2. Um louco chamado Kedaf

Há muitos e muitos anos, ao norte da pirâmide de Amon, uma nativa deu a luz a um menino, o qual chamou Kedaf.

Esse menino cresceu em meio à miséria e como sua família era explorada, ele herdou essa sina.

Mas com 13 anos decidiu sair do fim de mundo onde moravam, palavras dele, e rejeitou as obrigações que os costumes de sua vila natal impunham, iniciando uma vida nômade no deserto.

Em pouco tempo se tornou um saqueador respeitado pelos bandidos que infestavam a região e não demorou muito para conseguir seguidores. Um líder de ladrões se tornou!

A primeira vida que tirou foi de um dos guardas reais que o identificou numa feira. Por ter ainda 16 anos e ser um jovem raquítico, o guarda imaginou que seria fácil prendê-lo. Mas o que Kedaf não tinha de força física ainda, possuía de astúcia e assim facilmente percebeu que estava sendo seguido, conduzindo seu caçador até um beco, onde sem piedade e na traição o apunhalou pelas costas.

Kedaf, não muito dado a sentimentos até esta idade, sentiu prazer em tirar esta vida. E passou de ladrão para assassino em pouco tempo.

Chegou aos 20 anos possuindo uma pequena fortuna, totalmente acumulada através de suas atividades ilícitas, mas ainda era analfabeto. Mesmo assim resolveu se aventurar pelo mundo e acabou escolhendo como primeiro destino a Inglaterra, onde pela primeira vez percebeu como o dinheiro facilmente lhe abria as portas. Lá se transformou de um dia para o outro num cavalheiro, tirando seus primeiros documentos e com posse deles pode começar um estudo particular. Em poucos meses sabia mais que seu mestre.

O gosto pelo crime não diminuíra, mas agora se tornara um passatempo, saciado quando retornava para o continente Africano, já que em pouco tempo percebeu que neste país de sangue azul em que vivia agora, mais civilizado, os que cuidavam da Lei também eram melhores preparados e neste momento tinha uma imagem para cuidar e não queria manchá-la por bobagens.

Todos o conheciam como príncipe Kedaf, que viera aumentar suas riquezas, vindo de uma tribo do deserto africano e na alta sociedade inglesa passou a ser respeitado, agora com 25 anos.

Mantinha ainda certo controle de vários grupos de saqueadores que deixara para trás, então em vez de perder dinheiro em suas extravagâncias, ia ficando cada vez mais rico. Aprendeu a investir grandes somas e em pouco tempo sua fortuna quase que dobrou.

Foi quando deixou de retornar para a África e cortou os laços com tudo de ilícito que praticava por lá.

E por cerca de cinco anos se aquietou, somente desfrutando de boas amizades conquistadas na Inglaterra. Nessa época já falava sua língua nativa, inglês e espanhol.

O gosto pela linguagem castelhana o levou a conhecer a fundo a cultura espanhola, o que adorou. Era um povo elétrico que ele passou a admirar.

E foi por causa deste contato cultural que acabou aos 35 anos desembarcando em solo chileno, precisamente no norte do Chile, onde literalmente ficou enfeitiçado por tudo que via ou tocava.

Aprofundou-se nos estudos culturais da região, incluindo nestes estudos a Colômbia e o Chile, comprou propriedades ainda longe de serem tombadas como patrimônios históricos locais ou da humanidade, onde tomou gosto pela exploração.

Viajava por dias sem se alimentar direito, movido pela simples emoção das descobertas que fazia. Acabou ficando fascinado por esta área e muito respeitado também pelos arqueólogos do país, até porque compartilhava suas descobertas com os grandes museus locais, antes de direcioná-los para outros museus internacionais.

Já não tinha tempo de pensar ou planejar crimes leves ou meros passatempos, para ele, assassinatos. Descobrira outra paixão! Mas seu verdadeiro eu retornaria a tona quando essa paixão acabou se tornando uma obsessão.

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