Inicio / Romance / Uma nova chance para o Amor / Capítulo 3 Conversa com as amigas
Capítulo 3 Conversa com as amigas

Layla e as amigas lanchavam sentadas na cantina da faculdade. Entre risadas e comentários sobre o primeiro dia de aula, Samia percebeu que a amiga não parava de olhar o relógio.

— Layla, tá tudo bem? — perguntou, franzindo o cenho. — Desde que chegou, você não tira os olhos desse relógio. Mandou mensagem no grupo dizendo que teve um imprevisto, chegou atrasada... O que aconteceu?

Samia era a mais reservada do trio, mas tinha um faro aguçado para perceber quando algo estava errado.

— Aposto que aprontou alguma, — provocou Elçin, com um meio sorriso. — Anda, Layla, conta logo. O que fez pra chegar atrasada?

Layla desviou o olhar, tentando disfarçar o nervosismo. O pensamento ainda preso no homem que quase a atropelou — e na pulseira que ele prometera devolver.

— Não foi nada demais, — respondeu, fingindo leveza. — Um motorista distraído quase me atropelou, minha pulseira da sorte quebrou e está na joalheria. Agora, preciso esperar pra pegar de volta.

Samia arregalou os olhos.

— Como assim “quase te atropelou”? E você tá aí, tranquila? Explica isso direito.

Layla respirou fundo e contou tudo: o susto, a queda, e o estranho que insistira em levá-la para consertar a pulseira.

— Foi só isso, juro. Eu também estava distraída, e ele não viu quando cruzei a rua. O carro encostou em mim e acabei caindo. Mas nada sério.

Elçin balançou a cabeça, indignada.

— Layla, você é maluca! E ainda teve coragem de entrar no carro de um desconhecido?

— Calma, Elçin, — retrucou Layla, com um sorriso provocante. — O carro era caro, e pelo jeito dele... pobre ele não era.

— E o perigo? — insistiu a amiga. — Riqueza não livra ninguém de ser perigoso.

— Se eu soubesse que ia ouvir sermão, nem contava nada, — retrucou, brincando.

O sinal tocou, encerrando o intervalo. As três se levantaram, recolhendo os restos do lanche.

— Eu vou ficar esperando até esse homem chegar com sua pulseira, — avisou Samia. — Depois sigo contigo até em casa.

— Concordo, — reforçou Elçin. — Não confio nessa história.

— Tá bom, minhas queridas mães de plantão, — brincou Layla. — Agora vamos, antes que eu chegue atrasada de novo.

Cada uma seguiu para sua sala, mas Layla só conseguia pensar em uma coisa: queria que a aula terminasse logo, para poder ver Emir novamente.

***

Enquanto isso, Emir e Kerem conversavam no escritório. Ambos tentavam decidir o que fazer a respeito da chantagem que o publicitário enfrentava.

— Irmão, com todo respeito, — começou Kerem, sério. — A Sevda sabe tudo sobre você. E agora tá de namorico com o cara que sempre te odiou. O que foi que você fez pra ela virar a casaca assim?

Emir passou as mãos pelo rosto, exausto.

— Se eu dormi com ela por cinco anos e até hoje não entendi o que eu fiz, como vou te explicar? — suspirou.

Olhou o relógio. Faltavam quinze minutos para as treze horas. Precisava buscar a garota antes que ela resolvesse causar mais confusão — e torcia para que o pai dela não estivesse por perto.

— Tenho que ir, — disse, pegando as chaves. — Depois te explico. Bati o carro hoje cedo... quer dizer, alguém bateu em mim. E foi por isso que tô atrasado.

— Tá brincando? — Kerem levantou as sobrancelhas. — E mesmo assim vai sair pra encontrar alguém?

— É... digamos que é um encontro de emergência.

Kerem riu, incrédulo.

— Boa sorte, então. E vê se não se mete em mais encrenca.

Emir apenas acenou e saiu. Avisou Aisha que estaria fora e desceu para o estacionamento. Precisava resolver aquela história da pulseira, almoçar e, quem sabe, tentar aliviar a dor de cabeça que começava a latejar.

***

— Layla, — disse Samia, desconfiada, — eu acho que esse homem te enrolou. Vai perder sua pulseira da sorte e ainda vai ouvir o maior sermão da sua mãe.

Layla conferiu o relógio. Quinze minutos de atraso. Respirou fundo, já imaginando a bronca que levaria se chegasse sem a pulseira.

— Vou ligar pra minha mãe. Se ela perguntar, vocês confirmam que tô almoçando com você, Samia.

A jovem discou o número.

— Mãe, terminei a aula e vou almoçar com a Samia, tá? Primeiro dia de aula, a gente quer comemorar um pouquinho. Prometo chegar antes das três.

Do outro lado da linha, a mãe respondeu:

— Tudo bem, senhorita Layla. Mas não se atrase. Seu irmão precisa de ajuda com a tarefa, e seu pai ficou preso no escritório. E mande um beijo pra Samia.

Assim que desligou, Layla suspirou aliviada.

— Ufa... escapei. — De repente, viu um carro parar em frente à faculdade. — Meninas, minha carona chegou! E, por favor, nada de interrogatórios.

Antes que as amigas reagissem, Layla já estava no banco do passageiro.

***

Emir mal estacionara, e a garota já entrava no carro com naturalidade, como se o conhecesse há anos.

— Pensei que tivesse fugido com a minha pulseira, — disse ela, cruzando as pernas e colocando os pés no banco.

— Se puder tirar os pés daí, eu agradeço, — respondeu Emir, sem disfarçar o mau humor. — Vamos buscar sua joia. Fica pronta depois das duas. Eu te deixo na joalheria e tá tudo pago. Depois disso, cada um segue sua vida.

Layla apenas deu de ombros e colocou os fones de ouvido. “Além de ranzinza, é antipático”, pensou.

O silêncio dominou o carro, interrompido apenas pela música baixa no rádio. Emir dirigia com atenção redobrada — não queria mais confusões naquele dia.

Quando pararam em frente à joalheria, Layla tirou os fones e observou o local.

— Pelo menos trouxe minha pulseira pra um lugar decente, — comentou. — Vamos ver se esse senhor consegue consertar direito.

Lá dentro, o ourives se apressou ao vê-los entrar.

— Me perdoem pelo atraso, senhor. O par de alianças demorou mais que o previsto e, como o senhor não deixou contato...

— Brincadeira, — murmurou Emir, exasperado.

Layla arqueou a sobrancelha e interveio:

— Senhor, minha pulseira é especial. A gente volta daqui a uma hora. Assim o senhor tem tempo de fazer tudo com calma.

Antes que Emir pudesse protestar, ela já estava saindo. O joalheiro assentiu.

— Em uma hora, entrego como nova. E aproveito pra dar um polimento nos berloques.

Do lado de fora, Layla o esperava encostada no carro.

— Então? — perguntou, divertida. — Quanto tempo?

— Uma hora, — respondeu Emir. — Vou te deixar no primeiro restaurante que eu encontrar. Preciso descansar.

Layla o observou, percebendo o cansaço estampado no rosto dele.

— Posso te fazer companhia. Estranhos às vezes são bons ouvintes, sabia? — sorriu de leve. — Você me conta os seus problemas, e eu te conto como foi meu primeiro dia na faculdade.

Emir a encarou por um instante e, pela primeira vez naquele dia, sorriu de verdade.

— Tudo bem. — cedeu. — Eu pago o almoço.

— Ótimo, — respondeu ela, animada. — Mas o lugar, quem escolhe sou eu.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP