Na noite fatídica, cinco anos atrás, Sebastian quase perdeu as duas pessoas de quem mais gostava. Sua esposa e o bebê que ela carregava, um bebê que ele nem sabia que existia. Ele passou todo o tempo que podia, depois de cuidar do bebê e de Scar, tentando encontrar a pessoa que invadiu a casa. Sabia tanto quanto a polícia, senão mais do que ela. Foi por isso que o policial não prendeu Ava.Ela não era a culpada.Ava não cortou o pulso quando foi levada para o hospital. Ela realmente se esgueirou para fora do quarto e voltou pela janela. Tudo isso era verdade. Scar acusou Ava de estar na casa, fornecendo evidências detalhadas sobre quando ouviu barulhos na casa e o que aconteceu depois, e a polícia seguiu essa linha de investigação. Na verdade, foi fácil descobrir como a pessoa invadiu a casa sem disparar o sistema de segurança.A impressão digital de Ava foi registrada como a última visita, exatamente no momento em que o roubo aconteceu.Mas foi justamente o testemunho de Scar que

Era o carro que seguiu Scar para fora da casa de leilões.Ela deveria ter percebido. Mas, distraída demais, não notou que eles estavam nos seguindo desde antes. Não foi um mal-entendido. Eles ESTAVAM seguindo ela e ESTAVAM atrás de algo.Os arquivos!— Fora, do carro! — O motorista saiu do nosso lado e agora está do lado da porta de Scar. Sua arma apontava diretamente para a cabeça dela.— Arthur? Arthur, você está bem? — Scar abriu a porta lentamente, aproveitando a oportunidade para perguntar pelo seu fiel motorista.Arthur desmaiara no banco do motorista.— Fora, agora! — O homem exigiu novamente, batendo com pressa na janela dela.— Foi o Jack Fuller quem te mandou, não foi? — Scar saiu do carro, colocando uma máscara de calma. — Por mais que ele esteja te pagando, eu posso dobrar o preço.— Não sei do que você está falando. — O homem respondeu impaciente. — O que eu sei é que você tem que vir comigo.— Eu. — Scar queria tentar mais uma vez, mas a arma quase entrou em sua

O quê?!Tudo aconteceu tão rápido que Scar nem teve tempo de processar. Seu corpo se move antes que sua mente consiga acompanhar. Suas pernas mal conseguiam acompanhar o ritmo dele. O que ela sabia, no entanto, era que Sebastian estava segurando suas mãos com força, sua palma quente e firme.— Cuidado! — Sebastian chutou a porta dos fundos do armazém, bloqueando o impacto da porta, enquanto gritava para Scar. — Por aqui!Eles viraram à esquerda logo após saírem pela porta, embora a saída levasse a um grande pátio.Por quê? Eles estariam armados? Scar achou engraçado que sua mente estivesse cheia de pensamentos inúteis, mas que não conseguia processar o que estava acontecendo nem o que fazer em seguida, quando tentava.— Você acha que consegue escalar o muro se eu te colocar no meu ombro? Scar?!Foi só quando o grito de Sebastian a trouxe de volta à realidade que Scar percebeu que ele já a havia conduzido até o muro do pátio. Ela não conseguiria. O muro tinha mais de quatro metros

Sebastian se esgueira rapidamente antes que Scar consiga se recuperar daquele beijo arrebatador. Para não chamar a atenção, Scar precisa observá-lo escorregar pela parede até desaparecer de sua vista. Ela não consegue ver onde ele está depois de apenas um ou dois segundos. Tudo o que sabe é que os dois homens na sala não notaram nada naquela parte da planta abandonada.Mas eles estão se aproximando dela.O armário tem um compartimento embutido na parede, e metade de sua porta está faltando. Pelo que parece, é destinado à jaqueta de trabalho e as ferramentas do faxineiro. Dentro, há uma enorme jaqueta azul pendurada, mas nenhuma calça ou qualquer outra peça de roupa. E no canto esquerdo, uma cesta suja e vazia.Sem se arriscar a fazer qualquer barulho, Scar retira a jaqueta, a coloca sobre a cabeça e se encolhe no canto perto da porta do pequeno armário.A chance de ser vista é a mesma, esteja ela no chão ou dentro do grande armário aberto, caso venham procurar ali.— Não parece qu

O pátio está vazio e silencioso.Pelo que parece, toda a área não está apenas abandonada, mas também sem fornecimento de energia. O crepúsculo pinta uma laranja sangrenta na borda do céu, e, instantaneamente, os prédios se tornam sombrios, sem luz em nenhum lugar.Como um monstro de barriga para baixo, com a boca aberta à espreita de sua presa.Ela tenta procurar um telefone de emergência que talvez ainda funcione, mas se Sebastian já tentou chamar a polícia, isso não ajudaria ninguém. Ela pode tentar escapar da área e procurar ajuda depois de sair. Mas, no momento...Ela não tem ninguém, a não ser Silco, a quem recorrer, embora não saiba se isso não seria o mesmo que se entregar de volta à boca do monstro.Ou, ela pode tentar tirar Sebastian e Arthur sozinha. A tarefa mais difícil e improvável. Não há nenhum carro no pátio, mas eles não poderiam ter chegado ali a pé. Seus carros devem estar por aí, e se ela conseguisse ligar qualquer um deles...Ela mal se lembra de como ligar