Ethan Narrando
Depois do café da manhã, decidi mostrar o sítio pra Sophie. Não era algo que eu costumava fazer, eu, que vivia preso a reuniões, contratos, estratégias e uma agenda lotada, nunca perdia tempo com manhãs lentas. Mas com ela era diferente. Com Sophie, eu queria o tempo todo.
O céu estava limpo, o sol começando a esquentar, e o ar carregava aquele cheiro bom de mato e terra molhada. Caminhamos lado a lado por uma trilha de pedras cercada por árvores altas. O silêncio do campo era reconfortante. Nada de buzinas, ligações ou cobranças. Só a natureza e ela.
Sophie olhava tudo com curiosidade, como uma criança descobrindo o mundo. E eu observava ela. O jeito como o vento bagunçava os fios do cabelo preso no rabo de cavalo. Como ela sorria olhando os pássaros, os pés descalços na grama molhada. Era bonito. Quase poético. E eu não sou um homem que vê poesia em muita coisa.
— Isso aqui é tão diferente da nossa rotina — ela comentou, pegando uma flor do caminho e girando nos dedo