Clara não ficou nada contente com o comentário. A pouca educação que ainda conseguia manter desapareceu no mesmo instante, e ela perdeu a paciência:— Vou subir.Dizendo isso, começou a caminhar em direção ao andar de cima.Alícia a chamou:— Subir para onde? Daqui a pouco vamos comer.Clara lançou um olhar para Yasmin e respondeu:— Não estou com fome.Alícia franziu a testa. Mesmo sem fome, não era apropriado subir naquele momento, especialmente com uma visita em casa. Nem mesmo em visitas rotineiras seria aceitável sair assim.— Se não está com fome, fique sentada. — Alícia falou com um tom severo, deixando de lado sua habitual indulgência.Clara mordeu os lábios com força:— Tudo bem, não vou subir.Dito isso, foi para o escritório procurar Jorge.— Clara é assim mesmo, não se preocupem. — Alícia disse com um sorriso.Yasmin respondeu:— Somos tão próximas que Clara nem me vê como uma estranha. A culpa é minha. No trabalho, estou acostumada a ser rigorosa. Se eu não for, ninguém me

Assim que Jorge saiu, ela o viu imediatamente.Conhecendo a personalidade de Clara, Yasmin se adiantou e disse:— Talvez o tom que usei com Clara agora há pouco não tenha sido muito bom. Será que ela chorou?Jorge respondeu:— Ela raramente chora, a menos que tenha sido maltratada.Ele estava bravo com Clara, mas jamais tomaria o partido de outra pessoa contra ela.Alícia estava emocionada, com os olhos um pouco vermelhos. Desde aquele incidente, Jorge tratava Clara com frieza, ainda estava ressentido e sem disposição para a perdoar. Mas, ao o ver defendendo Clara, como Alícia poderia não ficar feliz e emocionada?O rosto de Yasmin ficou rígido.— Eu realmente não a maltratei. A tia está aqui, você pode perguntar a ela se eu fiz algo contra Clara.Joaquim, observando sua irmã, sempre tão séria em casa, mostrando um lado mais vulnerável, quase riu. Ele pensou que, se casasse com Clara, poderia a deixar irritar Yasmin todos os dias. E, se Clara não conseguisse, ele poderia contratar algu

Diego também pensava daquela forma, mas ele ainda respeitaria a opinião da filha. Embora quisessem que Clara tivesse uma vida saudável, sem preocupações, e fosse feliz pelo resto da vida, a pessoa com quem ela passasse a vida também precisava ser alguém de quem ela gostasse. Afinal, como alguém poderia ser feliz passando a vida ao lado de uma pessoa que não gostava?— E você, Clara? O que acha? — Diego perguntou.Clara estava deitada no sofá e respondeu:— Não sei.— Gostar é gostar, não gostar é não gostar. O que quer dizer com "não sei"? — Alícia olhou para a filha. — O que foi? Você não gosta do rapaz?Clara respondeu:— Bom, apesar de o conhecer há muito tempo, toda vez que nos encontramos, basicamente é com os pais das duas famílias presentes. É só aquela troca superficial de cumprimentos, sem nenhuma conversa mais profunda. Como vou saber se ele é ou não adequado para mim? Agora você me pergunta, e o que espera que eu responda? Se eu disser que gosto, estaria mentindo, porque rea

— Certo. — Diego desligou o telefone, arqueando uma sobrancelha.A atitude entusiasmada da família Coutinho era algo que ele já esperava.Ele se levantou e subiu as escadas. Bateu na porta do quarto da filha.Clara estava deitada na cama, conversando com Joaquim pelo celular.Eles evitavam falar sobre si mesmos e passavam o tempo todo falando de Yasmin.Joaquim, aliás, não gostava nem um pouco da irmã autoritária.Ele era o mais novo da família, e em casa quase não conseguia levantar a cabeça.Clara perguntou: [Sua irmã ainda tem interesse no meu irmão?]Joaquim respondeu: [Na cabeça dela só existe poder, ela quer controlar toda a família Coutinho. Onde teria tempo para pensar em homens?]Clara: [Que bom. Meu irmão também não gosta dela.]A jovem ouviu uma batida na porta.— Quem é?— Sou eu, seu pai.Então enviou outra mensagem para Joaquim: [Não vou falar mais, meu pai está me chamando.]Ele respondeu: [Eu sei por que seu pai está te chamando.]Clara enviou a mensagem e largou o celu

Jorge disse:— Eu quero comer o que você fez.Isabela apontou para o que ele tinha preparado:— E esses aqui?— Jogue fora.— Não pode desperdiçar. — Disse Isabela.Laura sugeriu:— Eu posso transformar isso em panquecas.— Pode ser. — Jorge concordou imediatamente com a ideia.Laura levou os raviolis para a cozinha, planejando os reaproveitar.Jorge pegou um papel para limpar as mãos, decidido a não tentar cozinhar novamente. Ele realmente não era bom naquilo.Isabela perguntou sobre o andamento do caso:— Já está tudo pronto para o tribunal? As provas estão organizadas? Não tenho acompanhado as notícias recentemente. A situação piorou?Jorge respondeu:— Está tudo sob controle.O blogueiro achava que estava seguro. Acreditava que, por ter fãs que o apoiavam e confiavam nele, podia agir como quisesse. Jorge não usou ataques online contra ele, o deixando ativo de propósito, para que ele relaxasse.Quando o julgamento fosse concluído e os resultados fossem divulgados online, todos conhe