— Faz muito tempo você trabalha para eles? — Não. Entrei aqui quando a princesa Mildred tinha apenas dezesseis anos.Algo ao longe chamou a atenção de Laika, e ela desviou o olhar da mulher. Poeira se levantava no oeste, e ela ouviu cascos de cavalos ao longe. Matilda seguiu seu olhar.— O que é aquilo? — Perguntou a garota. — Algumas pessoas estão cavalgando em direção ao oeste. Preciso descobrir quem são. — Vou com você. — Melhor ficar aqui, não vou precisar de ajuda lá. — Laika começou a liberar sua loba, mas as palavras seguintes de Matilda a detiveram. — O oeste é uma rota de fuga. Há um mar no final, e tenho certeza de que quem planeja fugir de barco é um nobre. A única pessoa que pode ordenar que um barco seja preparado imediatamente é o rei. Ele está fugindo.Laika encarou a mulher por um momento, ponderando se deveria confiar nela, mas acabou cedendo e assentiu.— Vamos pedir que o Karim e o Morpheus o persigam. "Karim?" Laika chamou através do elo mental. "Sim?" "O rei está f

— O que... o que está acontecendo? Por que ele está aqui? — Apontei para o rei caído no chão, com aparência derrotada.— Ele tem algo para te contar. — Respondeu Karim.— Tudo o que ele sempre quis foi minha morte. Confiei na mulher que pensei ser minha mãe todo esse tempo, achando que ela estava sob o controle dele, mas os dois eram cúmplices.— Eu jamais poderia machucá-la. Você é minha filha. — Declarou o rei.Meu queixo caiu, e meus olhos se arregalaram de espanto. O quarto parecia girar ao meu redor. Do que ele estava falando?— Sinto muito que você tenha passado por todos esses problemas porque escondi a verdade por tanto tempo. — Ele continuou. — Fui forçado a concordar com os planos de Penelope porque ela guardava um segredo obscuro sobre mim.— O nome dela é Camilla. — Interrompi.— Esse é o nome que ela usava. O falecido rei, o homem que você conheceu como seu pai, deu esse nome a ela porque sua verdadeira mãe era Camilla.A confusão tomou conta de mim, e eu lutava para compr

MORPHEUS Eu me movia silenciosamente pelo corredor mal iluminado do palácio, o mais quieto possível, tentando evitar chamar atenção ou causar qualquer perturbação com minha partida não anunciada. Todos descobririam minha ausência quando acordassem. O palácio permanecia em silêncio, embora ecos distantes de risadas femininas e uma voz masculina profunda flutuassem através das paredes. Laika e Karim, eu sabia. Eles pareciam perfeitamente combinados, uma percepção que tinha me escapado até agora.O céu noturno, desprovido do brilho da lua, estava adornado com incontáveis estrelas, e dava ao céu uma grandeza majestosa. Os guardas na entrada do palácio não me fariam perguntas, até porque não havia guardas espreitando na varanda. A única fonte de luz vinha das tochas flamejantes fixadas nas paredes. A brisa noturna fresca agitava meus cabelos enquanto eu descia os degraus da varanda. Gotas de chuva tocavam levemente meu rosto, e eu observei o céu estrelado. As nuvens da noite tinham tornado

MILDREDPor dois dias, me vi dividida entre emoções conflitantes em relação a Morpheus, então me mantive distante dele durante esse período. A escolha entre perdoá-lo e deixá-lo sair da minha vida para sempre pesava fortemente no meu coração. Ele me arrancou mais lágrimas do que qualquer pessoa desde que o conheci, mas não sabia se poderia me perdoar se Morpheus voltasse a uma vida cheia de culpa e continuasse se punindo. Por mais irritada que estivesse com ele, não podia negar o fervor que ele me despertava, e não podia anular todas as coisas boas que ele fez por mim por causa de um erro que cometeu no passado. Mesmo sabendo que ele devia ter me protegido para aliviar sua culpa, eu ansiava por estar com ele novamente. Então, naquela noite, tomei a decisão de vê-lo, uma escolha pela qual mais tarde seria grata. Eu quase teria perdido Morpheus se tivesse chegado um minuto depois.Ao me aproximar do quarto dele, ouvi a voz do Alfa Karim. A reconciliação sincera deles me comoveu até as lá

— Você vai ficar aí deitada admirando minha perfeição o dia todo, ou vai reivindicar sua coroa? — Ele murmurou e abriu os olhos. Inclinando-se, depositou um beijo preguiçoso em meus lábios.Meu coração disparou quando me lembrei da cerimônia de posse hoje, e das damas que já deviam estar me vestindo. Suspirei e gemi. — Será que posso escapar disso?— Não, princesa, você não pode. Você merece isso.— Não posso adiar um pouquinho? — Choraminguei.Ele abriu um sorriso convencido. — Quer continuar praticando como fazer bebês?Assenti de forma infantil, fazendo Morpheus rir. Ele afastou algumas mechas rebeldes do meu rosto e acariciou meu cabelo. — Não se preocupe, teremos todo o tempo do mundo para fazer bebês. Agora, você precisa ser rainha.Ele levantou da cama e me puxou junto, me puxando contra seu peito. Seu cheiro girou ao nosso redor, como brisa dançando. Apoiei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos. Ficamos assim por um momento antes dele se afastar com um grunhido.— Se cont