O garoto que era lobo deitou-se na grama, os olhos sempre voltados para o céu. As nuvens do fim de tarde mancham o horizonte de rosa e laranja enquanto os últimos pássaros se recolhem em silêncio.
– Eu queria ter sido um pássaro – disse Angie, abrindo os braços e a chacoalhando os dedos. — Se tivesse o mesmo poder que você e pudesse esconder, escolheria ser um pássaro.
– Não é um poder – indagou o garoto, sentando-se.
– E o que é? Uma doença? Uma maldição?
– Angie, não pergunte essas coisas! – interferi. Ele me ouviu, baixou os braços e encostou-se em uma das pilastra da varanda.
– Que tipo de pássaro você seria, Vermelho? – o garoto voltou a deitar-se, sentindo-se incomodado apenas com a abrupta chegada da noite.
– Vermelho? – Angie fingiu estar irritado, apontando um de seus dedos pálidos para o Mogli. – É assim que você me chama?
Mogli manteve-s