Gostaria de dedicar este livro, primeiramente, às pessoas sem as quais ele jamais seria produzido. A lista é grande, mas nenhum desses nomes é dispensável e cada qual contribuiu de maneira decisiva para o final da obra, seja com seu apoio, sua companhia, sua leitura antecipada, ou com a simples existência em minha vida, atuando como fontes inspiradoras para os personagens de tinta e papel que aprendi a amar como se fossem pessoas de carne e osso. A Ronaldo “Marco” Inácio da Silva, que me ensinou, com poucas palavras e muita atitude, a ser um homem decente; A Sheila “Levana” Bezerra da Silva Santos, que me ensinou, com muitas, mas muitas palavras mesmo, a ser um bom marido; A Maraíze “Aryah” Lopes de Almeida, esposa amada, que me dá força para insistir quando nem mesmo eu acredito que as coisas vão funcionar; A Yasmim “Adameire” Bezerra Santos da Silva, por me ensinar, desde muito cedo, a entender a complexidade dos relacionamentos entre as pessoas;
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Prólogo
O cheiro insuportável do sangue, da sujeira e do suor subia às narinas dos quatro sobreviventes. Ao seu redor, a floresta era um emaranhado de árvores destroçadas, cadáveres desmembrados, terra removida e massas amorfas de carne e ossos que escorriam, formando poças dentro das fendas e valas abertas no solo humoso. A névoa, um expediente comum à Floresta Silenciosa, estava carregada de uma suave tonalidade verde e ardia ao ser aspirada. Havia o ruivo, um homem atarracado e musculoso, cuja barba de poucos dias era como uma lixa grosseira. Segurava seu ameaçador martelo de guerra com tanta força que duvidava um dia ser capaz de largá-lo novamente. Sua esposa, a única mulher do grupo, tinha os longos cabelos, a armadura e as vestes cobertas de entranhas e terra. Suas manoplas haviam se partido horas atrás, assim como seus tendões e falanges. O calor da batalha e o medo, no entanto, não a permitiam sentir dor. Não ainda. O negro era um homem baixo, sorrateiro e careca. Suas vest
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