Isabela falou muito, e João passou da resistência inicial para ouvir atentamente.
Claro, apenas ouvir.
- Irmã, você disse tudo isso para provar a importância do Pedro para você? - João lambeu os lábios ressecados e se virou para ela. - E eu? Minha sobrinha Dulce chama o outro de tio, mas para mim sou um estranho, Isabela, isso não é justo. Eu sei, você vai dizer que está me protegendo, mas e agora? Enquanto você não voltar a ser Isabela, nunca poderei chamá-lo de irmã legitimamente.
Dizendo isso, os olhos de João ficaram avermelhados:
- Isabela, sinto que novamente fui abandonado por você.
- João, não consigo mais ser a Isabela novamente. - Isabela franziu a testa, segurando as lágrimas. - Você não se esqueça de que Isabela é uma assassina, não posso permitir que falem mal de você e Dulce, você entende?
João olhou para ela por um tempo, se levantou, se virou e enxugou as lágrimas, então disse friamente:
- Eu entendo tudo o que você disse, mas você não entende o que estou dizendo.
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