Felipe
Cheguei na biqueira e já encontrei os moleques todos na porta, fumando e conversando.
— Essa porra tá tudo desordenado! Eu pago quase uma fortuna pra vocês, e vocês ficam de bobeira na calçada fumando?
— Foi mal, chefe, nós não fizemos por mal... - um deles falou.
— "Nós não fizemos por mal." - imitei. - Um caralho, acho melhor vocês irem pra ativa.
Eles voltaram ao trabalho. Eu estava uma pilha. Uns filhos da puta deram bandeira e foram pegos levando armamento. E eu me fodi, perdi dinheiro, e ainda vou ter que pagar advogado pros manés.
— Vai dar tudo certo, parceiro! Fica assim não. Não é a primeira vez que dá esse problema. - PL falou.
— É tanto estresse, vei. - suspirei. - E ainda tem o medo de a qualquer momento sermos atacados. O desgraçado do Galego sabe de tudo o que acontece nessa favela.
— Nem acredito que aquele arrombado é nosso primo.
— Moral. Se eu pego ele, eu mato! E ainda arrombo o cu dele com vassoura.
PL começou a rir, e eu também. A gente é tão idiota que às