Theo está escondendo algo de mim. Eu sinto — não sei dizer como, é uma intuição chata que fica latejando — que ele vai me contar quando puder, quando achar que é o momento certo. Quero acreditar que é para não me estressar; quero acreditar que ele guarda segredo por cuidado. Mas tem coisas pequenas que ele faz, olhares longos, um aperto na mandíbula quando ninguém vê, que me deixam inquieta. Dias atrás ouvi Ana dizendo para Henry que estava desejando um bolo de chocolate com muita cobertura. Ela fez aquela cara de choro fingido e reclamou que ele não tinha dó dela, nem do filho — que tudo que ela sentia, o neném também sentia. Theo, que estava por perto, perguntou se era verdade e eu respondi afirmando: sim, o bebê sente alegria, tristeza, desejos — tudo igual à mãe. Talvez eu não devesse ter falado, porque Theo sempre foi um pai bobo, meigo ao extremo, e depois daquilo ele ficou ainda mais estranho, como se carregasse um segredo pesado. Minha primeira gravidez foi tranquila. Com o m
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