7 - Uma péssima ideia

O vestido deslizou e caiu no chão. Eu só não fiquei nua pois estava usando espartilho e várias saias de enchimento por baixo.

Me virei para Alec com raiva.

- Por quê fez isso? Eu ganhei esse vestido de presente de Muriel – gritei.

Ele deu de ombros.

- Eu odiei esse vestido – disse ele, olhando nos meus olhos com total desprezo. – Precisa que eu tire o seu espartilho também?

Cruzei os braços sobre os peitos. Minha pele estava arrepiada e minhas mãos estavam suadas.

- Para você rasga-lo também?

A expressão no rosto de Alec suavizou.

- Este foi dado por mim. Eu não faria isso. Prometo tirar com cuidado – disse ele, com sinceridade nos olhos.

Me virei de costas e apoiei as mãos nas laterais do espelho. Dessa vez as mãos de Alec tocaram gentilmente os fios que prendiam o meu espartilho e ele começou a desatar os nós feitos por Dorothea.

Eu levantei o olhar e percebi um brilho em seus olhos, que estavam cravados nas minhas costas, mas pareciam fitar o nada. O corpo de Alec estava ali, mas sua mente estava longe.

- Alec – chamei-o, querendo que ele olhasse para mim.

Ele piscou. Seus olhos voltaram a focar no que ele estava fazendo e caiu uma lágrima em sua bochecha.

Eu me virei, ignorando o que ele estava fazendo.

Ele olhou para o chão, para os próprios pés. Nem se importou em secar as lágrimas. Eu fiz isso por ele.

- Olhe para mim – pedi.

Ele hesitou, mas olhou em meus olhos.

- Alec.

- Eu não quero te perder, Alena.

Eu tinha visto Alec chorar poucas vezes na vida. Já havíamos passado por muitas coisas juntos, mas ele sempre tinha sido forte, aguentando tudo de cabeça erguida. Naquele momento, parecia que o mundo dele tinha desabado. A tristeza era visível em seus olhos.

Segurei em suas mãos.

- Você não vai me perder – menti, apenas para que ele se sentisse melhor.

Eu não podia prometer tal coisa.

Ele assentiu com a cabeça, mas não pareceu acreditar em minhas palavras.

Ele soltou a minha mão e tocou as laterais do meu rosto, igual já havia feito centenas de vezes, mas nunca com aquele olhar nos olhos.

Só percebi o que ele estava fazendo quando já era tarde demais.

Seus lábios tocaram os meus e sua língua forçou entrada para dentro da minha boca. Ele estava com gosto doce de bebida alcoólica.

Me afastei, mesmo que meu corpo já estivesse se deixando levar por aquele beijo.

Coloquei a mão nos lábios de Alec para impedi-lo de fazer aquilo novamente.

Minhas pernas ficaram bambas por um segundo, mas logo recuperei o equilíbrio.

- Você não pode fazer isso, Alec. – Nem consegui olhar em seus olhos para dizer isso.

Eu ainda não estava noiva, mas logo estaria. Alec era meu amigo. Eu não podia fazer aquilo com ele.

- Alena – ele pronunciou meu nome com tanta excitação na voz que deixou o meu corpo todo quente. – Eu te desejei ardentemente nesses últimos séculos, mas disse a mim mesmo que nada poderia acontecer entre nós. Eu não queria perder a sua amizade, então me mantive afastado fisicamente de você, mesmo que o meu corpo pegasse fogo cada vez que estávamos perto um do outro.

Eu o desejava também. Não tão ardentemente quanto desejava estar com Muriel, mas ainda assim, Alec despertava um desejo no meu corpo que me deixava toda molhada.

Eu queria aquilo tanto quanto ele, mas uma voz na minha cabeça gritava para que eu o mandasse ir embora. Não era uma voz muito inteligente, então eu não a escutava com frequência.

- Fuja comigo Alena, por favor – ele implorou, apoiando sua testa na minha. Sua respiração estava irregular e acelerada.

Passei a mão em sua nuca, nos cabelos curtos e macios. Ele segurou a minha cintura e nós dois fechamos os olhos ao mesmo tempo.

Umedeci meus lábios secos e inspirei seu cheiro profundamente.

Horas antes eu estava pronta para transar com Muriel, mesmo depois de já ter assinado o pergaminho de noivado. Com Alec não era diferente.

Só que era ainda melhor, pois os dois queriam e ninguém se arrependeria.

Eu não me arrependeria de fazer aquilo. Eu queria. Muito.

Eu tinha duas noites antes de ser levada, e com certeza não ia passar esse tempo chorando no canto.

- Vamos achar um jeito de resolver isso – falei, abrindo os olhos. Ele estava me olhando com as pupilas dilatadas. – Eu prometo.

