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[02] Esqueça-me, eu vou fazer o mesmo

Gustavo Delmon

Líliam era de uma beleza extraordinária: cabelos loiros e olhos azuis. Ela conseguia fazer meu coração acelerar em um ritmo que eu acreditava ter perdido para sempre. Cada vez que nossos olhares se encontravam, uma onda de emoção tomava conta de mim, reacendendo sensações que há muito tempo estavam adormecidas. Era uma sensação poderosa, uma verdadeira redescoberta do que significava estar verdadeiramente apaixonado.

Quando penetrei, sentindo meu pênis apertar, ela perguntou se estava tudo certo. Fiz o máximo para não machucá-la; a beijei para anestesiar o desconforto.

— Gustavo, diga… entrou… por que dói tanto assim? Meu Deus, eu não fazia ideia do quanto poderia doer! No entanto, sinto que está todo dentro — suspirou, me beijando.

Respondi:

— Líliam, somente a ponta. É necessário que você esteja em estado de relaxamento.

Ela me abraçou, mordeu meu ombro e disse estar pronta, mas aqueceu ainda mais. Senti sua unha rasgando minha pele; isso só me fez desejá-la ainda mais. Eu não conseguia parar a cada penetração. Líliam estava chorando.

— Quer que eu pare? Acho que me empolguei demais e acabei te machucando; vamos dar um tempo e depois… — perguntou ela.

— Não se atreva! — ela retrucou, virando-se com força e tomando a iniciativa. Líliam ficou por cima de mim, cavalgando, jogando a cabeça para trás; os seios redondos e lindos balançavam conforme os movimentos. Eu me sentei, sem permitir que ela parasse; apoiei sua cintura, puxando para encaixar melhor, e ela gritou, olhando para mim. Seu sorriso lindo me fez gozar tão gostoso e tão rápido.

Mordi o mamilo rígido dos seios dela; Líliam solicitava mais e, quanto mais eu fazia, mais meu pênis crescia dentro dela.

Na manhã seguinte, após nossa primeira noite juntos, fiquei preocupado ao vê-la com dificuldade para andar. Cuidei dela e sugeri que fôssemos ao hospital mais próximo.

— Que exagero! — ela disse. — Olha, eu estou bem… Gus, é sério… preciso me arrumar para ir à escola; hoje não posso faltar por causa das provas das crianças!

— Não vai, não — eu cortei.

— Vou levar as provas e você vai passar o dia inteiro nessa cama, entendeu?

— Ok, chefe! — respondeu ela, fazendo careta.

Resistir à tentação de beijá-la foi impossível; fiz isso com vontade, deixando-a sem ar, suplicando por mais daquele beijo.

— Fique na cama, volto logo! — disse eu, seriamente.

Ela sorriu e se deitou novamente após acariciar meu rosto. Acomodei os travesseiros atrás dela. Estávamos em seu apartamento na cidade.

Fiz exatamente o que havíamos combinado: fui até a escola e entreguei as provas. Quando voltei, Enrico, professor de educação física, teve a cara de perguntar por ela. Perguntei o que ele queria com a minha noiva.

— Não é da sua conta! — respondeu ele.

— Eu me preocupo com ela; e você, até ontem, nem sabia que ela existia. Diga que estou com saudades dela! — riu.

Aquele sorriso não permaneceu por muito tempo. Eu lhe dei um soco no rosto quando deixei claro que não o queria por perto; se continuasse, não seria um simples soco que ele levaria, e sim uma surra.

— Ela será minha mulher e eu estou namorando-a. Não vou repetir — disse eu, firme.

- É melhor que você escute com atenção: Líliam é minha.

Ele começou a gargalhar, perguntando se eu estava bem e desde quando ela tinha noivo. Disse que Líliam não dava atenção para nenhum homem e que eu estava inventando tudo aquilo — que ele ainda tinha chances com ela. Perto de mim, ele era muito mais íntimo dela. Os dois tinham uma amizade profunda, da qual eu jamais entenderia. Afirmou ainda que eu deveria deixá-la em paz e não brincar com os sentimentos dela, porque já havia sofrido demais.

Quando eu ia responder, os seguranças da escola nos separaram, e eu saí de lá puto de raiva. Voltei para o apartamento de Líliam — ela ainda estava dormindo.

Fiquei pensando nas palavras dele. O jeito como falou, com tanta intimidade… era como se insinuasse que algo estivesse acontecendo entre os dois. Porra, comecei a criar minhas próprias teorias e estava morrendo de ciúmes dela. Perguntei a mim mesmo: será que ambos realmente têm alguma coisa?

Não, não… confio nela. Líliam pode até ter uma amizade com aquele idiota… no entanto, quero solicitar que ela pare de falar com ele!

Esperei-a acordar e perguntei sobre o Enrico. Líliam disse ser somente um amigo e ele já a havia salvado algumas vezes de situações perigosas. Todas as vezes em que ela estava em apuros e ligava, era ele quem corria para ajudá-la.

