Ace…Saí da academia decidido a encontrar meus pais. Jurava que mataria meu irmão por tê‑los deixado entrar. Eu não tinha tempo algum para discutir casamento e sabia que era exatamente por isso que estavam ali.Ao entrar na sala de estar, avistei‑os. Mãe trajava um vestido branco; pernas cruzadas, costas eretas no sofá. Pai permanecia à janela, um cigarro entre os dedos.— Meu querido filho. — Mãe sorriu quando me viu, os olhos castanhos encontrando os meus azul‑oceano. Ela permaneceu sentada, sem sequer tentar me abraçar. Eu sabia que não o faria depois de me ver com as roupas de academia — detesta que um corpo suado a toque.— Filho. — Pai cumprimentou‑me sem se virar, ainda fumando enquanto olhava pela vidraça.Não tive tempo para essa besteira.— Por que vocês estão aqui? — Cruzei os braços.Pai soltou um riso curto, e o sorriso de Mãe se desfez. — Ela odiava ser questionada.— Filho, não seja assim. Só viemos ver como você está. — Os lábios vermelhos arquearam‑se.— Poupem o papo

Bella…Eles provavelmente pensavam que eu tinha perdido a voz, mas não me importei; em breve aprenderiam quem eu realmente era, caso o filho mais velho resolvesse me irritar. As criadas serviram o jantar, mas o tão falado noivo continuava ausente. Devia estar escondido, covarde demais para mostrar a cara. Que tipo de homem deixa convidados sozinhos depois de convidálos para jantar?Depois da refeição, veio o vinho. Bebi apenas uma taça — queria a mente afiada quando aquele idiota finalmente aparecesse. O irmão dele, porém, comportouse como um verdadeiro cavalheiro: cuidou de mim a noite inteira, garantindo que eu me sentisse confortável. Preciso admitir que esta família possui genes abençoados; Dean, com os longos cabelos negros presos num rabo de cavalo, o maxilar bem marcado e a barba impecável, exalava um charme juvenil que o fazia caber em qualquer roda. Parecia mais simpático que os próprios pais.— Sinto muito por meu irmão ainda não ter aparecido; tenho certeza de que aconteceu

Ace…Bella e Tio Michael haviam deixado a mansão fazia algum tempo, e eu ainda me sentia atordoado. Havia algo naquela mulher que me soava estranhamente familiar. Ela não era uma mulher comum; Bella exalava poder. Senti isso não só quando falava, mas também quando apertou minhas bolas com aquela força absurda. Deus, nunca experimentara nada parecido nem durante o sexo mais selvagem, mas, ali, só pelo toque dela — e, sim, doeu pra caralho — todo o meu corpo incendiou. Ela era diferente; era perigosamente gostosa.Tio Michael, por sua vez, também não era homem qualquer. Entregara a máfia à sobrinha e ficava claro o quão próximos eram: ela gargalhava e conversava com ele como se fosse o próprio pai, e o respeito entre ambos vibrava no ar.Meus pais me lançaram sorrisos largos.— O que achou dela? Parece gentil. — Mamãe arriscou, a voz doce demais. Gentil? Bella, gentil? Porra, do jeito que me encarou?Papai soltou uma risadinha ao encarar a esposa; ele sabia exatamente que Bella passava l

Bella…Meu pai conduziume pelo corredor. Soltoume o braço, puxoume para perto e beijoume na bochecha.— Estamos todos aqui por você. — Sussurroume ao ouvido.— Obrigada! Pai.Ele deixoume e sentouse na primeira fila, ao lado dos meus irmãos e da Mamãe. Ela abriu um sorriso e ergueu o polegar. Retribuí com um sorriso tímido e volteime para Ace; precisei erguer o olhar, pois ele era muito mais alto que eu, mesmo com salto.— Vejo que gostou do meu presente. — O murmurinho dele encontroume os olhos.— Gostei, sim. Obrigada. — Respondi com franqueza.— Você está deslumbrante, Bella. — Ace sorriu. Olhei para ele e percebi que ele não estava nem um pouco nervoso. Por que ele não estava nervoso?— Não posso dizer o mesmo de você. — Brinquei, divertida. Ele soltou uma risada baixa e balançou a cabeça.A cerimônia foi breve, e Ace manteve aquele sorriso idiota pregado aos lábios. Eu bem que queria lhe estapear a cara ali mesmo, mas não podia diante de tanta gente. Depositei as mãos nas dele e e

Bella…Acordava com o aroma de pão fresco e café passado. Ah, como eu amava café. Gemia ao sentarme no sofá, aliviada por ele não me ter carregado até a cama — detestava que homens me tocassem sem permissão.— Ah, a Bela Adormecida despertou. — Chamou Ace da cozinha. Porra, ele ainda estava ali?— Valentina deixou roupas limpas caso queira se trocar primeiro. Ignoreio e fui ao quarto onde supostamente teria dormido. No banheiro, avistei a bolsa que Val deixara sobre a pia. Escovei os dentes, tomei um banho rápido, vestime às pressas e prendi o cabelo num rabo de cavalo alto antes de descer.De volta à cozinha, uma empregada servia o café da manhã para dois e levava o restante à sala de jantar. Peguei minha caneca de café e sentei diante de Ace, que me fitava com atenção.— O quê? — Perguntei, ríspida.— Imagino que você não seja matinal. — Ergueu a sobrancelha.Franzi o cenho, sem paciência.— Não, eu não sou uma porra de pessoa matinal. — Suspirei. Dormi mal e estou morrendo de fome