Puxei-o na minha direção e o beijei, tão intensamente que meu corpo doeu, querendo mais dele. Suas mãos foram rapidamente para as minhas costas e terminaram de desatar os nós do espartilho, que logo caiu no chão, deixando meus peitos nus.

As saias eram mais fáceis de tirar, então Alec concentrou sua atenção na parte do meu corpo que já estava descoberta.

Sua boca desceu pelo meu pescoço, deixando uma trilha de beijos e lambidas até os meus seios. Suas mãos estavam quentes e me acariciavam com firmeza.

Eu queria sentir a pele dele na minha. Minhas mãos logo começaram o processo de despi-lo de cima para baixo. Tirei seu paletó e arrancei sua gravata. Enquanto eu desabotoava a camisa de Alec, ele descia as minhas saias, tudo de uma vez.

Eu fiquei apenas de calcinha na frente dele, mas ele ainda estava vestido demais.

Nos afastamos um pouco um do outro. O vi tirar os sapatos e a calça sem tirar os olhos de mim enquanto eu desfazia o penteado em meu cabelo, deixando as mechas negras caindo em meus ombros em grandes cachos.

Ver o corpo nu de Alec fez eu esquecer tudo o que havia acontecido naquela noite.

Tudo o que eu queria estava naquele quarto, apenas para mim.

Com a excitação percorrendo o meu corpo, não consegui conter o crescimento repentino das minhas presas. Era normal isso acontecer quando um vampiro se excitava. Abri os lábios e inspirei pela boca.

Alec fez o mesmo, mostrando suas presas para mim enquanto se sentava na minha cama com o pau ereto. Andei até ele lentamente, prolongando aquele momento.

Os olhos de Alec ficaram vermelhos, assim como os meus deviam estar. Por mais monstruoso que ele poderia parecer naquele momento, ele estava lindo.

O sexo dos vampiros sempre fora surreal e maravilhoso. O prazer era mais intenso do que fazer sexo com humanos. Os vampiros se conectavam de uma forma que durante todo o momento em que seus corpos estivessem conectados, era como se fosse apenas um ser.

Alec poderia ser o último vampiro a se deitar comigo naquela vida. Eu ia aproveitar cada segundo.

Cheguei na frente de meu amigo e amante e o fitei de cima. Suas mãos foram para o meu quadril e seus dedos puxaram o tecido fino da minha calcinha, rasgando-a. Ele tirou o tecido do meio das minhas pernas e passou os dedos na parte mais sensível do meu corpo, sem tirar os olhos dos meus.

Gemi e abri um pouco as pernas, para lhe dar mais espaço.

Alec se inclinou para frente e beijou a minha barriga. Sua outra mão foi para a minha bunda e ele apertou a minha nádega com firmeza.

Levei minhas mãos para os seus cabelos e os puxei para trás, para que eu pudesse ver seus olhos.

- Não sabe o quanto eu esperei por isso – sussurrou ele, com as pupilas tão dilatadas quanto se tivesse usado alguma droga.

Ao invés de responder, apenas me abaixei para poder beijá-lo. Seus lábios eram macios e carnudos. Eu mordi seu lábio inferior de leve, cuidando para não o machucar com as minhas presas. Coloquei um dos joelhos sobre a cama e Alec aproveitou a posição para enfiar um dedo em mim.

Gemi com a minha boca colada na dele e comecei a rebolar em sua mão, sentindo o meu corpo se contrair por dentro, querendo mais dele.

Eu estava toda molhada, pronta para recebe-lo.

Apoiei minhas mãos nos ombros de Alec e subi a outra perna para cima da cama. As pernas de Alec ficaram entre as minhas.

Senti a cabeça de seu pau encostar no interior da minha coxa e abaixei uma mão para acaricia-lo. Alec gemeu com o meu toque. Era quente, duro e macio ao mesmo tempo. Me deixava com água na boca e ao mesmo tempo com vontade de sentar nele.

Alec tirou a mão de dentro de mim e me segurou pela cintura com as duas mãos. Ele me empurrou para o lado, me fazendo deitar de costas na cama. Fui obrigada a soltar seu membro quando ele começou a se abaixar, beijando a minha boca, meu pescoço, minha barriga e depois a abertura entre as minhas pernas.

Gemi alto quando sua língua me tocou. Agarrei seus cabelos e arqueei a coluna. Abri mais as pernas e o deixei fazer seu trabalho com a língua e depois com os dedos ao mesmo tempo. Fechei os olhos e aproveitei aquela sensação boa crescendo em mim.

