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Novamente acordei com uma perna e um braço em cima de mim.

Estava totalmente dolorida e destruída.

Ao me mexer, gemi, atraindo a atenção de Vinícius que levantou assustado.

Vinícius: Qual foi? Que houve?

_ Você acabou comigo. Que horas são?

Procurei um relógio ou até mesmo meu celular. Vi um na cômoda ao lado da cama, era dele, marcava 19:36.

_ Aí meu Deus, você viu a hora? Eu tô ferrada. Meu estágio, a faculdade. Não acredito que você fez isso comigo.

Vinícius: Relaxa meu, depois eu falo com o Norberto.

_ Depois você fala? Você acha que eu sou alguma p**a para dormir com clientes do escritório? Eu não acredito que eu cedi? Que ódio, eu vou embora, vou tentar pegar pelo menos o último horário da faculdade.

Vinícius: Relaxa meu. - Ele veio tentar me segurar.

_ Relaxar? Você só pode estar brincando? E agora, se nem roupa eu tenho mais?

Eu já estava louca. Em cinco anos de faculdade nunca faltei um dia, nunca me atrasei. Sabe o que me fez entrar para o escritório? Minha competência e responsabilidade. E agora vem um cara que fode meu psicológico e minha buceta e destrói tudo.

Que ódio.

Estava desesperada pelo quarto tentando ver se remendava minhas roupas, ledo engano. Elas estavam destruídas.

Eu fui para cima dele num surto.

_ Olha o que você fez? Você é louco!

Ele me segurou pelos braços, colocando-os em minhas costas e juntando o seu corpo no meu.

Vinícius: Para, vou te levar pra comprar tuas roupas.

_ Eu não preciso de homem pra comprar minhas roupas.

Vinícius: Eu rasguei porra, eu compro. Vai tomar banho que eu te levo lá na loja da minha irmã.

Ele me soltou com cautela. E eu mesmo com raiva o encarei.

Vai me levar para comprar roupa? Está fudido.

Entrei no banheiro e vi que era todo branco com alguns detalhes azul. Lindo, tinha até banheira.

Relaxei debaixo daquela cachoeira que ele chama de chuveiro pensando no que iria falar com meu chefe na próxima terça. Eu devo estar um pouco ferrada.

Despertei quando lembrei da faculdade, precisava agir rápido se quisesse chegar e pegar algum horário.

Sai do banheiro e ele me entregou uma calça moletom e uma blusa de manga comprida.

Vinícius: Veste e vamos lá. Tá com fome?

Não tinha reparado, mas a minha única refeição do dia foi o café da manhã. E como um despertar minha barriga roncou.

Vinícius: Não quero atrapalhar tua vida, mas cortar pra tua faculdade agora é perda de tempo. Liga pra algum colega e pede pra anotar a aula. Depois tu revisa.

Falou todo cheio de cautela. Como já se aproximava da 20:30, nem insisti.

_ Tá ok.

Coloquei meu soutien e uma cueca box dele e as roupas que me emprestou.

Não devolvo mais só pelo abuso.

Descemos as escadas e peguei minha bolsa na sala. Vi meu celular e tinha algumas mensagens e duas ligações do escritório.

Acho que sim, estou ferrada.

Havia também mensagens da Carol.

Carol🐩: KD vc gata?

Carol 🐩: Deve ter acontecido o dilúvio pra não ter chegado.

Carol
🐩: Teu professor tá perguntando de tu.

Carol
🐩: Sério, estou preocupada. Me liga.

Eu respondi.

👑👊: Estou bem, foi um contratempo, não poderei ir na faculdade, presta atenção para depois me passar.

Desliguei o celular e coloquei na bolsa. Segui pelo portão e encontrei ele que estava parado do lado de um cara conversando do outro lado da calçada. Fui até ele.

Xxx: Pô chefe, já passei a visão pra ele, disse que colava na tua goma depois.

Vinícius: Certo, avisa pro Mota que estou na Vivi. Pra ele ir pra lá.

Xxx: Tranquilo.

Fez um toque de mão com o cara, depois virou e me viu.

Vinícius: Vamos?

_ Vamos.

Entramos no carro e ele foi dirigido pelas ruas da favela como se conhecesse cada canto.

Por ser uma quinta feira a noite a comunidade brilhava, já dava indícios de que o fim de semana seria animado.

Vinícius: Vai ter festa na comunidade esse fim de semana. Cola aí.

