O orgulho nos olhos de Caio estava prestes a transbordar, parecia que ele já estava visualizando o momento em que se tornaria Alfa.

Mas essa sensação de triunfo não durou muito.

Quando todos entraram no salão, o Alfa, com seu cetro ornamentado com dentes de lobo, desceu do palco. Seus cabelos prateados brilharam sob a luz, e, embora ele tivesse mais de cem anos, manteve a coluna ereta como uma torre.

O Alfa sorriu e segurou minha mão.

— Hoje é um dia importante. — Ele fez uma pausa e seus olhos percorreram todos os lobos da sala. — Eva, agora com dezoito anos, de acordo com o acordo entre seu pai e eu, escolherá um dos meus dois filhos como companheiro. Após o casamento, o companheiro dela será nomeado como o próximo Alfa sucessor.

A sucessão do Alfa sempre foi um tópico de grandes discussões na Lua Prateada. Quem se tornasse o próximo Alfa ganharia supremacia sobre toda alcateia.

Dentro da sala, ouviram-se murmúrios de surpresa e admiração. Muitos olhares se voltaram para Caio, repletos de uma inveja não disfarçada.

Afinal, todos sabiam o quanto eu o amava.

— Agora, vamos chamar o escolhido para subir e ser testemunhado por mim. — O Alfa disse, batendo levemente nas minhas costas.

Caio, imediatamente, se endireitou e ergueu o queixo, já começando a dar um passo à frente, mas foi interrompido pela mão levantada do Alfa.

O Alfa olhou para Carlos, que estava num canto, e seu sorriso se suavizou.

Carlos, de alguma forma despercebida, trocou para o traje formal da alcateia. Seu cabelo, antes solto, estava bem-arrumado, destacando seu perfil imponente.

Ele segurava um ramo de flores da luz da lua, recém-colhidas da Floresta de Cedros. As pétalas brilhavam suavemente sob a luz. Ele caminhou até o centro da sala e parou à minha frente.

— Eva, você está pronta? — Sua voz, profunda e clara, ecoou.