POV de Mathilda
—Mathilda! Abre a porta!
Acordei sobressaltada. O relógio marcava três da manhã. Por um momento, pensei estar sonhando — mas os gritos eram reais.
—Mathilda, está surda?! —a voz furiosa de Fredric ecoou do outro lado da porta.
Corri, tropeçando nos lençóis, e abri. Ele estava ali — o rosto vermelho, os olhos marejados de raiva e álcool. Um sorriso cruel se espalhou por seus lábios enquanto ele empurrava a porta e entrava sem pedir.
—Vou dormir aqui. A cabeça tá latejando... o perfume insuportável da Paula quase me matou —disse, virando-se para mim com um olhar debochado. —Não se importa, né? Ou está esperando o “doutorzinho Hans” vir te fazer companhia? Hahaha!
—Se quiser dormir aqui, durma. Eu fico no sofá.
Mas bastou dizer isso para a expressão dele mudar.
Fredric se aproximou lentamente, encostando um dedo nos meus lábios.
—Não te dei permissão pra dormir no sofá, idiota. Qual seria o sentido de eu vir pro seu quarto, então? —seu olhar era de pura ameaça. —Deita. E