POV de Mathilda
—Mathilda! Abre a porta! Está me ouvindo?
A voz de Paula rasgou o ar calmo da tarde, destruindo minha preciosa soneca.
O que ela quer agora?
Estava batendo na porta como se estivesse em perigo.
Tentei ignorá-la, mas depois de alguns minutos desisti.
Meus ouvidos já não aguentavam mais aquele timbre agudo e irritante.
Respirei fundo, reprimi a irritação e abri a porta. Lá estava ela — os cabelos cacheados, o olhar petulante.
— Está se masturbando? — perguntou, arqueando uma sobrancelha com um sorriso vulgar.
Mas que diabos...?
Uma bela pergunta vinda de alguém que acabou de interromper o descanso dos outros.
— Desculpe, senhorita Paula, eu estava dormindo. Aconteceu alguma coisa?
— Claro que sim — respondeu, entrando sem ser convidada e se jogando na minha cama. — Quero saber como foi com aquele rapaz que veio aqui. Tudo correu bem?
O olhar dela era predatório, selvagem, como se quisesse devorar tudo o que via.
Essa mulher é realmente insana — e assustadora.
— Nada acon