Continua Capítulo Um

Parte 3

* Mais tarde...

Briana perguntou porque ela parecia aborrecida, mas não quis comentar sobre Analice e sua opinião.

Seria chato que logo de início colocasse as duas cunhadas em uma posição delicada, mas tinha entendido que Analice estava mais ligada no que Joel queria.

Rodou o anel caro de diamante que Vitor havia lhe dado. Ele comprou o anel sem se preocupar com o valor. Então ele tinha dinheiro ou era bem maluco para gastar tanto.

Franziu a testa. Ou ele estaria de olho em algo mais para o futuro? Será que ele estaria mesmo dando um golpe do baú nela?

“Não, Vitor não era assim”.

E como ela sabia? Por que tinha certeza disso se antes mal se falavam, apenas para coisas da fazenda?

No fundo ela tinha essa sensação de conforto sobre ele. Tanto que se abriu e revelou seus planos.

Por Deus, ela até aceitou se casar mesmo com ele para continuarem com os planos. Ele e ela estavam nessa juntos.

Perdeu o fio do pensamento quando os sobrinhos passaram correndo por ela. Luiza empurrou o irmão que se bateu contra o sofá.

_ O que foi agora? - perguntou.

_ Tia, a Luiza cismou que eu peguei o livro de colorir dela - levantou os braços para se proteger dos tapas _ Mas não fui eu!

_ Não mesmo, Luca? - meneou a cabeça _ E quem foi?

_ Sei lá, ela é doida - gritou.

_ Ei, ei... Vem cá - chamou com a mão e sentou no sofá _ Não diga que sua irmã é doida - segurou seus braços _ Pode até ser divertido dizer isso às vezes, mas ficar repetindo como se fosse algo normal não é.

_ Viu, seu burro? - Luiza mostrou a língua _ Doido é você.

_ Nenhum dos dois é doido - falou séria _ Parem com isso. Não é legal ficar repetindo.

_ Mas, tia...

_ Luca, às vezes é engraçado quando dizemos isso, mas só se a outra pessoa também acha engraçado, senão, você vai estar ferindo os sentimentos dela. Você gosta quando a Luiza te chama de burro?

_ Não! - disse alto.

_ E ela não gosta que a chame de doida - beijou com carinho sua bochecha _ Que tal parar um pouco com isso?

_ Tia, eu quero meu livro de colorir - Luiza falou de modo dengoso.

Juliana olhou sério para o sobrinho e esperou, apertando os lábios.

_ Tá bom... Tá bom... Eu devolvo.

Ela ficou rindo vendo os dois se afastarem de mãos dadas.

Luca era uma peste de tão danado que era. Vivia aprontando pela fazenda e até tinha se machucado algumas vezes, mas seu alvo preferido era a irmã, que ele amava muito, mas enchia o saco.

Suspirou pensando se algum dia teria seus filhos ou se teria que aceitar viver sem ter a chance de ser mãe.

Tinha tantas coisas na cabeça que filhos era algo que ficava muito para depois e às vezes o tempo corria tão depressa que quando se dava conta, passou sem perceber.

Lembrou das palavras de uma mulher que estava na confeitaria da Marcy quando foi pegar a encomenda de Briana.

“A vida é assim mesmo. A gente faz um plano, ela vem e desfaz. É só correr como um rio, na direção que flui e pronto, tudo começa a dar certo”

De repente ela tinha razão. As coisas já estavam fora do que ela queria mesmo. Agora era só seguir. Por enquanto estava dando certo.

Estava falando com a amiga quando o irmão entrou em casa acompanhado de Vitor. Ele travou um instante, sem saber como agir, mas vendo que Jessé estava de olho neles, foi até ela e a abraçou, beijando sua testa.

_ Eu te ligo depois, Miranda - desligou o celular _ Por que me beijou?

_ Jessé estava olhando. Temos que agir como um casal apaixonado, não é?

_ Tem razão - coçou a cabeça _ Ainda não me acostumei com isso - suspirou fundo.

_ Hoje à noite eu venho ficar com você.

_ E por que? - ela o olhou estranho.

_ Jessé me perguntou sobre o que faríamos agora e disse que eu já não preciso ficar me escondendo.

_ E daí?

_ Daí que ele quer que a gente namore de boa, sem ficar se pegando pela fazenda.

_ Eu hein! - fez careta.

_ Foi ele quem falou.

_ Credo... Bom, eu não vou estar aqui hoje à noite.

_ E por que não?

_ Tenho um compromisso.

_ Com quem? - estranhou.

_ Com minhas amigas - tocou o ombro dele _ E por favor, pare de ficar me perguntando tudo o que vou fazer.

_ Somos noivos - mexeu o ombro _ E se alguém me perguntar de você? O que digo?

_ Diga que eu saí - abriu as mãos _ Não tem que dar satisfação a ninguém.

_ Nem aos seus irmãos?

_ Vamos casar? - inclinou a cabeça.

_ Vamos, claro.

_ Então, pronto - sorriu _ Minha vida não interessa mais a eles.

_ Ah, mas então, interessa a mim - ela o olhou apertando os olhos _ Serei seu marido.

_ Em um acordo, não esqueça - o cutucou _ Não ache que vai ter direitos.

_ E de que me serve esse casamento?

_ Bem, se quiser a gente cancela - deu de ombros _ O que acha?

_ E nosso acordo?

_ Desfazemos, ué!

Ele não queria isso. Ficou um pouco ressentido por ela tratar seu apoio de forma tão simples e banal.

_ Sabe, você poderia me dar um pouco mais de valor.

_ O que? - não entendeu.

_ Estou nessa mais por você do que por mim e parece que não se importa com isso.

_ Ei, eu disse que a gente não precisava continuar com essa farsa.

_ Eu sei, mas já sabe meus motivos, não vou me repetir.

_ Então, tá! - balançou a cabeça.

_ Ok! - ele fez o mesmo.

Ficaram parados sem se mexer, encarando um ao outro.

_ Oiii... Vocês estão brigando?

Eles olharam de lado. Luiza estava parada olhando de um para outro com curiosidade.

_ Não, amor - Juliana disse _ Só conversando mesmo.

_ E por que estão de cara feia? - perguntou inocente.

_ É que... A conversa é chata.

_ E o que é? - deu um risinho fofo.

_ É que a sua tia aqui é muito teimosa - ele disse _ E não sabe agradecer.

Juliana apertou os olhos e torceu a boca de forma crítica, o encarando. Luiza a olhou com carinha de dúvida.

_ Tia, por que você não faz as pazes com o tio? - balançou o corpinho.

Ela suspirou fazendo um bico.

_ Vamos fazer, amor - sorriu.

_ Agora - deu um pulinho rindo.

Juliana deu um beijo na bochecha de Vitor e a sobrinha deu uma risada gostosa que a fez rir também.

_ Pronto! Já estamos de bem.

_ Então, tá - juntou as mãozinhas _ Eu vou sair com mamãe. Ela quer saber se você quer que ela compre alguma coisa.

_ Eu já vou lá falar com ela - alisou o cabelo dela.

Luiza saiu correndo mexendo no vestido colorido. Ela olhou para Vitor e pediu desculpas.

_ Acho que ainda não me acostumei com essa mudança de futura casada. E você está agindo igual aos meus irmãos.

_ Tem razão - coçou a cabeça _ Acho que ainda tenho receio... Por causa de antes.

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