༺ Diogo Scott ༻ Acabei me descontrolando e fazendo tudo errado. Peguei Isabella à força e o pior de tudo: não podia imaginar que ela era virgem. Sinto-me um cretino por isso. Não consigo me controlar quando estou perto dela; quanto mais ela me provoca, mais me sinto desafiado e acabo cometendo erros. Confesso que tocar aquela pele macia dela, sentir seu cheiro e estar dentro dela foi tão bom que, mesmo sendo errado, talvez no fundo eu não me arrependa de nada. Respiro fundo e me dirijo ao banheiro para tomar um banho. Fazer sexo com ela foi tão gostoso, uma boceta apertada... Se ela tivesse me dito que era virgem, talvez eu não tivesse ido tão à frente. Amanhã resolvo a merda que acabei de fazer. No dia seguinte, acordei com uma dor de cabeça e tanto, tomei um banho e fui tomar meu café. Minha governanta, Elisa, está terminando de arrumar a mesa. Puxo uma cadeira e me sento. Elisa me cumprimenta: — Bom dia, senhor Diogo. — Ela termina de ajeitar as últimas xícaras e se posicio

༺ Diogo Scott ༻ Estou observando Isabella dormir serenamente. Vendo assim, deitada tão calma, ela parece tão inofensiva… Não lembra em nada aquela criatura fria, ríspida, sempre pronta com uma resposta afiada na ponta da língua. Me levanto devagar e caminho até a varanda. Preciso respirar um pouco. Esses últimos meses têm sido sufocantes. É como se o cerco estivesse se fechando cada vez mais ao meu redor. Os familiares de Isabella não me dão um dia de paz estão infernizando minha vida com ligações, ameaças veladas, cobranças. E, como se não bastasse, ainda preciso resolver aquele maldito problema com meu ex-funcionário, Edgar, que resolveu abrir a boca para as mídias, espalhando acusações que podem me arruinar. E esses abutres, esses malditos paparazzi, não me deixam em paz nem por um minuto sequer. Para piorar, ainda tem aquele investigador desgraçado, que não desgruda da minha sombra. Recentemente me enviou uma intimação extrajudicial: ou compareço para prestar esclarecimento

༺ Yuri Martins ༻ Esses últimos meses foram uma avalanche de acontecimentos. Minha família inteira está afundada na angústia desde o sumiço da nossa abelhinha. Não aguento mais ver minha mãe chorando dia e noite. Meu pai, por orgulho, finge ser durão, mas eu sei que ele está despedaçado por dentro. Isabella desapareceu do nada, sem deixar rastros. E, nesse meio-tempo, acabei conhecendo Edgar um verdadeiro pedaço de mau caminho que entrou em contato comigo depois do sumiço dela. Ele encontrou algumas anotações dela e, nelas, o meu contato. Quando Edgar me contou sobre o psicopata do Diogo Scott, senti o chão sumir sob meus pés. Não entendo por que minha irmã nunca me contou nada. Talvez não tenha levado a sério a loucura daquele homem, ou tenha tentado me proteger. Nem quero imaginar o que ele possa ter feito com ela. Dói até o peito imaginar minha abelhinha sempre tão frágil, tão delicada nas mãos de um monstro desses. Isabella chegou a mandar várias mensagens desesperadas, imploran

༺ Edgar Lewis ༻ Duas semanas depois... Foi um grande alívio saber que Isabella conseguiu fugir das garras daquele monstro psicopata. Olhando para a expressão dela, percebo o quanto minha amiga está abatida e triste, como se aquele infeliz tivesse arrancado todo o seu brilho. Seus olhos estão sempre distantes, desconfiados, como se nunca conseguissem mais descansar. Não posso nem imaginar a tortura psicológica que esse louco lhe causou. Só temo que ele a encontre novamente e tente sumir com ela de novo ou faça pior: mate-a por ter fugido. Termino de me arrumar, preciso comprar algumas coisas no supermercado. Quando passo pela sala, vejo Yuri me observando, sorrindo, curioso: — Nossa! Você está lindo. Posso saber para onde vai? — ele pergunta, debochado. Olho em volta, me aproximo e lhe dou um selinho. Yuri se assusta com o contato inesperado, mas sorrio e respondo: — Estou indo ao supermercado. Quer vir comigo? Preciso comprar umas coisas. — Sim! Preciso também. Espere aqui, vou

༺ Diogo Scott ༻ Enquanto saboreio meu uísque, sorrio satisfeito. Finalmente, Jack localizou a minha ratinha. Foram dias de pura agonia, mas enfim vou tê-la de volta. Ouço o celular vibrar. Espio o visor: é Jack. Atendo de imediato, imaginando que venha notícia boa. — Pode falar, Jack. O que houve? Do outro lado, a voz dele soa ansiosa, mas firme: — Já estamos com ela, senhor. Mas preciso informar que tivemos alguns imprevistos. Meu sorriso se abre ainda mais. Seguro firme o copo de uísque, saboreando cada palavra: — Perfeito. Leve-a para aquele lugar que eu falei. Assim que eu chegar, conversamos sobre esses imprevistos. Jack não hesita: — Sim, senhor. Pegarei o jatinho agora mesmo. — Tudo bem. Viajo assim que encerrar uma reunião com os acionistas. Até breve. Desligo, guardo o celular no bolso. Termino meu uísque de um gole só e coloco o copo sobre a mesa, satisfeito. Mal vejo a hora de encarar Isabella, ver a reação dela quando abrir aqueles olhos para mim. Ainda vou mostr