Joaquim arqueou as sobrancelhas e ficou quieto, obediente.— Seu irmão se casou de forma tão discreta, nem fizeram cerimônia. Se vocês não tivessem contado, ninguém saberia. Lá fora, só há rumores. Uns dizem que ele se casou, outros dizem que é apenas boato. Enfim, falam de tudo. O que seus pais acham disso? Estão insatisfeitos com a esposa dele ou há outro motivo? Por que não fizeram um casamento?Clara, ainda que fosse ingênua, percebeu o que Cecília queria insinuar. Provavelmente, era por causa da filha dela.Clara respondeu:— Meus pais estão muito satisfeitos. Foi minha cunhada que não quis fazer uma grande cerimônia. Ela trabalha muito e é discreta. Meu irmão faz tudo o que ela quer. Você não faz ideia de como ele a mima. Nem eu chego perto disso.— É mesmo? — Cecília não ouviu a resposta que esperava e ficou um tanto desapontada.Clara confirmou:— Sim.Se fosse antes, talvez Clara não conseguisse dizer algo assim. Mas naquele momento, ela gostava muito de Isabela. Talvez, ao co

Joaquim fixou o olhar em Clara, a deixando desconfortável.— O que... O que você está fazendo? — Perguntou ela, inquieta.Joaquim soltou uma risada fria:— Como é que um homem deve ser?Ele queria parecer mais masculino? Claro que sim. Mas sua irmã era muito forte, e ele, sem habilidades suficientes, só podia aceitar a situação. Além disso, já estava acostumado.— Você pensou bem antes de vir aqui hoje? Aceitou o convite dos meus pais porque está disposta a ficar comigo? — Perguntou ele, em tom de brincadeira. — Eu não pareço muito com um homem. Se ficar comigo, será como estar com uma garota.Clara se recostou no sofá:— Antes de vir, eu pensei. Se não for você, será outra pessoa. Se for outra pessoa, prefiro que seja você. Pelo menos nos conhecemos e nenhum de nós gosta de um do outro. Isso facilita lidar com nossos pais. Acho que é uma boa ideia.Joaquim lhe lançou um olhar de soslaio:— E se nossos pais insistirem em casamento?— Tudo bem. — Respondeu Clara, sem hesitar. — Se estiv

Clara parou e olhou para trás:— Você está me pedindo isso agora?Joaquim cerrou os dentes:— Se pode dizer que sim.Clara, satisfeita, balançou a cabeça.— Já que você está tão lamentável, vou ter pena de você.Joaquim ficou sem palavras. Por que aquela frase soava tão desconfortável?— Somos iguais, mas você não tem um pingo de compaixão por mim? Você parece tão bonita, mas seu coração é duro como pedra.Clara deu uma risada fria:— Você não percebe nem quando alguém está sendo bom com você.Joaquim ficou irritado:— Clara, você está passando dos limites.Ele estava sendo paciente por causa das ordens dos pais, mas Clara dizer aquilo era demais.— Clara, o que vocês estão fazendo aí?Cecília, que não os viu na sala de estar, saiu para os procurar e os encontrou do lado de fora.O olhar dela passou por Joaquim e se fixou em Clara, alternando entre os dois.— Vocês brigaram? — Ela perguntou, tentando entender.Clara, de propósito, não respondeu.Joaquim disse:— Não...— Deve ter sido

Isabela puxou o braço de Jorge:— Sua irmã.Jorge ficou confuso.— Sua irmã. — Isabela apontou para o outro lado da rua.Jorge olhou na direção indicada. Então viu Clara, que sorria para eles.Ao vê-la, ele franziu a testa.Clara atravessou a rua entre os carros e correu até eles. Ao olhar para as flores nas mãos de Jorge, ela sorriu e disse:— Vocês são tão românticos.Ela sorriu para Jorge:— Irmão, é a primeira vez que vejo você segurando flores.Jorge respondeu friamente:— É mesmo?— Sim, ou talvez eu tenha esquecido. Mas acho que não me enganei. — Clara ignorou a frieza de Jorge e segurou o braço de Isabela. — Cunhada, preciso te contar, o papai e a mamãe querem que eu me case com o Joaquim. Ele é um idiota.Isabela levantou o olhar para Jorge:— Quem é Joaquim?Clara respondeu rapidamente:— É o namorado que nossos pais arranjaram para mim.Jorge lançou um olhar para Clara:— Você pode ir embora agora.Depois, se virou para Isabela e disse:— Eu te conto quando chegarmos em casa

Antes que Clara pudesse terminar a frase, Jorge saiu do quarto e a interrompeu.Isabela olhou para Clara e depois para Jorge:— O que está acontecendo entre vocês?Percebendo que algo estava errado, Isabela voltou sua atenção para Clara:— Quem é Yasmin?Clara se virou para olhar Jorge.— Não olhe para ele. — Disse Isabela, séria.Como advogada, sua percepção era aguçada.Clara assentiu, mas logo balançou a cabeça com força:— A Yasmin é a irmã do rapaz que me apresentaram.— A irmã do rapaz que te apresentaram? — Isabela percebeu o ponto crucial.O foco dessa frase era a palavra "irmã". Será que tinha alguma relação com Jorge? Isabela olhou para ele.Jorge pigarreou:— Por que está me olhando assim?— Cunhada, irmão, é melhor eu ir embora. Se eu não voltar, o papai e a mamãe vão ficar preocupados. — Disse Clara, colocando as flores que segurava sobre a mesa e indo em direção à porta.Isabela a chamou:— Clara.Clara sorriu levemente:— Cunhada.— Fique para o jantar. Faz muito tempo q