03

Yasmin narrando

- Esse café está frio. - Uma moça com o cabelo escovado, uma maquiagem perfeita e um perfume doce, fala me olhando com uma cara de poucos amigos. - Será que você pode trocar? - Ela continua me olhando com um pouco de ódio em seu olhar.

- É claro que sim. - Eu falo abrindo o meu mais belo sorriso e pego o copo de isopor da sua mão, jogo fora na lixeira e refaço o café o mais quente possível. - Aqui está.

- Obrigada. - Ela fala pegando o café. - Está um pouco quente.

- Infelizmente, só existe café quente ou frio. - Ela me olha e franzi os olhos. - Tenha um ótimo dia,obrigada por escolher a cafeteria Doce café. - Me viro para atender o próximo cliente.

Eu fecho os olhos e só conseguia pensar nas contas para

- Olá. - Renata fala sorrindo assim que chega para pedir seu café.

- Bom dia. Oque vamos hoje? Um café com leite com um pouco de raspa de chocolate?

- Você sabe como eu gosto. Você me entende. - Ela sorri.

- Não é atoa que somos amigas à tanto tempo.

- E vamos continuar sendo para sempre. - Eu entrego o seu café.

- Pedro não está com você hoje? Que milagre, ele largou a noiva sozinha. - Ela se afasta um pouco para o lado para não atrapalhar se por acaso entrar clientes. Eu me aproximo e fico na sua frente no outro lado do balcão.

- Ele foi falar com Miguel, aquele amigo dele sabe ? Que às vezes a gente comenta com você.

- Aquele que perdeu à esposa grávida, alguns anos atrás?

- Noiva. - Ela me corrige. - Sim, ele mesmo. Falando nisso, eu queria te fazer um convite.

- Um convite? - Eu pergunto para ela. - Se é para eu sair com vocês para conhecer esse Miguel, desiste. Você sabe que não tenho cabeça para encontros.

- Você precisa sair Yasmin, você só ficou com uma pessoa sua vida toda e foi o dono dessa cafeteria que mentiu para você dizendo que era solteiro e tinha uma noiva e que agora está casado e fica te assombrando.

- Eu e Daniel não temos nada. - Eu falo olhando para ela. - Esquece isso, eu passo o dia trabalhando e depois faculdade. Nem tenho tempo para pensar em sair.

- Sexta você não tem faculdade, eu sei. Você me deve um favor, lembra? - Eu olho com ela com cara de tédio.

- Você quer me jogar para cima dele, eu não vou admitir isso. - Eu falo para ela que começa sair.

- Vamos sair, você precisa sair. Olha, eu pago tudo , você nem precisa se preocupar com gasto. Você é linda, maravilhosa, não consigo achar normal você aqui sem ter ninguém.

- Eu não tenho necessidade disso, não agora. A minha vida já é bem agitada.

- Fazendo café atrás desse balcão e aguentando as reclamações? - Ela suspira. - Um único dia, um único jantar e nada mais. Vai ter mais gente , eu prometo que não vai ser um encontro de casais, eu juro. - Ela começa a piscar os olhos.

- Tudo Bem. - Eu falo para ela. - Mas espero que você não me meta em furada. - Ela comemora.

- Você precisa ter outras relações também, você só transou só com o Daniel e pelo oque você disse ele tem pau pequeno, então você precisa ter novas descobertas na cama - Ela fala e eu encaro ela.

- Cala boca Renata.-Eu falo para ela que começa a rir.

- Um café, por favor - A voz de um homem conhecida ao meu lado soa, eu encaro ele e ele abre um pequeno sorriso e eu quase tenho um infarto.

- Passado ou expresso? - Eu pergunto para ele.

- Passado e puro - Ele fala me olhando bem sério e eu desvio o meu olhar.

- Eu passo na sexta na sua casa. - Renata fala e eu assinto e ela vai em direção à saída.

- Muito bonita a sua amiga dona Yasmin Souza - Ele fala me olhando.

- Deixa ela em paz. Oque você está fazendo aqui Reni? - Eu pergunto para ele.

- Eu quero lembrar para você que sua parcela está  vencendo - Ele diz.

- Ainda tem alguns dias e no dia eu vou ter o seu dinheiro, não se preocupa. - Eu falo entregando seu café. - Não tem necessidade de você vir no meu emprego.

- Cortesia da casa o café. - Ele diz tomando o café e saindo. Eu fecho os olhos e respiro fundo.

M*****a hora que eu fui pegar dinheiro emprestado com esse agiota de merda , mas oque eu ia fazer ? Meu pai está doente, oque ele e minha mãe ganha de aposentadoria não cobre todas às despesas. Eu me matava nessa cidade para conseguir me manter com todas às despesas que eu tinha.

E agora isso, eu tinha um agiota no meu pé , o tempo todo. 

Eu limpo ás lagrimas que desce pelo meu rosto, eu só queria uma vez na vida fazer ás coisas certa, mas parece que cada vez que eu tento melhorar ás coisas, elas pioram. Eu pensei que conseguiria juntar o dinheiro do agiota para pagar ele mas percebi que jamais iria conseguir essa grana toda e cada dia que passa só aumenta ainda mais os juros.

Daniel me olha de canto de olho e eu passo uma água em meu rosto e ele se aproxima de mim.

- Está com problemas? - ele pergunta - Quem era aquele cara?

-Não era ninguem - eu falo para ele.

-E porque você está chorando? - ele pergunta.

-Eu já falei que não era ninguem - eu falo para ele - foi apenas a falta dos meus pais,me desculpe. Você não irá ver mais sua funcionaria chorar - ele me encara e eu sorrio fraco voltando para o balcão.

Ele fica ali parado me encarando e eu tento disfarçar todo o meu nervosismo, era algo impossivel. Só um milagre poderia acontecer para eu me livrar de Reni ou ganhar na loteria.

Mas como iria ganhar na loteria se eu nem jogo? 

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