CAPÍTULO 55. Uma mulher de joelhos
Não havia palavras, em nenhuma língua, que pudessem ser usadas para descrever exatamente o que uma mulher sentia no momento de dar à luz. E se ela acrescentou a isso o horror de ter um bebê em uma prisão, então foi tudo pior.
Desde o momento em que suas águas romperam, até que as contrações foram fortes o suficiente para começar a empurrar, mais de doze horas se passaram. Meio dia em que felizmente Beri estava ao seu lado e o médico nunca saiu do seu lado.
Mas a dor física era uma coisa, e a dor emocional de ter que receber sua filha no meio daquele caos, daquele abandono e daquele profundo desamparo, foi talvez o que mais afetou Nina. E embora ver sua filha nascer e segurar em seus braços fosse o mais belo dos milagres, tanto o Dr. Heines quanto Beri sabiam que o que rolou pelas faces de Nina não eram lágrimas de alegria, mas lágrimas de angústia e desespero para o futuro.
-Fuck, Nina, ela não é nada como você", sorriu Beri duas horas depois, acariciando a cabeça do bebê, que estava