Acordei. O rosto amassado contra a porta, os pés descalços e frios, a sonolência ainda mantendo os olhos meio fechados. Cerise estava no corredor, agarrada a um travesseiro e mastigando alguns fios roxos de seu cabelo.
Levantei.
A porta a minha frente pedia para ser aberta, enquanto meus dedos suplicavam para esperar.
Segurei a maçaneta, firme. Respirei fundo. Acalme-se, acalme-se, acalme-se. Girei a maçaneta, os olhos fechados. Acalme-se, acalme-se, acalme-se.
Sob as cobertas que Cerise jogou sobre o corpo amolecido e sobre a tolha azul e manchada com todas as cores que já pintamos os cabelos, o vazio sussurrava para mim, dizendo que não havia mais nada a ser feito.