Alec parou um pouco e mordeu de leve o interior da minha coxa com as presas até sair um fio de sangue. Não doeu tanto quanto imaginei. Ele lambeu o sangue e se alimentou de mim pela primeira vez.

Os vampiros se alimentavam uns dos outros durante o sexo apenas pelo prazer da mordida e do sangue. Havia uma veia entre as pernas que poderia matar um humano, mas que deixavam os vampiros loucos, tanto os que estavam mordendo quanto os que estavam sendo drenados.

Deixei Alec cravar as presas na minha coxa e ele enfiou dois dedos em mim, aumentando o prazer. Deixei seus dedos encharcados em segundos.

Ele parou quando comecei a me contorcer, quase chegando ao clímax. Ele ficou de pé, limpou os lábios e depois lambeu os dedos que antes estavam em mim enquanto olhava nos meus olhos.

Meu pequeno ferimento se curou em segundos e era como se nada tivesse acontecido. O sangue não me faria tanta falta.

Alec me pegou pelos pulsos e me puxou com força contra seu peito e me beijou, enfiando a língua na minha boca. Pulei e coloquei as pernas ao redor da sua cintura, sentindo a cabeça de seu pau tocar as minhas nádegas.

Ele me levou até a parede e encostou as minhas costas contra a superfície gelada para poder abaixar sua mão e colocar seu membro dentro de mim. A primeira entrada me fez arfar.

Cravei minhas unhas nos ombros de Alec e olhei em seus olhos. Ele ficou parado, sentindo o mesmo que eu por alguns segundos, desfrutando daquela sensação maravilhosa de estar conectado a alguém.

Alec colocou os braços por baixo dos meus joelhos e começou a me erguer e abaixar de encontro a ele, saindo e entrando de mim, indo até o fundo. Os bicos dos meus seios encostavam de leve no peito dele e quando ele me levantava, aproveitava para lambê-los e dar pequenas chupadas, deixando a minha pele vermelha e quente.

Me apoiei em seus ombros e aumentei a velocidade das estocadas dentro de mim, mordendo os lábios para não gritar com a entrada brusca.

Alec me prensou mais contra a parede para que eu não pudesse me mexer e sorriu quando viu que funcionou. Seu pau estava todo dentro de mim e eu não conseguia mover um músculo.

Ele beijou meus lábios novamente e me abraçou, me levando para a cama, onde me deitou delicadamente com a cabeça sobre as almofadas. Ele deitou sobre mim e se mexeu, saindo de mim completamente e entrando em seguida, até o fundo em uma estocada lenta e prazerosa. Ele não queria ir com rapidez, assim como eu. Ele queria ir com calma e aproveitar cada segundo.

Não seria um sexo animal, como eu achava que seria. Não estávamos trepando. Estávamos fazendo amor.

Eu me senti um pouco desconfortável no início, mas o prazer cresceu dentro de mim e eu comecei a me mexer lentamente também, levantando a minha pélvis de encontro a dele.

Alec tocou meu cabelo e olhou dentro dos meus olhos enquanto saía e entrava em mim, tão romântico que me deu vontade de chorar, lembrando que aquela seria a minha última vez com um vampiro.

Eu o beijei delicadamente nos lábios e depois em seu pescoço. Memorizei cada centímetro do rosto dele, cada traço seu, até mesmo o seu cheiro eu queria guardar em um potinho para não esquecer.

Ele parecia me admirar enquanto fazia amor comigo. Suas mãos passeavam pelo meu corpo delicadamente, apertando nos pontos certos.

Ele arqueou o pescoço para mim e chegou perto da minha boca, com um pedido silencioso. Eu abri a boca e deixei meus dentes passarem delicadamente em sua pele macia antes de cravar minhas presas nele e sentir seu sangue entrando em minha boca.

Arranhei as costas de Alec com as unhas enquanto o drenava. Ele gemeu e segurou o lençol com força, quase rasgando o tecido caro.

Chegamos ao clímax assim, com gentileza e elegância. Ele jorrou dentro de mim e eu arqueei as costas com o orgasmo percorrendo o meu corpo.

Tirei meus dentes da pele dele e o lambi uma última vez, vendo-o se curar logo em seguida.

Alec virou a cabeça e me beijou, sentindo o gosto de seu próprio sangue na minha boca. Sua respiração estava pesada e ele estava levemente suado, assim como eu. Ele saiu de dentro de mim e seu beijo ficou mais intenso. Puxei seus cabelos levemente e ele gemeu de prazer. Não demorou muito para ficarmos excitados novamente.

Recomeçamos tudo de novo, só que dessa vez era um sexo mais animalesco.

Alec me pegou com força, puxou meu cabelo para trás e me fez chegar ao clímax pela segunda vez naquela noite.

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