Uma segunda chance
Uma segunda chance
Por: Menina sonhadora
Traição

Eu e minha amiga, Ítala (pode-se dizer melhor amiga) vivemos em um orfanato até os 18 anos e quando saímos de lá, fomos morar juntas e conseguimos um trabalho em uma empresa muito grande. Eu de auxiliar administrativo e ela de recepcionista.

E foi trabalhando nessa empresa que eu conheci meu namorado Caíque.

Gente, pensa num homem lindo da cabeça aos pés (moreno, olhos claros castanho meio esverdeado, corpo mediano) esse era meu namorado, meu príncipe moderno (trabalha viajando fechando contratos com grandes empresas) foi assim que o conheci.

Tem seu apartamento e seu carro. Meu homem dos sonhos. Além de tudo, desde que começamos a namorar cuida de mim. (muito bem por sinal). E hoje estamos juntos há cinco anos e acho que estou alguns dias de virar noiva.

Eu e Ítala estamos trabalhando nesses cinco anos e ela está me ajudando a conseguir uma promoção (ela é amiga de todo mundo e meio que chama atenção por ser muito bonita, isso ajuda em algumas situações dentro de uma empresa dirigida só por homens).

O presidente da empresa ia se aposentar e estava querendo colocar alguém de dentro da empresa no cargo (dar a oportunidade para um colega de dentro da empresa). E a minha amiga conseguiu fazer com que eu entrasse na lista de candidatos.

O candidato teria que fazer uma apresentação para o presidente e seus sócios de como fazer uma melhoria na empresa, sem gastar muito.

Me preparei durante duas semanas. Meu projeto já estava pronto. Ítala pediu para ver meu projeto, disse que estava muito bom e queria mostrar para uma pessoa que tinha experiência na área para ver se tinha algo para melhorar, eu a deixei levar, afinal ela e minha amiga e eu confio cegamente nela.

E as semanas passaram e faltava um dia para a apresentação e Ítala ainda não tinha me devolvido meu projeto, mas não me importei sei que ela estava revisando meu projeto para que tudo fosse perfeito, para a apresentação.

Meu expediente acabou.

Fui comprar uma roupa para minha apresentação, e para meu jantar com Caíque, ele irá voltar de viagem amanhã e quer jantar comigo, talvez eu vá jantar com meu namorado e saia de lá com meu noivo (afinal são cinco anos de namoro).

Terminei minhas compras e fui para casa descansar para o grande dia, tentei falar com a Ítala, mas ela não atendia (e demorou chegar em casa, como estava cansada não esperei ela chegar). Aliás essas semanas que se passaram estava desencontrando muito com ela.

Fui dormir.

O dia da apresentação chegou: eu me preparei para ir para trabalho, coloquei a roupa que eu tinha comprado para esse dia. Eu estava preparada, sentia isso, fui para o meu trabalho.

Cheguei ao trabalho e vi que a sala de reunião estava com as portas fechadas, imaginei que estava havendo alguma reunião com algum sócio da empresa, pois a minha apresentação começaria mais tarde.

Então fiquei sentada do lado de fora da sala esperando dar o horário da minha reunião e esperar a Ítala chegar com minha apresentação, quando de repente a porta da sala de reunião se abre e quem eu vejo sair da sala ao lado do presidente da empresa e de todos os sócios me deixa meio confusa.

Quando o presidente me viu na porta me chamou para a sala dele, junto com a pessoa que eu vi sair da sala com ele.

Seu Wilson chamou a mim e a Ítala para irmos até a sala dele. E com a porta fechada me disse que quem ficaria no lugar dele como a presidente da empresa era a Ítala. (isso mesmo, minha melhor amiga tomou o meu lugar).

Quando ele me disse aquilo, olhei para a mão de Ítala e entendi tudo. Ela sumiu com minha apresentação aquele tempo todo, para estudar e fazer a apresentação no meu lugar para conseguir a minha promoção.

Tentei dizer para o presidente que fui eu que fiz todo o projeto, tudo que ela havia apresentado tinha sido ideia minha, então ele riu na minha cara e disse que sabia que eu iria dizer isso para ele.

– Você não chegou no horário da apresentação e ainda quer se dar bem na apresentação de uma colega? Eu acho que a gente não precisa de pessoas desse tipo na nossa empresa, mais não sou mais eu quem decide. – disse Wilson.

– Como assim, não precisam de pessoas que nem eu na empresa? – Eu falei.

– Pode deixar Senhor Wilson eu assumo daqui. – falou Ítala.