— Não tem por que você ficar com ciúmes do Enrico, somos somente amigos! — disse ela, sorrindo. 

- Ei, amor, eu só tenho olhos para um galeguinho dos azuis. O único homem na minha vida é você…

Dei um sorriso e me deitei ao lado dela. Eu não sabia o quanto poderia ser feliz naquele breve instante em que conversamos sobre tantas coisas, principalmente a faculdade.

Não fazia ideia de que seria a última vez que veria aquele sorriso lindo. Após o casamento da mãe da minha cunhada, Manuela, veio toda a armação que fizeram contra mim. Assisti ao vídeo em que aparecia dopado ao lado de duas mulheres na cama, e uma delas, a maldita Freia, era quem estava gravando.

Antes da terrível armação de Freia, que lançara uma sombra sobre nosso relacionamento, tudo parecia normal.

— Escute, eu fui vítima… — tentei explicar.

— Não quero ouvir. Vi tudo e tem o vídeo; a Freia fala de uma aposta! — ela gritou, com a voz embargada pelo choro.

Eu não fazia ideia do que ela estava dizendo. Sabia dos vídeos que circulavam pela internet, mas meu irmão conseguiu desativar o servidor e eu processei todos os envolvidos, inclusive o pai de Freia.

Voltei a atenção para a voz de Líliam, que falou antes de me dar um tapa no rosto:

— Não me ligue mais. Quero que fique longe, entendeu, Gustavo? Você é a maior decepção da minha vida. Como pude me enganar tanto com alguém assim?

— Tenho que desligar. Adeus. Por favor, não vou te procurar — disse eu, tentando me controlar. — Por um momento achei que era feliz, mas facilitei demais em meio a tantas dores que já tive. Quero que me esqueça, porque farei o mesmo.

Suas palavras ecoaram na minha mente como punhais; não eram as que eu queria ouvir.

— Vamos, Líliam? — Alguém a chamou.

Mesmo com o barulho intenso do helicóptero, reconheci a voz de um homem. Ele fez questão de se fazer ouvir do outro lado da linha e me trouxe de volta à realidade — uma voz que confirmava minhas piores suspeitas. Talvez fosse coisa da minha cabeça; não podia ser o Enrico? A incerteza sobre Líliam ficou mais profunda do que nunca. Eu sabia, porém, que tinha de seguir em frente e descobrir a verdade, custasse o que custasse.

Minha chegada a São Paulo se deu assim: agora eu estava aqui, deitado na cama, virando de um lado para o outro, buscando um sono que não vinha. Amanhã vou me mudar de vez para a cidade e começar uma nova fase da minha busca, enquanto assumo temporariamente o apartamento de Diego, que partiu a negócios para os Estados Unidos.

No dia seguinte, tudo estava pronto para a mudança. Não havia muito o que levar, eu viera a São Paulo somente com a mala dos meus instrumentos de trabalho. Entrei na caminhonete de Antônio, que veio me dar uma força. Quando chegamos ao apartamento, ele me mostrou cada cômodo e disse que Diego ficaria fora por um tempo. Gostei de cada canto do lugar. Antônio, mesmo sendo cadeirante, dirige e, desde que cheguei, tem me ajudado bastante com o zoológico, local onde também trabalha.

— Antônio, obrigado. Você e o Diego têm me ajudado tanto. Pode ficar tranquilo: vou cuidar do apartamento como meu amigo solicitou. — Agradeci.

Antônio ia responder quando a irmã dele entrou, dizendo que poderia morar comigo e ajudar a cuidar do apartamento, se eu quisesse.

— Cristal! Isso é jeito de falar? — reagiu Antônio.

— Irmão, eu estava brincando com ele, Gus. Ele sabe que estou zoando, mas, se ele quiser…

Poderia ter respondido, mas Antônio solicitou aos dois seguranças que sempre o acompanham que a retirassem do apartamento. Cristal não me dava um momento de paz. Desde que estou morando em São Paulo, ela arruma um jeito de ficar perto de mim. Eu não desejo outra mulher — só quero a minha Líliam.

Quando eles saíram, fiquei sozinho no apartamento. Ia falar com o síndico quando meu celular tocou: era Murilo, meu detetive, anunciando que tinha uma novidade.

— Diga, Murilo. Qual é a novidade? — perguntei.

— Vai dizer que não tem nada sobre ela… — pensei alto, caminhando até a geladeira. Abri, peguei a jarra, enchi um copo e comecei a beber água.

Quando ele falou, me assustei e derrubei o copo, que quebrou no chão; a jarra tombou também e a água se espalhou por todo o apartamento.

— Repita! — gritei.

— Gustavo, encontrei finalmente a Líliam. Sei onde ela mora e posso lhe passar o endereço. Amanhã vou encontrá-lo e lhe darei mais informações. 

—Líliam foi encontrada… — murmurou, e a frase ficou pairando no ar.

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