Eu queria poder pausar o tempo para continuar aqui com ela, aproveitando e provando seu beijo. O beijo de Helena é simplesmente fascinante. Quanto mais a beijo, mais vontade tenho de continuar provando seus lábios. Começamos devagar, um beijo lento que, aos poucos, se aprofunda. Pego-a pela cintura e a puxo mais para perto do meu corpo; escuto-a soltar um gemido quando toco em sua nuca e puxo seu cabelo. Desço o beijo até seu queixo, mordo-o de leve e deixo pequenas marcas no pescoço. Cada som que ela solta me deixa mais louco. Meu plano era fazer com que ela se apaixonasse por mim e não o contrário, mas é impossível ficar perto de Helena e não a querer cada vez mais. Ela me conquistou sem esforço; acho que só com um olhar já teria me apaixonado, mesmo sem saber que ela era a minha companheira. Sim, ela é a minha companheira, e não posso mais negar isso. Como consegui ser tão estúpido a ponto de pensar que poderia desistir dos planos que a Deusa Luna tem para mim? Agora entendo que to

Quando saí, ouvi ela trancar a porta e comecei a rir como um bobo. Ela realmente não quer dar nenhuma chance para eu voltar para dentro da casa dela. Entro no carro e fico parado, olhando para sua casa e tentando compreender tudo o que ela disse. Ainda não consigo acreditar em tudo aquilo. Sei que deve estar mentindo ou ocultando algo. E, se estiver ocultando, é algo de que sente vergonha ou medo. Menti para ela quando disse que não estava dormindo, porque dormi sim — e tive um sonho maravilhoso com nossos lobos em um campo florido, repleto de flores amarelas que acredito serem girassóis. Corremos lado a lado até chegar a um rio com uma cachoeira. Primeiro, a loba branca de Helena, com a cor dos olhos mais lindos que já vi, parecendo duas pedras de ametista. Ela se deitou e Ryler colocou a cabeça na barriga dela, recebendo carinho da pata dela. Mas isso não o deixou satisfeito e logo pediu mais carinho. Ela se levantou enquanto ele virava de barriga para cima, e ela entendeu o que ele

Após a saída de Theo, coloco de novo a série para rodar, mas logo pauso outra vez. A tela continua se movendo, as vozes se misturam, mas não consigo entender uma única frase. Meu pensamento está longe demais; minha cabeça já vinha pesada desde cedo e agora parece prestes a transbordar. Não precisava de mais nada para me deixar pior, e mesmo assim Theo decidiu se infiltrar novamente no meu espaço. Ele acha que tem o direito de entrar na minha vida como se eu fosse parte do seu território, como se eu precisasse de alguém para me proteger. Não preciso. Não quero. A única coisa que eu queria dele era distância — mas nem isso ele consegue me dar. O mais irônico é perceber que meu subconsciente parece adorar essa aproximação. Por mais que eu lute, por mais que eu finja frieza, uma parte minha se derrete sempre que sinto a presença dele. Tento controlar os impulsos, tento sufocar essa vontade tola de ter Theo cada vez mais perto, mas é inútil. Quando ele se aproxima, meu corpo inteiro respon

Acordo bem cedo, antes mesmo do sol se levantar por completo. O quarto ainda está mergulhado em penumbra, mas minha mente já corre solta. Organizo mentalmente as tarefas do dia e, antes de sair, deixo instruções para Henry. Ele vai assumir a liderança da alcateia enquanto eu estiver fora. Isso me dá algum alívio: mesmo longe, tudo continua girando no ritmo certo. Mas hoje não é um dia comum. Hoje, cada passo que dou tem um destino claro: ficar um tempo com a minha Ômegazinha. Saio de casa sentindo o ar frio da manhã bater no rosto e respiro fundo para controlar a ansiedade que vem crescendo no meu peito. Antes de ir para a casa dela, passo na padaria e compro alguns lanches. Penso em café fresco, pães quentinhos, algo que quebre a rotina dela e, ao mesmo tempo, me permita estar presente de forma simples. Talvez ela ainda esteja dormindo; se estiver, não vai precisar preparar nada para o café da manhã, porque já estarei levando tudo. Gosto da ideia de cuidar dela em pequenos gestos, me

Estávamos em uma discussão acalorada quando, de repente, o pai de Theo ergue a voz, firme, e ordena que parássemos. O salão fica em silêncio. Ele diz que ainda há muito a ser conversado e que não adiantaria prosseguirmos daquela forma. Theo vira o rosto para mim com uma sobrancelha arqueada, como se perguntasse, sem palavras: “Ainda tem mais?”. Dou de ombros, tentando parecer indiferente, e ele solta um bufo impaciente. Somos chamados para sentar — desta vez, lado a lado. A proximidade me deixa tensa; consigo sentir o calor que emana do corpo dele. Theo me encara de novo e lança sua pergunta no ar, cortando o ambiente como uma lâmina. — Então… o que temos que saber além do que vocês passaram a vida toda nos escondendo? Um segredo tão grande assim? O pai dele suspira, cansado. — Calma, filho. Não podíamos contar antes, porque, se essa história sair da nossa alcateia, a vida da Helena corre risco. Theo arregala os olhos, a raiva diluindo-se em preocupação. — Como assim, pai? Como el