhum impacto emocional. O que a fazia refletir era o quanto Sterling era bom para Teresa. Ele sempre estava nos bastidores, pavimentando o caminho para ela, eliminando todos os obstáculos. Sterling confiava em Teresa ceg

Sterling respirou fundo, tentando manter a calma, e perguntou com a voz grave: — O que aconteceu? — A polícia apareceu na Villa Serenidade. Eles querem me levar, Sterling, por favor, me salva! — Teresa chorava enquanto falava, sua voz soava incrivelmente vulnerável, quase desesperada. — Não entre em pânico. Vou fazer uma ligação. — Sterling respondeu antes de encerrar a chamada. Com o celular ainda na mão, Sterling relembrou os e-mails que havia recebido recentemente. Se Teresa realmente tivesse feito tudo o que diziam, talvez ela merecesse estar na delegacia. Era a primeira vez que Sterling começava a duvidar das palavras de Teresa. Enquanto isso, do outro lado da linha, Teresa segurava o celular com força. O medo consumia seu coração, porque aquela pessoa já havia desistido dela. Se Sterling também a abandonasse, as consequências seriam catastróficas. — Não, isso não pode acontecer! — Teresa murmurou para si mesma. Ela sabia que precisava agir para se salvar. Respir