— Por que você ficou calada de novo? — A voz de Fabiano já estava tomada pela irritação. — Você está sempre assim, em silêncio. Eu peço que me dê uma solução, você não diz nada, depois se recusa a me perdoar... Afinal, o que você quer que eu faça?Viviane ficou sem palavras:— Agora você não está em condições de conversar. Eu não quero falar com você.Fabiano riu friamente:— Você não quer falar comigo?A expressão dele também foi perdendo o controle pouco a pouco, se tornando sombria e ameaçadora.Fabiano não conseguia entender: “Por que a Viviane não enxerga a minha sinceridade? Será que eu tenho que arrancar o coração do peito e entregar nas mãos dela para ela acreditar?”De repente, o toque de um celular interrompeu o clima tenso.Era o celular de Viviane, que se virou bruscamente para olhar a tela.Fabiano, no entanto, disse:— Por que você está tão nervosa?Viviane o encarou com ferocidade.Fabiano não se irritou. Lentamente, atendeu ao telefone.— Vivi, por que você ainda não vo

— Não é que eu tenha medo de te incomodar. É só que realmente não precisa de tanta gente assim.Jorge assentiu com a cabeça e disse:— Tudo bem, vou fazer do seu jeito.Isabela se encostou no ombro dele.Não sabia por quê, mas sentia o coração apertado. Naquele instante, teve uma vontade imensa de se apoiar nele. No fundo, sabia que não podia depender de ninguém, nem mesmo do próprio amor, mas simplesmente não conseguia evitar.Jorge compreendia o que ela sentia.Ainda era por causa de Caio. Apesar de ele estar vivo, as sequelas que ficaram também doíam no coração.— Eu perguntei ao médico... Se a recuperação for bem feita, essas cicatrizes devem diminuir. Então não se preocupe tanto, tá?Isabela assentiu, com um peso no olhar:— Tá bom.Parecia estar respondendo tanto a Jorge quanto a si mesma, ela queria convencer a própria mente a parar de pensar nisso.O carro chegou em casa, Isabela desceu, e Jorge precisou ir até a empresa resolver algo.Ela observou enquanto ele se afastava diri

Isabela não estava com cabeça para nada naquele momento.Ela olhou para o pai e disse:— Vou pensar a respeito.Lara franziu a testa:— Falei tudo isso e você ainda não entendeu?— Não é isso. — Isabela baixou os olhos, perdida em pensamentos sobre Alícia.Mas, de fato, não tinha ânimo algum. Com aquilo que havia acontecido com o pai e os problemas da família Neves, como ela poderia ter disposição para sair com Jorge?— Isa, você não pode ser assim...Lara ainda estava no meio da frase quando Jorge empurrou a porta do quarto do hospital. Parecia ter ouvido parte da conversa e perguntou:— O que houve com a Isa?Lara respondeu:— Eu estava dizendo para ela ir embora. Vocês dois não se veem há dias, deviam sair para jantar, ter um encontro... Aqui no hospital vocês não têm como ajudar muito. Mas ela parece estar sem ânimo, e eu estava tentando convencer ela.Jorge ficou de pé atrás de Isabela, pousou a mão no ombro dela e deu leves tapinhas, tentando confortá-la:— Nós ainda somos jovens

O rosto de Clara ficou imediatamente sombrio. Seus lábios se moveram, como se fosse dizer algo, mas acabou se calando. Ainda assim, não conseguiu esconder a raiva que sentia por ter sido tratada daquela maneira se virou com indignação e foi embora, sem dizer uma palavra.Isabela segurou levemente o braço de Jorge, balançando a cabeça com delicadeza, pedindo que ele não se irritasse.Eles tinham ido ali para que as coisas tomassem um rumo melhor, não para se envolverem em brigas.Será que Jorge não compreendia aquilo?Mas, no fim das contas, tudo aquilo tinha acontecido por causa da teimosia de Clara. Se não fosse pela estupidez dela, a situação não teria se tornado tão caótica.Jorge não era alguém que não soubesse ponderar, mas todo ser humano tem seus momentos de fraqueza. Ele também era apenas um homem comum, também tinha sentimentos.Talvez as vozes do lado de fora tenham chegado até o interior da casa, pois, antes mesmo de Jorge bater na porta, Diego já havia a aberto.Ao ouvir as

— Hoje, depois que fui ver a mamãe, percebi que talvez não fosse tão difícil quanto eu imaginava... Quem sabe, no futuro, eu consiga ser melhor...— Não, você já está fazendo indo bem agora. — Jorge a interrompeu rapidamente.Os dois voltaram ao silêncio.Mas ainda assim, continuavam a se olhar.— Isa, eu quero te beijar. — A voz dele soou rouca, embalada por uma respiração irregular.Jorge dizia que queria beijar Isabela, mas não era apenas isso.Ele queria muito mais do que um beijo. Queria um entrelaçar profundo, intenso.E Isabela entendeu ainda mais claramente, assentindo com suavidade.Jorge, com as mãos trêmulas, afastou os fios de cabelo da testa dela e se inclinou, beijando ela.— Esses dias em que você esteve longe... Eu senti tanto a sua falta. — Sussurrou Jorge, com uma ternura infinita, colado ao ouvido de Isabela.Isabela passou os braços ao redor do pescoço dele:— Eu também. Senti muito a sua falta.Parecia que apenas uma entrega intensa, uma paixão feroz, poderia expre