2 - oito anos depois

Oito anos depois…

— Lua, já terminou de tratar das galinhas e dos porcos?

Minha mãe me pergunta arrumando a mesa para o nosso habitual café da manhã em família, reparo no quanto temos mais coisas para comer agora do que nos anos anteriores.

Nossa fazenda cresceu muito, graças a Deus. Olhando para a mesa, vejo que tudo ali parece delicioso. A respondo sorrindo:

— Sim mãe, já cuidei deles, e Leandro cuidou dos cavalos e das vacas. Fica tranquila, tá ?

Digo me sentando ao lado do meu pai, dá pra ver pela sua face o quanto ele está com fome, sorrio olhando para ele. Pouso meus olhos em minha mãe que se senta.

Ela diz contente:

— Ótimo. Muito obrigada, filha. Seu irmão já foi, não é?

Seu olhar fica triste de novo.

Leandro mora na cidade, ele vem de vez em quando ajudar na fazenda, só fica aqui na parte da manhã e se despede rapidamente, desde pequeno ele não gostava da fazenda, mas não o culpo, cada um tem seu gosto. Eu amo isso aqui: a natureza, a linda paisagem que vejo todos os dias.

Apenas assinto com a cabeça olhando para meus pais, eles estão tristes, detesto vê-los assim, meu irmão faz falta para todos. Não somos muito chegados como alguns irmãos são, mas sinto sua falta.

Sorrio torto para eles e começo a comer, meus pais também.

Me sirvo de café, torradas com mel... está uma delícia.

Minha mãe sempre faz ovo para meu pai e de sobremesa um bolo de morango ou pudim que ele ama.

Como meu café satisfeita e digo a minha mãe, finalizando com meu café puro.

— Mãe, vou caminhar para fazer digestão e vou colher umas coisas na nossa horta mais tarde, logo volto, ok? – digo limpando minha boca, e me levanto.

Ela me olha preocupada.

— Você sabe que detesto ver você saindo, mas… não posso impedir, você já é de maior, entendo que ainda não foi para cidade porque você ama aqui, então não posso te impedir de caminhar por aí, mas quero seu bem. Você sabe, né? Me prometa que vai se cuidar, ok? Leve a arma.

Ela me alerta.

Sempre levo a arma comigo. Estamos legalizados para usar arma por aqui, para nossa defesa, pois aqui onde moramos é bastante perigoso, tem muitos animais perigosos.

Eu apenas assinto, sei que ela quer me proteger.

Sorrio dizendo:

— Vou me cuidar, amo quando vocês cuidam tão bem de mim, não se preocupe, não demoro. Se cuidem também, ok?

Digo beijando o rosto deles e indo até meu quarto pegar minha capa vermelha e a arma.

Assim que a visto, me olho no mini espelho que tenho pendurado na minha parede, só consigo ver meu rosto.

Ainda sou bastante pálida, meus cabelos loiros que eram bastante brilhosos e dourados agora está mais escuro, é um loiro escuro.

Minha boca é rosada e carnuda. Meus olhos azuis intensos. Sou a mesma de antes, que adora passear, que ama a natureza, e quase sempre que estou caminhando sinto uma presença, como se alguém me vigiasse. É algo estranho, mas eu sinto isso.

Eu já vi aquele lobo outras vezes, o lobo da minha infância. Isso é muito estranho.

Uma parte em mim está com medo e a outra curiosa, preciso saber mais sobre esse lobo e o que ele pretende.

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