O Senhor o Wilson sai da sala e ficamos só eu e a Ítala.

– Então... Eu te explico o que o Senhor Wilson quis dizer com pessoas que nem você não pode estar nessa empresa. E que a minha primeira missão é fazer alguns cortes na empresa e um dos cortes que eu vou fazer será você. – disse ítala.

– Mas... Por que você está fazendo tudo isso comigo? – falei surpresa.

– Não importa porque eu fiz isso, o que importa é que eu consegui chegar aonde eu queria. E agora não quero te ver mais aqui. – diz Ítala sem ao menos olhar nos olhos da amiga.

– Mas nossa amizade não significou nada? era tudo fingimento? – falei ainda surpresa com os acontecimentos.

– Não digo fingimento, mas você foi para mim meu degrau para conseguir tudo que eu sempre quis, só isso e mais nada. Mas foi bom enquanto durou nossa amizade, você me trouxe muitos benefícios. – demonstra Ítala seus verdadeiros sentimentos.

Saí da sala e fui para meu escritório pegar minhas coisas. Eu não conseguia pensar, falar ou ter qualquer outra reação que não fosse pegar minhas coisas e ir embora, para minha casa.

Quando cheguei em casa vi que não tinha mais nada da Ítala no apartamento e percebia que ela havia planejado tudo há muito tempo... Quando percebi que ela havia me enganado esse tempo todo desabei a chorar, depois que comecei a chorar não consegui parar mais. (quanto mais me lembrava daquele dia que eu tive, mais eu chorava).

Já era final de noite, quando recebi uma mensagem do Caíque, meu namorado, dizendo que não iria dar para sairmos para jantar, mas queria passar lá em casa mais tarde.

Eu disse que tudo bem, afinal não estava no clima para sair, depois de tudo que tinha acontecido no dia de hoje.

Estou deitada no sofá mexendo no computador, quando a porta se abre, era meu namorado com uma caixa, quando ele chegou mais perto vi que na caixa tinha coisas minha, que estava no apartamento dele. Fiquei sem entender até que ele me pediu para me sentar no sofá e pegou na minha mão.

– Olha não quero prolongar essa conversar, então, serei rápido. Foi muito bom tudo que vivemos, mas não está dando mais para continuar, a gente já deu o que tinha que dar, não é você, sou eu. Estou precisando de um tempo só para mim, espero que você entenda e fique bem. Tchau. – Ele foi direto.

E foi assim que meu dia acabou, eu literalmente não tive nenhuma reação diante das palavras dele, não falei nada só escutei e o deixei ir embora, eu estava tão esgotada que não tive força para ter nenhum reação. Eu simplesmente o deixei ir.

Depois desse final de noite, fui dormir rezando para que quando eu acordasse isso tudo fosse mentira.

Quando acordei pela manhã lembrei-me de tudo que tinha acontecido e não queria nem sair da cama, aliás, não queria fazer nada, mas percebi que meu computador estava ligado, levantei-me para desligar. Quando fui fechar todas as abas para desligar, me deparei com meu “face” aberto e lá estava, Caíque e Ítala tinham colocado que estavam em um relacionamento sério um com outro.

Como isso pode ter acontecido como fui tão burra assim, estava tudo na minha cara o tempo todo. (Caíque não estava vindo com tanta frequência aqui em casa viajava mais do que o normal e Ítala também não estava parando em casa ultimamente). Não que não ficar em casa queira dizer algo.

Ítala armou tudo direitinho, esperou eu fazer minha apresentação, estudou ela para apresentar para o presidente, me falou o horário errado da apresentação para eu chegar atrasada e eu nem ter chance de apresentar, pois o presidente é muito ligado em pontualidade (então nem teria chance se chegasse atrasada) e no final de tudo ficou com meu namorado.

Ela cresceu comigo, como ela pode fazer isso comigo tirar tudo que ela sabia que era importante para mim desse jeito? Sem pensar duas vezes ela tirou tudo de mim.

A primeira coisa que veio em minha mente quando acordei foi tudo que havia acontecido, se eu pudesse apertar um botão de reset eu apertaria e começaria meu dia.

Talvez eu nem começaria esse dia, talvez só pularia ele e toda essa dor que estou sentindo, mas como não tem jeito a gente vai se virando do jeito que dá com esses sentimentos que estou tendo agora.

Queria muito achar alguém que pudesse me dizer por que dói tanto levar um golpe de quem mais gostamos e confiamos, e porque parece que tem uma mão dentro do nosso peito arrancando nosso coração.

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