Scar não imaginava que as coisas correriam tão bem.Ela havia preparado várias outras justificativas e até ensaiado mentalmente seu discurso para convencer Damian, conhecido por sua mão de ferro no tribunal, de que não seria fácil ser persuadido. Mas, talvez, movido pelo desejo de manter a paz com sua irmã perdida há tanto tempo, Damian se prontificou sem nem precisar de um empurrão.Todas as partes estavam organizadas, e agora, entre Scar e o colar, restava apenas o "último minuto".Todos sabem "uma vez, duas vezes, vendido", mas poucos conhecem o fato de que, depois que o leiloeiro anuncia o preço final, os licitantes têm 60 segundos antes que o item seja considerado não vendido. Esse tempo é chamado de "último minuto", pois é a batalha mais crucial entre os licitantes – para decidir, enganar, disfarçar ou esconder suas estratégias em relação ao item.Não se quer revelar as cartas muito cedo, com clareza demais. Alguns aguardam os últimos segundos para fazer sua oferta, enquanto

O show de amor e ódio continua enquanto Scar e Damian discutem. Johnny Vanderbilt levanta sua placa instantaneamente após o anúncio do lance de Anna, ou até mais rápido, e Anna faz uma careta, morde os lábios e lança-lhe um olhar feroz antes de levantar a sua novamente. Seu rosto é como uma tela, mudando de cor em segundos, como se cada um de seus lances fosse uma bomba explodindo em sua face.O telefone toca nesse momento.O celular de Anna toca, quebrando o silêncio na sala, alto e claro. Ela olha para o aparelho com uma expressão indiferente, sem atender. Mas sua mão hesita antes de levantar sua placa novamente.— Quem será que está ligando para ela? — Murmura Scar para Damian. Toda a família de Anna está ali ao seu lado. Seus pais morreram anos atrás. Então, quem poderia ser tão importante para ela a ponto que uma ligação pudesse fazê-la hesitar em sua decisão?Vendo tudo isso, Johnny Vanderbilt levanta sua placa novamente, desta vez anunciando ele mesmo: — Dois bilhões.As lá

Com Ava e Jack Fuller à porta da frente, Scar nem sequer sai do elevador, permanecendo ali, na garagem subterrânea. Ela está tão imersa nas palavras de Damian que mal consegue sair antes que a porta se feche.— Você é muito parecida com a mamãe.Foi isso que ele disse. Mesmo agora, o coração de Scar bate mais rápido ao lembrar. Será que é? Ela não se lembra de ter sido acolhida nos braços daquela mulher. Não lembra da casa onde ficou por um tempo. Não se lembra sequer do acidente de carro que deveria ter deixado alguma impressão, mesmo em sua mente infantil.Mas ela cresceu e se tornou uma mulher muito parecida com a mãe, que parecia um anjo?O que ela disse? Ficou tão atordoada que apenas murmurou: “Sempre imaginei que ela fosse uma dessas...”Essas mulheres elegantes. Aqueles tipos de mulheres que se sentariam em um café às 3 da tarde, observando a rua pela janela, com um café de 20 dólares na mão.— Como uma dama, é? — Damian sorri, vendo a insegurança dela. — Não... Bem longe

— Por que tenho que fazer isso sozinha?! — Scar resmunga, lançando um olhar fulminante para Silco.Sentado no sofá de forma casual, com as pernas cruzadas, Silco olha para Scar por cima dos papéis que lê, divertido. Há pouco tempo, a garota chorava em seus braços, e agora ela está como um gatinho com o rabo pisado.— Eu posso mandar o Arthur! — Scar faz beicinho.— Se você conseguir dar ordens a ele... — Silco responde quase suavemente, mas a risada em sua voz é bem evidente.Scar revira os olhos.— Eu só... Eu... — Scar fala apressada, mexendo-se impacientemente. — Você já desistiu da empresa do Sebastian, então por que está tornando esse último passo tão difícil para mim?!— Desculpe, eu não sabia que entregar um cartão em um prédio de escritório chique, com um motorista à sua disposição o tempo todo, seria uma tarefa horrível. — Silco responde, ainda com aquele sorriso irritante.— VOCÊ SABE que não é disso que estou falando! — Scar grita, irritada. Se antes ela se sentira gr

Preparada para essa pergunta, Scar responde rapidamente, sem hesitar:— Não podia arriscar que alguém ajudasse a Ava a pegar o colar da minha mãe. Esse foi o motivo.A resposta dela apaga a luz agradável nos olhos de Sebastian.— Eu sei... — Sebastian acena com a cabeça devagar, escondendo a decepção no olhar. — Mas você não precisava vir me ajudar por causa disso, precisava?Scar solta um bufar frio.— Estou fazendo isso pela vovó, não por você.— A vovó me expulsou da empresa por causa do que aconteceu há cinco anos. — Sebastian solta uma risada suave. — Tenho quase certeza de que ela seria a última pessoa que gostaria que você me ajudasse agora.Scar levanta as sobrancelhas. Não imaginava que a vovó seria tão cruel com Sebastian, mas, por outro lado, não havia muitos que conseguissem tirar o título de Sebastian tão facilmente.— O que você disse a ela? — Scar franze o cenho.Scar culpava Sebastian apenas por ter confiado na pessoa errada. Legalmente, ou em qualquer outro aspe