_ Vou ver, tenho que me reorganizar.

Vinícius: Tá certo, qualquer coisa me liga que eu mando te buscar.

_ Não tenho seu telefone.

Vinícius: Tem sim.

Peguei o meu celular na bolsa e fui fuçar minha agenda e achei um contato com nome diferente.

Marido💑

_ Muita pretensão de sua parte, não?

Vinícius: Não, eu sou apenas decidido. Se eu quero eu consigo.

_ Sonha.

Vinícius: Toda noite.

Ele estendeu uma mão e segurou minha coxa dando uma apertada.

_ Aí, ainda estou dolorida.

Vinícius: O pai aqui é brabo né? Trabalhou gostoso nesse corpo. - Deu uma risada maravilhosa.

_ Babaca.

Algumas ruas depois, ele parou o carro em frente uma loja que estava fechada.

Vinícius: Vai querer comer o que? Vou pedir pra entregar aqui.

_ Um x-bacon, um não, dois. Coca e se possível uma torta de limão.

Minha boca chega salivou na hora.

Ele me olhou com uma cara estranha.

_ Quê?

Vinícius: Pensei que tu fosse aquelas mulheres cheia de frescura que só come mato.

_ Gosto de comida, que me deixe forte. Não necessariamente saudável.

Ri da última parte porque minha alimentação tem sido algo que não está recebendo devida atenção de forma responsável.

Assim que descemos do carro o segui pela lateral da loja.

Uma porta abriu e ele entrou sem me esperar, como não conhecia nada acelerei os passos para ficar próxima.

Viviane: Olha só, se não é meu irmão mais velho e ... - Ela parou ao me olhar - A amiga da piranha.

Vinícius: Que educação é essa? - Ele perguntou a abraçando.

_ Olá Viviane, sou Thalita. Já nos vimos.

Viviane: Sim, já tivemos essa infelicidade.

Vinícius: Qual foi Vivi? Mais respeito com minha mulher. Já tá grande, mas te dou umas porradas se não mostrar a educação que eu te dei.

Viviane: Desculpa, é mais forte do que eu. Em que posso ajudar?

Vinícius: Eu rasguei as roupas dela. Mostra alguma coisa pra ela usar aí. Vou fazer uns corre e já volto.

Ele deu um beijo na testa dela e um selinho em mim.

Bom, teremos uma batalha aqui, ela pelo visto não gosta da Carol e está transferindo esse sentimento a minha pessoa.

Uma pequena batalha judicial doutora Thalita.

Esperei Vinícius sair e a encarei.

_ Não sei o que tem contra mim, nem sei se te fiz algo, mas quero esclarecer antes de mais nada. Desembucha.

Viviane: Não tenho nada contra ti mona, mas julgando com quem tu anda? Quem anda com porcos farelo come.

_ Não entendi? Olha Viviane, não sou de julgar as pessoas pelo que elas fazem ou deixam de fazer, com quem andam ou deixam de andar. Estou muito ocupada tentando mudar o rumo da minha história e firmar meus passos aqui neste mundo. Sempre foi assim. Vi pessoas me julgando sem ao menos eu ter feito nada, sem me conhecer. E se você tem algo contra mim ou contra a Carol fale, se resolva, afinal você já é mulher correto? E por ser mulher deve saber que a culpa de um não deve ser transferida para outra. Seja clara em suas palavras assim como espero estar sendo com você com as minhas. Tive um dia fora do normal porque seu irmão foi até o escritório onde eu trabalho e me tirou de lá achando ser o rei do mundo, não achando suficiente rasgou minhas roupas e me fez perder uma tarde de trabalho, agora estou aqui morta de fome e tendo que justificar para uma garota quem eu sou.

Viviane: Se anda com a Carol deve ser p**a interesseira atrás do dinheiro do meu irmão.

_ Querida, me poupe, trabalho desde meus 18 anos para não ser sustentada por ninguém, sempre me virei sozinha para não depender de homem. Se eu estou com seu irmão hoje foi porque ele foi atrás de mim. E acredite, não estou atrás de relacionamento e muito menos de patrocínio, gosto de saber que o dinheiro que tenho em minha conta hoje foi fruto do meu esforço. Ah! E se eu vou foder com o cartão do seu irmão hoje é pelo desaforo dele ter me tirado do meu trabalho me fazendo passar vergonha na frente do meu chefe e me feito faltar na faculdade

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