Inicio / Romance / Uma nova chance para o Amor / Capítulo 1 — Colisões do Destino
Uma nova chance para o Amor
Uma nova chance para o Amor
Por: Sah Quele
Capítulo 1 — Colisões do Destino

— Acorda, garota! Ou vai se atrasar para a faculdade!

Layla se espreguiçou, os olhos ainda pesados de sono, e soltou um bocejo comprido antes de se sentar na cama. Olhou para a mãe, Eda, com um sorriso preguiçoso.

— Tudo bem, mãe... já estou levantando. Só mais cinco minutinhos, por favor.

Eda balançou a cabeça, rindo.

— Cinco minutos é tudo que você vai ter, mocinha. Mas nada de se atrasar logo no primeiro dia. Começar com o pé direito é importante.

Layla assentiu e se arrastou até o banheiro. Enquanto escovava os dentes, tentava conter a ansiedade pelo primeiro dia na faculdade de jornalismo — o início do sonho que carregava desde criança: contar histórias que mudassem o mundo.

***

A poucos quilômetros dali, Emir Divit, 36 anos, publicitário renomado e dono de uma das maiores agências da Turquia, despertava de um sono inquieto. Três meses haviam se passado desde a noite em que sua vida sentimental desmoronara.

Na data em que planejava pedir Sevda em casamento, ela partiu — não apenas para a Itália, mas para os braços de outro homem. E, para o azar de Emir, esse homem era seu maior rival nos negócios.

Desde então, o amor havia se tornado para ele um conceito frágil, quase risível.

A única coisa que ainda o mantinha de pé era o trabalho — e a nova campanha que sua agência disputaria naquela semana.

O relógio marcava nove e meia quando ele finalmente saiu da cama. Um banho gelado e um café forte seriam o suficiente para fingir que a noite em claro rendera algo produtivo.

***

Na casa dos Yılmaz, o café da manhã era um caos típico de segunda-feira.

— Layla, por favor, presta atenção no trânsito! E nada de usar fone de ouvido no volume máximo — alertou Eda, enquanto arrumava a bolsa da filha. — Você sabe como o movimento é perigoso essa hora.

Furkan, o pai, soltou uma risada discreta.

— Amor, deixa a menina. Ela já é adulta, sabe se cuidar.

— Filha, aqui está o dinheiro do lanche da semana — completou Eda, entregando uma nota dobrada. — E se precisar de qualquer coisa, me avisa.

Ahmet, o irmão mais novo, resmungou entre um gole de suco e outro.

— Injusto! Eu levo lanche, e ela ganha dinheiro!

— Quando chegar à idade dela, a gente conversa, garoto — respondeu o pai, divertido.

Layla riu, ajeitou a mochila e beijou os pais no rosto.

— Me desejem sorte! E você, pestinha — olhou para o irmão —, tenta não arrumar confusão na escola hoje, hein?

Assim que saiu de casa, conferiu se a mãe não a observava pela janela, pegou o celular e conectou os fones. A música invadiu seus ouvidos enquanto ela caminhava animada. O trajeto até a faculdade levava menos de quinze minutos — tempo perfeito para despertar o corpo e acalmar os nervos.

***

Enquanto isso, Emir tentava encerrar mais uma ligação dramática da irmã.

— Bahar, minha querida, podemos conversar quando eu chegar ao trabalho? O trânsito está caótico, e com você chorando desse jeito, eu não entendo nada.

— Eu juro que tentei, Emir! — soluçava ela. — Mas o Aras não entende que eu quero focar na minha carreira. Ele só pensa em filhos!

Emir suspirou. Bahar era sua irmã caçula — e a única família próxima em Istambul.

— Tudo bem. Hoje à noite passo na sua casa, prometo. Agora preciso desligar, está bem?

Ele desligou e respirou fundo. O sinal abriu. Virou a esquina distraído — e, em seguida, ouviu um estrondo seco.

Um impacto.

— Que não seja um motoqueiro... — murmurou, freando bruscamente.

Ao descer do carro, encontrou uma jovem caída no chão, o joelho ralado e a expressão indignada.

— Menina, você não presta atenção por onde anda? — repreendeu, preocupado.

— Eu? O senhor que devia olhar pra onde dirige! É cego, por acaso? — rebateu Layla, furiosa. — Eu estava atravessando, e o seu carro veio feito um foguete!

Emir ficou sem acreditar. Pela posição, ele tinha a preferência. Aquela garota claramente não prestara atenção.

Quando ela tentou se levantar, ele estendeu a mão para ajudá-la — e então viu os fones de ouvido pendurados no pescoço.

— Ah, claro. O som no último volume. Assim fica fácil não ver um carro vindo.

— Me poupe, senhor arrogante! — retrucou Layla, olhando para o joelho ralado. — E, pra piorar, olha o que o senhor fez! Minha pulseira da sorte quebrou. Hoje é meu primeiro dia na faculdade! Isso só podia acontecer comigo...

Emir ergueu as sobrancelhas.

— Mocinha, eu não tive culpa nenhuma. Você entrou na rua sem olhar.

Layla sabia que ele tinha razão, mas jamais admitiria. Se contasse em casa, levaria uma bronca épica. Então, sua mente inquieta encontrou uma solução.

— Tudo bem. O senhor me leva até a faculdade, arruma minha pulseira e eu esqueço que isso aconteceu. Combinado?

— Isso é uma chantagem? — Emir cruzou os braços, incrédulo.

— Chame como quiser. Mas se preferir, posso ligar para o meu pai. Ele é advogado. — Ela pegou o celular e começou a discar.

Emir passou a mão pelos cabelos.

— Certo, senhorita chantagista. Eu te levo. E mando consertar a bendita pulseira. Mas depois disso, nunca mais quero te ver.

— Fechado. — Layla sorriu, satisfeita, e entrou no carro.

Ele notou quando ela apoiou os pés no banco e mexia no celular como se estivesse em casa.

— Pode tirar os pés daí, por favor? Isso é um carro, não a sua sala de estar.

— Desculpa, senhor... é o costume. — Ela riu, sem graça.

O trajeto foi silencioso — tirando o som altíssimo que escapava dos fones de Layla. Emir se perguntava como uma garota tão pequena conseguia fazer tanto barulho, no trânsito e na vida.

Poucos minutos depois, estacionou diante da faculdade.

— Senhorita...

— Layla — completou ela, sorrindo. — E o seu nome?

— Emir.

— Pois bem, Emir, você está perdoado... quase. Me traga minha pulseira consertada às 13h, aqui na frente. Assim podemos ficar quites. E, por favor, não se atrase. Minha mãe é um terror com horários.

Antes que ele respondesse, ela inclinou-se e depositou um beijo rápido em seu rosto.

— Até mais, Emir. E não se esqueça: joalheria de confiança, hein!

Ele a viu correr pelo portão, completamente atordoado.

A segunda-feira mal tinha começado — e ele já sabia que seria longa.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP