Quando ele segurou meu peito, dei um grito de susto e instintivamente agarrei sua mão.Apressada e nervosa, minha voz até mudou de tom:— George, você... O que está fazendo? Você não acabou de dizer que não... Não tem esse interesse?Justo naquele momento, alguém voltou a bater na minha porta.A voz de Michel veio junto com as batidas:— Valentina, abra a porta, sou eu, Michel.Minha cabeça latejou de dor, jamais imaginei que Michel apareceria de novo.Olhei para George, que me encarava com um leve sorriso. Nos olhos dele, antes tão frios, de repente se acendeu uma chama de raiva.Ele soltou minha mão, mas fez questão de apertar meus seios com mais força.Olhei para ele, irritada.Ele respondeu com um sorriso sarcástico e desdenhoso.Michel ainda chamava do lado de fora:— Valentina, abra a porta. Aquele caranguejo grande, eu e minha mãe não terminamos de comer, se deixar para amanhã vai estragar. Então eu trouxe para você. Coma, foi caro, melhor não desperdiçar.George esboçou um sorr

Fiquei paralisado por um momento e, antes que eu pudesse falar, Lilian me viu e logo me chamou.Me aproximei e, ao ver que ela parecia estar sofrendo bastante, não consegui deixar de perguntar:— Lilian, o que acontece com a senhora?Lilian segurava o estômago, suspirou e disse, aborrecida:— Onde você levou o Michel para comer ontem? Aqueles caranguejos enormes que ele trouxe não estavam bons. Depois que o Michel e eu comemos, nós dois tivemos vômito e diarreia. O Michel ainda disse que aqueles caranguejos custaram 3.888 reais, mas tenho certeza de que ele mentiu pra mim, aquilo no máximo vale 388 reais. E Valentina, não é por nada, mas se você não quer gastar muito para dar um bom jantar ao Michel, pode levar ele a um restaurante simples. Agora estamos nessa situação, meu estômago está doendo muito.— Lilian, que tal eu levar a senhora ao hospital para dar uma olhada? — Perguntei de boa vontade.Lilian imediatamente balançou a mão, com um tom de desprezo:— É só dor de barriga, para

Michel voltou a falar consigo mesmo:— Já sei, com certeza é porque ontem, no restaurante, você deixou a namorada dele chateada, por isso ele veio atrás de você para tirar satisfação. Só pode ser isso, senão como aquela moça bonita de ontem saiu sem nem ao menos pagar a nossa conta? Ela se ofereceu para pagar o jantar com tanta boa vontade e você faz questão de deixar ela irritada. Agora, o namorado dela vem tirar satisfação com você.Em meu coração, ri de mim mesma com ironia."Pois é, até o Michel, que é um estranho, entende que a Mariana é namorada do George, percebe que eu provoco a Mariana, e que o George vem cobrar de mim."Engoli o amargor que sentia no peito.Me virei lentamente.Vi o George sentado casualmente numa cadeira de jantar, segurando um cigarro entre os dedos.Quando entrei, já tinha notado que havia uma pessoa sentada ali, mas estava de costas para mim. Eu nunca imaginei que seria ele, por isso não prestei atenção. Se soubesse que era ele, teria dado meia-volta e sa

— O que vocês pretendem fazer para puni-la?Carlos e Enrico trocaram olhares e, por um momento, ambos ficaram sem resposta.Enrico suspirou e disse:— O principal é que ela é arquivista temporária. Os arquivistas temporários, no momento da contratação, assinam um acordo que impede a demissão arbitrária.— Isso, exatamente isso! — Carlos concordou de imediato. — Se não fosse por esse acordo, um funcionário tão indisciplinado como ela já teria sido dispensado há muito tempo. Grande patrão, o senhor não pode descontar sua insatisfação em todo o nosso departamento apenas por causa dela.— É isso mesmo, grande patrão! — Enrico e Carlos repetiram um ao outro. — Nosso arquivo sempre trabalhou arduamente, com muito profissionalismo. Por favor, não deixasse que o erro de uma única pessoa coloque em xeque todos os nossos esforços.— Grande patrão...— Basta!Carlos ainda queria dizer algo, mas George o interrompeu friamente, com um tom de voz que revelava uma leve impaciência.Carlos imediatamen

De repente, tudo ficou escuro diante dos meus olhos e meu corpo cambaleou para o lado.Felizmente, uma força ao redor da minha cintura me segurou.Antes que eu conseguisse me firmar, ouvi risadas zombeteiras ao lado.— Vejam só, o Enrico fica dizendo o tempo todo que a Valentina não tem vergonha, mas é o primeiro a correr para ajudá-la.— Pois é, o Enrico é mesmo um hipócrita, claramente já está de olho nessa mulher e não admite.— Exatamente, dessa vez ele está reagindo assim porque sente amor e ódio por essa mulher.— Saiam daqui... Parem de falar bobagem.Enquanto falava, Enrico retirou imediatamente a mão, como se sentisse nojo, e esfregou com força a mão na própria roupa.Me apoiei no carrinho e, de pé, agradeci calmamente:— Obrigada.De qualquer forma, ele havia acabado de me ajudar.Caso contrário, certamente teria caído no chão, e as crianças que carregava no ventre poderiam ter se machucado.Então, não importava o quão desagradáveis fossem suas palavras ou atitudes, eu ainda