Isabela balançou a cabeça na mesma hora.— Não é isso... Claro que queria que você ficasse mais tempo comigo. Mas também não quero que deixe seu trabalho por minha causa.Ela largou o garfo e olhou fundo nos olhos de Jorge, com sinceridade e seriedade.— Eu sei como é a natureza do seu trabalho. Mesmo que você não tenha tempo, eu não vou te culpar por isso.Ela realmente entendia Jorge. E também sabia que ele era ainda mais atarefado que ela.— Jorge, eu também não posso deixar o meu trabalho de lado. — E ela também aproveitou para abrir seu coração e explicar como se sentia.Ela não queria mais abrir mão da própria carreira por ninguém. Mesmo já gostando muito dele.Jorge sorriu.— Eu sei. — Respondeu com franqueza. — Nunca passou pela minha cabeça te prender ou te transformar num passarinho engaiolado. Ver você trabalhando, determinada... É isso que mais me atrai.Ele ainda se lembrava da primeira vez que a viu. Naquela época, ela era cheia de vida, com uma energia teimosa que transb

— Que bobagem é essa que você está falando?Ela sabia muito bem do que o Jorge estava falando, mas fez questão de desviar.— Vou ligar para Vivi. — Dizendo aquilo, ela já tinha se levantado e ido para o quarto.Jorge soltou um suspiro leve.Na verdade, na idade dele, querer casar e ser pai era bem normal, não era?Não era nenhum absurdo sonhar com aquilo, certo?Isabela fechou a porta do quarto. Ela se sentou na cama e ligou para Viviane. Do outro lado, a ligação foi atendida imediatamente.— Isa... — A voz de Viviane veio empolgada.Isabela também ficou feliz por ela. Era um bom momento para engravidar.Pelo menos, aquilo ajudaria a amenizar a solidão e a tristeza de perder alguém da família.Naquele momento, ela ia ser mãe.Podia focar toda a atenção no bebê que estava crescendo dentro dela.— Está feliz? — Ela perguntou.— Estou, sim — Viviane respondeu, chorando. — Na verdade, eu nunca tinha pensado em ter filho tão cedo...Isabela sabia que Viviane gostava de curtir a vida, e com

Depois de falar, Isabela lembrou de algo:— Será que o cartório civil já estaria funcionando tão cedo assim?Ela percebeu que tinha sido meio impulsiva.Mas Jorge não deu brecha para arrependimento.Ele pegou o celular na hora e checou quando o cartório reabriria.A resposta dizia que, normalmente, eles voltavam a funcionar no sétimo dia após o Ano Novo...— Já abriram hoje. Amanhã é sexta, perfeito, ainda dá tempo. — Jorge disse, animado.Se fosse sábado ou domingo, teria que esperar.Parecia que daquela vez o destino estava ao lado dele.— Você quer mesmo casar comigo, né? Não vai poder voltar atrás.Isabela ia responder, mas Jorge a interrompeu rápido. Então, ele a beijou com uma intensidade avassaladora, impossível de recusar.Ela tentou se mexer, mas ele segurou firme as mãos dela.Ela não queria sofrer. Sabia bem do que ele era capaz na cama.Ela se apressou em dizer:— Não vou me arrepender, não.Jorge amoleceu o abraço.— Não vai mesmo? — Perguntou, olhando fixamente, esperando

O logo na caixa era bem chamativo.Isabela até imaginava o que tinha dentro, mas ainda assim hesitou por um instante. Só começou a abrir tudo depois que Jorge insistiu.Eram roupas e acessórios de marca.— Como foi tudo meio às pressas, só consegui essas coisas... Depois, se você quiser mais alguma coisa, eu compro para você. — Disse Jorge, parado ao lado dela.Isabela levantou os olhos e o encarou.— Na verdade...— Daqui para frente, a gente é um casal. Não precisa ficar com tanta cerimônia, tá? Vê aí qual conjunto você gostou mais. Se arrume com ele e a gente vai direto para o cartório. — Ele falou com um sorriso tranquilo.Isabela deu de ombros, como se tirasse um peso das costas.— Tá bom.Se recusasse naquele momento mesmo, ia parecer que estava sendo dramática demais.Ela olhou tudo com calma. Eram todos do tamanho certo. E o estilo... Combinava muito com o dela.— Como você conseguiu acertar tão em cheio? — Perguntou surpresa. — Até o tamanho das roupas é certinho.Jorge foi at

Ao perceber o tom formal dela, a cliente não disse mais nada.— Tá bom, então.— Salve meu número. Qualquer coisa, a gente se fala. Vou indo. — Isabela disse, já se levantando.— Até logo, Dra. Isabela.Isabela deu uma leve pausa antes de sair. Ela se virou e olhou para a cliente.— A gente vai ganhar.O semblante carregado dela relaxou um pouco.— Obrigada, Dra. Isabela.Ela pegou a bolsa e foi em direção a Jorge.— Terminou a conversa? — Ele perguntou, levantando o olhar.— Terminei. Vamos? — Respondeu ela.Jorge se levantou e passou o braço por ela.— Vamos comprar umas frutas.Iam visitar Viviane no hospital, e não era legal chegar de mãos vazias.— Tá bom.No caminho para o hospital, havia uma fruteira.Eles pararam o carro e desceram. Havia cestas muito bem montadas, com frutas e flores, embaladas com capricho. Ela escolheu uma com flores naturais, bem bonita.Provavelmente toda mulher gostava de flores.Ela, pelo menos, não resistia.— Que linda! — Elogiou sem pensar.— Quer lev